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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Descoberta precoce do câncer de próstata pode evitar tratamento agressivo

Novembro azul chama a atenção para a saúde do homem 
Crédito: Pixabay


Novembro Azul ressalta importância dos cuidados com saúde dos homens


Mais de 65.800 casos e 15.500 mortes de brasileiros por câncer de próstata. Essa é a previsão que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) faz para 2020. Números que chamam ainda mais atenção quando se sabe que a maioria das mortes de homens poderia ser evitada com os exames para detecção da doença. Por isso, a campanha Novembro Azul foi criada para lembrar os homens da importância do exame anual.

“Existem muitos tumores de próstata que não são tão agressivos e quando detectados precocemente podem ser acompanhados no que chamamos de vigilância ativa. Em muitos casos o tumor não chega a se desenvolver e se isso acontecer, a gente pode optar em realizar a cirurgia”, explica o urologista do Hospital Marcelino Champagnat, Anibal Branco. 

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens façam o exame preventivo a partir dos 50 anos e homens da raça negra ou que tenham histórico familiar com parentesco em primeiro grau, devem começar os cuidados aos 45 anos.

Ubiraci Rodrigues, 56 anos, descobriu o câncer há cinco anos nos exames de rotina que faz religiosamente. Como de costume, fez o PSA (Prostate-Specific Antigens), ecografia da região e o exame do toque retal. Nos dois primeiros não foi constatada nenhuma alteração, mas, durante o toque, o médico descobriu um pequeno tumor. “É uma descoberta muito complexa. A impressão que tive quando veio o diagnóstico do câncer foi de morte iminente”, conta. 

Mas, como foi diagnosticado precocemente e o tumor não é do tipo mais agressivo, Ubiraci não precisou de cirurgia ou nenhum outro tratamento invasivo. Ele faz o acompanhamento semestral com o urologista para monitorar se teve alguma alteração. “Vivo há cinco anos com o tumor, só acompanhando. O médico me fala que provavelmente não vai ser o câncer de próstata que vai me matar, já que está estável por todo este tempo”, ressalta o paciente. 


Sintomas

O câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma nas fases iniciais e esse é o grande risco que os homens que não realizam os exames anualmente com o urologista correm. Normalmente quando aparece algum sintoma, já aconteceu a metástase para o osso e a partir desse momento não tem mais cura.

“Quando a doença é descoberta em um estágio mais avançado, o tratamento acaba sendo muito mais agressivo, comprometendo a produção de testosterona e elevando os riscos de doenças cardíacas, impotência sexual e distúrbios cognitivos”, diz o urologista.

 



Hospital Marcelino Champagnat

 

Novembro Azul: Campanha de Cuidado com o Diabetes

Conheça os riscos da Diabetes Gestacional para a mãe e bebê


Imagem do google
A diabetes gestacional ocorre quando há aumento do nível de açúcar no sangue da gestante. Esse distúrbio é uma consequência das alterações hormonais da gravidez. Para permitir o desenvolvimento do bebê, a placenta produz hormônios que podem interferir na ação da insulina.

Quando não acompanhada corretamente, a diabetes gestacional pode trazer consequências para a mãe e para o bebê. “Ela pode causar peso excessivo para o bebê que, tende a ficar mais frágil após o nascimento e a ter crises de hipoglicemia devido à alta produção de insulina”, comenta Dr. Domingos Mantelli.

O distúrbio pode ainda ocasionar problemas respiratórios no bebê. Para a mãe, há mais riscos de parto prematuro, rompimento antecipado da bolsa, pré-eclâmpsia, morte súbita e maior possibilidade de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Além de parto prematuro, o bebê também corre o risco de nascer muito grande (o que é chamado de macrossomia fetal e pode causar hipoglicemia após o nascimento). “Já a mãe, caso a doença não seja monitorada, pode desenvolver hipertensão e eclampsia, assim como diabetes depois da gravidez,” acrescenta o obstetra

Na maioria das vezes, a diabetes gestacional é diagnosticada por volta da 24ª semana de gestação. Mas há casos registrados no final da gravidez, sendo estes um pouco mais preocupantes. “Geralmente as chances de complicações são maiores conforme a gravidez avança”, comenta o obstetra.

Segundo a Dra. Erica Mantelli, o diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado após a realização de dois exames de sangue. Um nos primeiros meses de gestação e outro entre a 24ª e 28ª semana de gestação. Mesmo quando o exame inicial dá negativo, o seguinte deve ser bem mais detalhado. A gestante deve ter o sangue colhido em jejum e após, tomar um líquido doce. 

“O teste é repetido após 60 e 120 minutos. O nível de glicose não deve ultrapassar os 180 mg/dl. Duas horas depois a mãe passa por um novo exame que deve chegar ao máximo a 155 mg/dl,” acrescenta a ginecologista 

Os sintomas de diabetes gestacional são raros, mas podem surgir: sede em excesso, aumento da micção, aumento da fome e visão turva. Esses são os sinais de alerta, mas como eles nem sempre aparecem, reforça-se a importância da realização de exames periódicos durante a gestação.

A prevenção é sempre o melhor caminho. Não apenas para evitar a diabetes gestacional, mas também outras complicações que podem ocorrer durante a gestação. Domingos Mantelli alerta que uma das formas mais eficientes de se prevenir a doença é iniciar o pré-natal assim que a gravidez for confirmada. Dessa forma, o médico pode dar um acompanhamento mais adequado à paciente.

O tratamento pode ser feito de duas maneiras: muitas vezes, adotar uma alimentação equilibrada é o suficiente para manter os níveis de açúcar no sangue normais. Se não adiantar, o obstetra pode fazer o controle também com medicamentos específicos

 

 


Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra - CRM-SP 107.997 | RQE 36618 - autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias Médicas.

 

Dra. Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - CRM-SP 124.315 | RQE 36685 - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).


Dia Mundial do Diabetes: como criar hábitos saudáveis e prevenir doença


Especialista em bem-estar do Freeletics destaca importância de alimentação saudável e prática de exercícios físicos

 


No dia 14 de novembro é celebrada a campanha do Dia Mundial do Diabetes, criada em 1991 pela International Diabetes Foundation (IDF), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dedicada à conscientização e prevenção da doença. O diabetes é uma patologia metabólica crônica que, segundo dados da OMS, atinge 16 milhões de brasileiros - e metade dessas pessoas desconhece o diagnóstico. A taxa de incidência aumentou 61,8% mundialmente nos últimos dez anos, e o número crescente de casos da doença está diretamente relacionado à má alimentação, sedentarismo e ganho de peso.

O diabetes ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente ou quando o organismo não pode mais usar a insulina de forma eficaz. A insulina é usada pelo corpo para estimular as células a absorver a glicose advinda dos carboidratos digestíveis para a corrente sanguínea. Dessa forma, o diabetes pode ser classificado em mellitus tipo 1 e mellitus tipo 2. O tipo 1 é aquele em que o corpo apresenta, desde o início, deficiência na produção de insulina pelo pâncreas, sendo geralmente diagnosticado na infância ou adolescência. No tipo 2, o corpo não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz - e pode ser evitado, pois é resultado do excesso de peso, má alimentação e sedentarismo.

Liora Bels, especialista em bem-estar do Freeletics, aplicativo líder em exercícios físicos e estilo de vida com uso de inteligência artificial, explica que o diagnóstico mais frequente é o do diabetes tipo 2, tornando essa uma das doenças mais disseminadas pelo mundo. “E a situação está piorando. Com o nosso estilo de vida cada vez mais sedentário, a incidência do diabetes tipo 2 está aumentando. Muitas pessoas subestimam o quanto o diabetes pode prejudicar a saúde geral, e nem sabem que pode levar à cegueira, infartos, insuficiência renal, danos aos nervos, depressão e até amputações”, alerta. 



Como prevenir?

Para a especialista, embora os fatores genéticos possam afetar a probabilidade de uma pessoa ter diabetes, a maioria dos pacientes desenvolve a doença como resultado de suas escolhas de estilo de vida. “Estudos mostram que o diabetes tipo 2 pode ser evitado por meio da alteração desses padrões de estilo de vida. A alteração mais eficaz é a adoção de uma dieta saudável e equilibrada, que inclua muitos vegetais, frutas, carboidratos de digestão lenta, proteínas magras e gorduras saudáveis”, explica. “Tudo isso, acompanhado por um aumento na atividade física, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2”, destaca Liora. 

Uma alimentação saudável é, portanto, o caminho mais eficaz para evitar o diagnóstico da doença. “Não é surpresa que o diabetes seja relativamente raro nos países do leste asiático, onde as dietas são baseadas em vegetais, peixes e grãos, fontes de nutrientes e gorduras saudáveis. Todos nós podemos seguir o exemplo deles e evitar açúcares processados e ingredientes artificiais, reduzindo os níveis de glicose a uma quantidade que a produção de insulina do corpo possa suportar”, completa a especialista. 

Liora alerta: consumir alimentos não processados mantém os níveis de açúcar no sangue estáveis; e alimentos processados causam picos de glicose que podem, ao longo do tempo, causar graves efeitos. “Evitar as gorduras saturadas em chocolates, bolos e alimentos processados em favor das gorduras insaturadas mais saudáveis, encontradas em peixes, nozes e óleos saudáveis, é um passo simples, mas eficaz, para alterar a dieta”, explica.

Para quem já tem uma alimentação saudável e quer reduzir o risco de desenvolver diabetes, a especialista recomenda o consumo de refeições pequenas e frequentes ao longo do dia, evitando níveis erráticos de glicose no sangue e fornecendo um suprimento regular de energia. “Combinar uma dieta saudável e equilibrada com exercícios regulares pode fazer toda a diferença para as chances de desenvolver diabetes. Estudos mostram que se exercitar apenas uma vez por semana durante 60 minutos pode reduzir o risco de diabetes em 40%”, destaca. Além disso, para quem deseja criar hábitos duradouros e atingir objetivos de saúde a longo prazo, o aplicativo Freeletics oferece o recurso Coach da Mente, que ajuda as pessoas a criarem uma mentalidade equilibrada, voltada para objetivos, com sessões projetadas de treino em áudio. Com duração de 5 a 20 minutos, o coach ensina a estabelecer rotinas, lidar com contratempos, gerenciar o estresse e melhorar o foco, a recuperação e o sono. 

O aplicativo também disponibiliza o Coach de Nutrição, programa personalizado de alimentação com base no conceito de “comer limpo”. Os usuários informam se desejam emagrecer, ganhar massa muscular ou viver de forma saudável. Com quase 400 opções de receitas, o app também atende a usuários vegetarianos, veganos ou piscitarianos. “O aplicativo se concentra na alimentação saudável e na eliminação dos alimentos processados e refinados da dieta. Mas o aplicativo é mais do que apenas um meio de prevenir o diabetes. Seguir uma dieta saudável melhora o desempenho de treino, as habilidades cognitivas e o bem-estar geral”, finaliza Liora.

 

 



Freeletics

www.freeletics.com


Novembro Azul e o desafio de encorajar os homens a terem cuidados reais com a própria saúde

Mais de 201 mil homens podem ter câncer em 2020

O mês de novembro já começou. Isso significa que o IBCC Oncologia dedica atenção extra à saúde dos homens. O movimento Novembro Azul, criado em 2003 na Austrália, alerta a sociedade e, em especial os homens, quanto aos cuidados relacionados à saúde masculina. E o que se percebe é que a saúde masculina está em crise. Globalmente, os homens morrem em média 6 anos mais cedo do que as mulheres. Medidas simples, como manter hábitos alimentares saudáveis, não fumar e praticar exercícios físicos podem ajudar a evitar ou retardar problemas de saúde, como por exemplo o câncer.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1/3 das mortes por câncer se devem aos 5 principais riscos comportamentais e dietéticos: alto índice de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física, uso de tabaco e uso de álcool.

Os 5 tipos de câncer que mais acometem o sexo masculino são os classificação abaixo:

1º Pele não-melanoma com 83.770 casos

2º Próstata com 65.840 incidências

3º Cólon com 20.520 ocorrências

4º Pulmão com 17.760 episódios

5º Estômago com 13.360 registros

Com isso, ao todo, 201.250 homens podem ter uma dessas espécies de câncer neste ano, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Juntos esses cânceres ocasionaram mais de 52 mil mortes em 2018 e destes 15.576 foram por câncer de próstata. Dados mostram que tanto no Brasil como em todo o mundo, o câncer de próstata é o segundo que mais acomete os homens, perdendo apenas para o câncer de pele (não-melanoma). Mundialmente foram registrados mais de 1,28 milhão de casos da doença, em 2018, enquanto no Brasil, temos 68.000 casos novos por ano de homens com essa neoplasia.

No entanto, o câncer de próstata pode ser curável se diagnosticado em fase inicial, de acordo com o médico urologista e especialista em cirurgia de próstata, do IBCC Oncologia, Dr. Alvaro Bosco. "Por isso, homens acima de 50 anos ou a partir de 45, se houver fatores de riscos, como histórico da doença em parente de primeiro grau, ou homens afrodescendentes, devem fazer acompanhamento, segundo indica a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)", observa o urologista.

Vale observar que o câncer de próstata, pode aparecer com tumores indolentes e pouco agressivos, e assim muitas vezes silencioso e quando apresenta sintoma pode já estar em fase avançada. Por essa razão, o rastreamento do câncer de próstata permite o diagnóstico de tumores mais precoces e a cura por meio de tratamento específico chega a 90%. Entretanto, se a descoberta acontecer em estágio avançado do cancro as possibilidades de recuperação diminuem e pode haver a necessidade de terapêuticas adicionais.

"Hoje somos capazes de fazer diagnósticos mais precisos por meio de biópsia com fusão de imagem com a ressonância magnética multiparamétrica de próstata - exame de crescente relevância na prática urológica pelos avanços tecnológicos de equipamentos e pela introdução de sequências funcionais que possibilitam maior exatidão na detecção e caracterização de tumores prostáticos", diz. Quanto aos tratamentos, Dr. Alvaro destaca que podem ser realizados de modo convencional ou minimamente invasivos por laparoscopia ou robótica. "Acredito que a chave para sucesso no tratamento do câncer passa por uma detecção precoce, uma seleção adequada do melhor tratamento para cada caso (de forma individualizada) e seguimento de perto para aqueles que possuem um tumor de baixo potencial de agressividade", acrescenta. "Em ocorrências de tumores neoplásicos avançados, ou metastáticos, existe uma gama de fármaco cada vez maior, inclusive com terapias medicamentosas para pacientes com cânceres que apresentam mutações genéticas", destaca.


Vigilância ativa para quem já foi diagnosticado

A vigilância ativa é o termo que utilizamos para o seguimento que é realizado em pacientes que já possuem o câncer de próstata, mas que é muito pouco agressivo. Estes pacientes, podem ser seguidos mais de perto, com avaliações a cada 3 meses com PSA, toque retal além de novas biópsias e ressonância magnética para determinarmos se o tumor não muda de característica. "O acompanhamento de tumores indolentes, que têm pouca possibilidade de progressão devem ser realizados para minimizar possíveis sequelas que os tratamentos mais invasivos podem gerar. É muito importante esta informação, pois o que se questiona hoje é se não fazemos diagnósticos demais ("over diagnosis") e tratamentos demais ("over treatment"), causando mais sequelas do que benefícios", conclui o dr Álvaro.


PANDEMIA E ISOLAMENTO SOCIAL: FALTA DE HÁBITOS SAÚDAVEIS E DE ADESÃO AO TRATAMENTO DO DIABETES TIPO 2 PODEM AGRAVAR A DOENÇA

20 milhões de brasileiros deverão ser impactados silenciosamente por essa doença crônica e progressiva até 2045

 

Já se sabe que pessoas com diabetes estão no grupo de risco para desenvolverem o quadro grave da Covid-19. Porém, não é só esse risco que preocupa especialistas. Médicos, instituições e a Organização Mundial da Saúde, apontam a preocupação com o controle de doenças crônicas e progressivas, enquanto o mundo ainda enfrenta a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O receio é que, após a pandemia, seja detectado um aumento de casos graves do diabetes tipo 2 e outras complicações associadas à doença, provocados pelo estresse, dieta pobre em nutrientes e a falta de atividade física. Com a aproximação do Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro, é importante reforçar sobre o cuidado e conscientização sobre a doença.

Segundo o Atlas de 2019 da International Diabetes Federation, o Brasil tem 16.8 milhões de pessoas com diabetes, ocupando 5º lugar no ranking mundial. A estimativa para 2045 é de 20 milhões. O Brasil ainda é o 6º país com maior número de pessoas não diagnosticadas, com 7.7 milhões, além dos possíveis 40 milhões de brasileiros com pré-diabetes. Nessa condição, a pessoa já apresenta alterações no nível de glicose e cerca de 30% de chance de apresentar complicações características do diabetes. Esse cenário aumentou a preocupação de endocrinologistas neste momento de pandemia, como destaca a especialista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Beatriz Petry.

"Muitos casos podem ter se agravado durante o isolamento social. É importante salientar que estamos falando de uma doença silenciosa, podendo levar anos para manifestar sintomas, e as pessoas não devem negligenciar sua saúde. Além do uso correto das medicações já prescritas, o retorno ao médico é fundamental para ajustes necessários, a fim de manter a doença sob controle". A endocrinologista ainda aponta que é importante lembrar que os hormônios do estresse são contrarreguladores no equilíbrio da glicemia, ou seja, tem ação contraria à insulina, favorecendo o aumento da glicose no sangue.

Nos últimos anos, novos medicamentos surgiram e ampliaram as opções para o tratamento desta enfermidade. Entre os fármacos que podem ajudar no tratamento estão os análogos do hormônio GLP-1 e os inibidores da SGLT-2. Uma nova geração de insulinas também tem melhorado a posologia para os pacientes. Porém, mesmo com essas novas associações de medicações a adesão não é fácil. A maioria tem dificuldades em tomar medicações corretamente e manter o estilo de vida saudável.

Em 2019, a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), feita pelo Ministério da Saúde, já mostrava que 44,8% da população geral relatou um nível insuficiente de atividade física, menos de 75 a 150 minutos por semana, e apenas 34,3% descreveu consumo regular de frutas e verduras, "podemos ter esse ano uma piora ainda maior desses hábitos, por conta do período de isolamento e todo estresse causado pelo atual momento. As pessoas devem manter ou retomar urgentemente a atividade física, ter uma alimentação saudável e ficar de olho nas taxas de glicemia. Qualquer alteração, deve-se procurar atendimento médico", explica Dra. Tarissa.

O controle da doença sempre foi um problema enfrentado pelas pessoas com diabetes, que pode ter sido agravado com a chegada da pandemia. O Coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o cirurgião Dr. Ricardo Cohen, aponta um estudo brasileiro que mostrou que cerca de 70% dos pacientes com o tipo 2 da doença, não apresentam controle glicêmico adequado. "Vivemos há anos uma epidemia global do diabetes, uma doença crônica e progressiva. Os pacientes que não têm controle com medicamentos, a melhor opção é a cirurgia metabólica. Com a pandemia, podemos ter um aumento de pessoas que necessitem do tratamento cirúrgico", diz.


Benefícios da cirurgia metabólica

A cirurgia metabólica é definida como qualquer intervenção sobre o tubo digestivo, que tem como finalidade o controle do diabetes tipo 2. Os resultados podem ser detectados já a curto prazo. Estudos indicam que 90% dos pacientes que são submetidos ao procedimento cirúrgico não precisam mais utilizar a insulina para manter o tratamento da doença, e muitos não necessitam mais de medicamentos via oral, além de obterem redução do peso, controle do colesterol, pressão arterial e redução de complicações renais.

Uma pesquisa inédita do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, publicado na Jama Surgery em junho deste ano, apontou que a cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz para impedir a progressão da doença renal crônica precoce em pacientes com diabetes tipo 2. O estudo detectou a remissão da albuminúria (perda da proteína albumina na urina e importante indicador de insuficiência renal), em 54,6% dos pacientes após tratamento clínico e 82% após a cirurgia metabólica por bypass gástrico em Y de Roux.

"A remissão de mais de 80% da albuminúria e das lesões renais, com o tratamento cirúrgico significa evitar a progressão da doença e, consequentemente, reduz a necessidade de fazer diálise e transplante de rins. Além de diminuir fatores de risco que podem levar a infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)", avalia o cirurgião.

Em outubro, um estudo sueco publicado no New England Journal of Medicine, que comparou pacientes submetidos a cirurgias bariátricas e metabólicas versus os tratados clinicamente, após 24 anos de acompanhamento, comprovou que os submetidos à cirurgia têm 30% menor risco de morte cardiovascular, quando comparados aos que receberam apenas medicamentos. Os tratados cirurgicamente ainda tiveram 13% menos risco de morte por câncer, e ainda ganharam mais de três anos de sobrevida.

"O levantamento ainda apontou que quanto mais cedo o paciente é submetido a cirurgia, maiores são os benefícios em relação as possíveis complicações do diabetes tipo 2 e sobrevida. O procedimento cirúrgico deve ser considerado cada vez mais cedo como tratamento, assim como o medicamentoso. Isso pode salvar vidas", esclarece Dr. Ricardo Cohen, que também fez parte do artigo. "Retardar as cirurgias metabólicas coloca pacientes em risco de complicações graves e mortalidade", complementa.

Por conta disso, a necessidade de ampliar o acesso à cirurgia metabólica, é ainda maior, principalmente em casos mais graves, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto com as operadoras de saúde. O procedimento já é regulamento pelo Conselho Federal de Medicina desde 2017, e está em aberto uma consulta pública da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para integrar o rol de procedimentos pagos pelos operadores de planos de saúde, que pode ser acessada pelo site https://www.vidanovametabolica.org.br/. Após entrar na página, basta clicar em "Quero Participar" e depois em "Participar da Consulta Pública".

 


Hospital Alemão Oswaldo Cruz

https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/


Por que diabéticos precisam suplementar a vitamina B12


Tanto portadores do diabetes tipo 1 quanto do tipo 2, em geral, podem apresentar deficiência de B12. A deficiência pode levar a complicações hematológicas, psíquicas e neurológicas graves, como a anemia megaloblástica e perniciosa e até demência


O açúcar é tratado como o grande vilão para o desenvolvimento do diabetes, no entanto, ele não é o único responsável por desencadear a doença: excesso de calorias ingeridas, má alimentação, obesidade, sedentarismo e histórico familiar são fatores de risco para a enfermidade crônica, perigosa e que afeta mais de 463 milhões de pessoas no mundo de acordo com International Diabetes Federation e 16 milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Isso porque, sofrem com a má absorção da insulina, hormônio responsável por controlar a glicose no sangue, necessária para que o corpo tenha energia.  

Porém, o que muitas pessoas não sabem é que a falta de vitamina B12 - cuja forma ativa é conhecida como mecobalamina - é comum tanto para pacientes com diabetes do tipo 1 quanto o do tipo 2, e essa deficiência pode trazer consequências sérias. Nesse sentido, o caminho para evitar qualquer agravamento é a suplementação além do devido monitoramento e acompanhamento pelo médico especialista.


O que é a Vitamina B12?

A vitamina B12 é de extrema importância para formação de células vermelhas do sangue, essencial para o funcionamento do sistema nervoso central, mantendo a cognição e prevenindo a degeneração das células, e é cofator de diversas enzimas necessárias ao organismo, inclusive na produção de DNA. Por não ser produzida naturalmente pelo corpo humano, sua fonte natural restringe-se a alimentos de origem animal, especialmente leite, carne e ovos, que precisam fazer parte da alimentação do paciente.

No entanto, é absorvida somente no intestino delgado, e para tal, requer uma glicoproteína produzida pelas células parietais do estômago, chamada de fator intrínseco, necessária para a absorção de vitamina B12 no íleo terminal. Quando esse processo não ocorre corretamente, sua absorção é diminuída.


Mecobalamina e Diabetes. Quais os perigos quando há a falta?

É justamente a má absorção que pode ocorrer com pacientes diagnosticados com a enfermidade. Isso porque o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que está geralmente associada a outras do mesmo tipo e que podem, no conjunto, diminuir a absorção de vitamina B12

Já com o diabetes tipo 2, a questão está associada ao tratamento à base de metformina que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, é um medicamento-chave no tratamento da doença há mais de 60 anos e que, como consequência do seu uso, pode reduzir os níveis de absorção da B12 em 30% dos casos.

“A preocupação reside no fato de que essa deficiência pode permanecer assintomática por longos períodos e pode causar danos neurológicos irreversíveis se não for tratada. Assim, importante pensar na deficiência de B12 em pacientes com diabetes, já que a falta pode levar a complicações hematológicas, psíquicas e neurológicas graves, como a anemia megaloblástica e até demência”, explica Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari, médica geriatra e responsável pelo núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma. 

“Tais fatos reforçam a importância da realização de exames periódicos, além da ingestão de alimentos que possuem vitamina B12 e sua devida suplementação, seguindo as orientações de um médico responsável pelo acompanhamento e tratamento do paciente”, complementa a especialista.


Tratamento indolor, por via sublingual e na forma ativa

Atualmente, para a suplementação da mecobalamina existe o tratamento parenteral (injeções intramusculares), método que causa dores agudas e que leva a pessoa, muitas vezes, à não adesão ao tratamento, e que também pode ser dificultoso em pacientes muito magros ou com distúrbios de coagulação.

Há também o tratamento oral, que pode ser utilizado em casos de deficiência leve ou assintomática, e em pacientes que não apresentam condições de má-absorção.

Por fim, a grande novidade é o tratamento via sublingual de forma ativa, que oferece absorção imediata, um alívio ao paciente com diabetes e enfatiza que nem todo tratamento médico precisa ser doloroso e incômodo, uma realidade vivenciada ao longo de todos esses anos por aqueles que precisam da suplementação.


Pesquisadores brasileiros descobrem como o músculo se regenera após o exercício

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que a regeneração muscular promovida pelo exercício aeróbico é mediada por mudanças no consumo de oxigênio por células satélites, também conhecidas como células-tronco do músculo esquelético. A descoberta deve ser usada para ajudar as pessoas a se recuperarem de lesões e combater a perda de massa muscular associada ao envelhecimento.

Pesquisas anteriores mostraram que levantamento de peso e outros tipos de treinamento de força aumentam o número de células satélites. No exercício aeróbio, sabe-se que o tecido muscular aumenta sua capacidade, mas os mecanismos de reparo associados às células satélites não haviam sido estudados anteriormente.

O grupo da USP descobriu que o exercício aeróbico impulsionou o crescimento das células satélites e que alterações metabólicas significativas estão por trás do fenômeno. O estudo foi realizado durante o doutorado/pesquisa de Phablo Sávio Abreu Teixeira, com apoio de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.

"Observamos o consumo reduzido de oxigênio nas células satélites, ao passo que o exercício aumentou a demanda por oxigênio em todos os outros tecidos musculares. Esta é a primeira vez que alguém conseguiu observar como o exercício aeróbio influencia o metabolismo mitocondrial nessas células e como isso afeta a regeneração muscular." Abreu contou.

Para entender o mecanismo, Abreu realizou uma série de experimentos com animais no Instituto de Química da USP sob a supervisão da professora Alicia Kowaltowski, que estuda continuamente mitocôndrias desde a década de 1990 e é filiada ao Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxome), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Disseminação (RIDCs) apoiados pela FAPESP.

Os resultados são relatados em um artigo publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle. "Descobrimos pelo menos parte do mecanismo que levou à melhoria da regeneração muscular. Um conhecimento mais amplo é o primeiro passo para sermos capazes de intervir no processo de regeneração no futuro", disse Kowaltowski.

 


Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.


Pesquisadores brasileiros descobrem como o músculo se regenera após o exercício

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que a regeneração muscular promovida pelo exercício aeróbico é mediada por mudanças no consumo de oxigênio por células satélites, também conhecidas como células-tronco do músculo esquelético. A descoberta deve ser usada para ajudar as pessoas a se recuperarem de lesões e combater a perda de massa muscular associada ao envelhecimento.

Pesquisas anteriores mostraram que levantamento de peso e outros tipos de treinamento de força aumentam o número de células satélites. No exercício aeróbio, sabe-se que o tecido muscular aumenta sua capacidade, mas os mecanismos de reparo associados às células satélites não haviam sido estudados anteriormente.

O grupo da USP descobriu que o exercício aeróbico impulsionou o crescimento das células satélites e que alterações metabólicas significativas estão por trás do fenômeno. O estudo foi realizado durante o doutorado/pesquisa de Phablo Sávio Abreu Teixeira, com apoio de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.

"Observamos o consumo reduzido de oxigênio nas células satélites, ao passo que o exercício aumentou a demanda por oxigênio em todos os outros tecidos musculares. Esta é a primeira vez que alguém conseguiu observar como o exercício aeróbio influencia o metabolismo mitocondrial nessas células e como isso afeta a regeneração muscular." Abreu contou.

Para entender o mecanismo, Abreu realizou uma série de experimentos com animais no Instituto de Química da USP sob a supervisão da professora Alicia Kowaltowski, que estuda continuamente mitocôndrias desde a década de 1990 e é filiada ao Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxome), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Disseminação (RIDCs) apoiados pela FAPESP.

Os resultados são relatados em um artigo publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle. "Descobrimos pelo menos parte do mecanismo que levou à melhoria da regeneração muscular. Um conhecimento mais amplo é o primeiro passo para sermos capazes de intervir no processo de regeneração no futuro", disse Kowaltowski.

 


Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.


ESPECIALISTA ALERTA PARA RISCO DE DOENÇAS CORONÁRIAS EM OBESOS DURANTE A PANDEMIA

A obesidade associada ao sedentarismo traz maior riscos de doenças no coração

 

Durante a pandemia no novo coronavírus, foi identificado um número excessivo de pessoas com sobrepeso e obesas. Estima-se que no mundo, até 2025, 700 milhões de pessoas estarão obesas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o IBGE, a cada quatro pessoas uma é obesa. Assim, doenças do coração serão também mais recorrentes.  

De acordo com a cardiologista do Hospital Águas Claras Patrícia Soares, a obesidade é um fator de risco para doenças coronárias tanto para os homens quanto para as mulheres e independe da idade, atingindo até mesmo as crianças. Há ainda o maior risco para pessoas que têm histórico familiar de doenças do coração. 

“Não são todas as pessoas obesas que têm doenças coronárias, entretanto, o sedentarismo aliado à obesidade são fatores determinantes para o desenvolvimento destas enfermidades. O obeso que pratica atividade física reduz a mortalidade, mas não significa que ele esteja realmente saudável. Muitos [obesos] possuem distúrbios metabólicos e devem fazer acompanhamento médico frequente com equipe multidisciplinar, e a consulta com cardiologista é fundamental”, orienta.  

A médica ainda reforça que a construção de hábitos saudáveis é essencial para evitar o acúmulo de gordura no coração. De acordo com a cardiologista, na prevenção primária - para pessoas sem doença cardiovascular detectada -, é preciso adotar uma mudança do estilo de vida: redução de peso, reeducação alimentar, atividade física. 

Na prevenção de doenças do coração, Patrícia Soares elenca alimentos que podem ajudar a reduzir os riscos: “Alimentos ricos em vitamina E, peixes, azeites, legumes, frutas e ômega 3 e 6 presentes nas castanhas do Pará. Evitar massas em excesso, gorduras, carnes gordurosas e frituras”.

 

Riscos da obesidade durante a covid-19

A obesidade também é determinante quando se fala em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante a pandemia. É estimado que cerca de 5% dos pacientes de Covid-19 precisarão utilizar o tratamento intensivo. Entretanto, além de não possuir leitos suficientes, a população obesa também enfrenta dificuldades em encontrar leitos apropriados. 

Outro ponto, de acordo com a Federação Mundial de Obesidade, são as medidas de isolamento. Segundo a entidade o distanciamento social pode afetar problemas já existentes na vida dos obesos como estigmatização social e quadros de depressão. Além disso, há ainda, o aumento do sedentarismo e busca por produtos ultraprocessados, agravando ainda mais problemas de saúde e contribuindo para o aumento de obesos no mundo.

 


Hospital Águas Claras


Novembro Branco: No mês da prevenção contra o câncer de pulmão, especialistas alertam para os riscos do consumo de cigarro eletrônico no Brasil

Tabagismo é o principal responsável pelo surgimento de tumor pulmonar, tipo que mais mata em todo o mundo


No calendário mundial da Saúde, Novembro é celebrado como mês da prevenção ao câncer de pulmão. E o laço branco que marca este período, neste ano traz um alerta relacionado a um dos principais hábitos evitáveis relacionados a esse tipo de tumor: o fumo. Segundo o Ibope Inteligência, o número de pessoas que usam cigarro eletrônico no Brasil, em apenas um ano, dobrou. A pesquisa demonstrou que os praticantes deste tipo de tabagismo saltou de 0,3% da população para 0,6%, tendo registrado aumento ainda maior em São Paulo e no Rio de Janeiro. São cerca de 600 mil usuários brasileiros da tecnologia que, dizem os especialistas, é capaz de causar tanto dano quanto o cigarro tradicional. O design moderno e a produção menor de fumaça são alguns dos atrativos deste produto, que tem ganhado espaço entre jovens, principalmente.

O oncologista clínico Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, alerta para os riscos do chamado vape. "Nós vemos novas formas de tabagismo chegando, como esse dispositivo tecnológico, por exemplo. E apesar de muitas pesquisas apontarem para os malefícios causados pelos cigarros tradicionais, as alternativas como os cigarros light, eletrônicos ou narguilés também podem ser prejudiciais à saúde. Eles têm atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, pela novidade e pela falta de informação também sobre o impacto nocivo deles. Estamos vendo uma geração ‘livre’ do cigarro aderir a versões mais modernas do mesmo mal".

O médico explica que o cigarro eletrônico vaporiza um líquido que contém uma grande quantidade de nicotina e seu uso deve ser um ponto de alerta para a sociedade. Não há estudos definitivos que indiquem a extensão do impacto desses novos tipos de fumo no desenvolvimento de cânceres, o que está relacionado à própria existência recente desses dispositivos e também porque seu uso é muito variado: há pessoas que fumam apenas ele, outras que consomem cigarros eletrônico e convencional, aquelas que nunca fumaram cigarro convencional e foram direto para o eletrônico, as que substituíram o convencional pelo eletrônico.

"Em teoria, os e-cigarros seriam menos nocivos à saúde por conter uma quantidade de ‘ingredientes’ com potencial cancerígeno muito inferior ao do cigarro tradicional. Todavia, mesmo sem contar com itens como o tabaco em sua composição, esses dispositivos eletrônicos possuem outros elementos que podem ser altamente prejudiciais", comenta Clarissa Mathias, oncologista do Grupo Oncoclínicas e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

De acordo com ela, de fato o que deve ficar claro é que este produto não é desprovido de malefícios. "Mesmo não queimando tabaco, o dispositivo eletrônico tem substâncias nocivas. Ainda não temos como saber quais serão as consequências do consumo desse tipo de cigarro a médio e longo prazos. Teremos que esperar talvez 20 anos para medir isso, o que pode ter consequências para a vida e o bem-estar de toda uma geração".

Por isso, os especialistas são categóricos em afirmar que o aumento no consumo de cigarros eletrônicos representa um retrocesso para o Brasil. O país é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo no combate ao tabagismo, tendo um dos menores índices de fumantes do mundo: cerca de 10% da população acima de 18 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

"Mesmo com os avanços obtidos a partir de campanhas contra o fumo, os desafios não param de chegar. Depois de anos diminuindo o número de fumantes, principalmente entre jovens - o que é super importante, já que a maioria dos que continuam fumando começaram nessa época da vida -, o aumento grande de pessoas usando o cigarro eletrônico não pode ser ignorado. O apelo tecnológico é uma das coisas que atraem os mais novos e é preciso conscientizar a população que, mesmo eles, são potencialmente tóxicos e levam à dependência", frisa Bruno Ferrari.


Tabagismo ainda é a principal causa de câncer

O tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão em todo o mundo. Aliás, não apenas deste tipo de tumor: em 2017, conforme dados do INCA, 73.500 pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de câncer provocado pelo tabagismo no país e 428 pessoas morrem diariamente no país por conta dele. A entidade aponta ainda que mais de 156 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse evitado.

Em 79% dos casos de câncer de pulmão, por exemplo, os pacientes eram fumantes, ou ex-fumantes. Apenas 21% nunca tiveram contato com o tabaco. "Todo ano, cerca de dois milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer de pulmão ao redor do globo. E quem fuma tem de 20 a 30 vezes mais chances de desenvolver esse tipo de tumor. Isso porque as substâncias químicas presentes no cigarro danificam e provocam mutações no DNA das células pulmonares, fazendo com que deixem de ser saudáveis e se transformem em células malignas", diz Clarissa Mathias.

O hábito de fumar também contribui para o aumento no risco de ocorrência de ao menos outros 12 tipos de câncer: bexiga, pâncreas, fígado, do colo do útero, esôfago, rim e ureter, laringe (cordas vocais), na cavidade oral (boca), faringe (pescoço), estômago e cólon, leucemia mielóide aguda. Adicionalmente, o tabagismo é um dos hábitos relacionados a formas mais graves de infecção pelo novo coronavírus.

Oncoclínicas na luta contra o fumo

Anualmente, o Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa - desenvolve uma série de ações para alertar sobre a importância de combater o tabagismo como forma efetiva de prevenção contra o câncer. Em 2020 a iniciativa traz uma abordagem positiva nas redes sociais mostrando os benefícios sentidos pela pessoa que para de fumar.

Com o mote "A melhor dica é viver bem", a ação é voltada à conscientização sobre o abandono do cigarro para uma retomada da saúde e da qualidade de vida. Direcionada à sociedade em geral, ela ressalta uma importante informação: nunca é tarde demais para abandonar o cigarro. Apenas 20 minutos após interromper o vício, a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados. Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco diminui. E após 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar e os sentidos de olfato e paladar melhoram.

Em até três meses, a circulação sanguínea melhora e caminhar torna-se mais fácil com a função pulmonar se recupera em até 30%. A partir de um a nove meses, os sintomas como tosse, rouquidão e falta de ar ficam mais tênues. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

"Pessoas que abandonam o cigarro podem colher os benefícios duas vezes: prevenindo mais danos às células pulmonares relacionados ao tabaco e dando aos pulmões a chance de se recuperar dos danos existentes", finaliza Bruno Ferrari.



https://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida


Campanha alerta para a prevenção das lesões por pressão


 

Tipo de ferida é comum em pessoas acamadas e impossibilitadas de mudar de posição

 

A Sobest - Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências realiza em novembro a Campanha “Mude de Lado e Evite a Pressão”, de conscientização sobre as lesões por pressão (LP). Em 19 de novembro, entidades e instituições no Brasil e no exterior celebram o Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão”, condição bastante comum em pessoas acamadas e impossibilitadas de mudar de posição. As ações informativas e educativas ocorrem desde 2013, em parceria com a National Pressure Injury Advisory Panel (NPIAP) e a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP). 

Durante todo o mês de novembro, a Sobest irá apoiar diversas iniciativas realizadas em hospitais, universidades e clínicas de todo o país, com atividades de conscientização para profissionais de saúde e cuidadores. 

“Os pacientes acometidos pela LP sofrem alterações clínicas, dor e danos funcionais relevantes. Há risco de infecções graves, internações prolongadas e morbidade. É nosso papel informar sobre a importância da prevenção e auxiliar na capacitação de profissionais, em especial os enfermeiros estomaterapeutas, para garantir segurança e qualidade de vida”, ressalta a presidente da Sobest, Profa. Dra. Angela Boccara. 

A lesão por pressão é uma ferida causada pela interrupção da circulação sanguínea em um determinado local do corpo, geralmente próximo a uma região óssea, em que existe uma pressão contínua. Os locais mais afetados são a região sacral e os calcâneos, sendo que aproximadamente 60% das LP se desenvolvem na região pélvica ou abaixo desta. 

A principal medida preventiva é a mudança de posição do paciente, cuja frequência deverá seguir os limites de cada pessoa, da pele e do ambiente que a pessoa se encontra.

 

 

SOBEST® - Associação Brasileira de Estomaterapia

www.sobest.org.br


Novembro azul: mês de destaque para os cuidados com a saúde masculin

Mês causa alerta para o câncer que mais mata homens no Brasil e também para cuidados com todo o organismo


O penúltimo mês do ano já começou e com ele chega um dos momentos mais importantes para a área da saúde: o Novembro Azul. Este é o período em que a maioria das atenções estão voltadas para os cuidados com a saúde masculina e conscientização sobre o combate ao câncer de próstata, considerado o câncer que mais mata homens no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). 

 

A data surgiu, principalmente, devido a diversos tabus e preconceitos relacionados ao tema que coloca anualmente milhares de vidas em risco. A boa notícia é que, com o passar dos anos, muitos homens passaram a se preocupar mais com o problema e deixaram de lado tais crenças prejudiciais. Porém, ainda existe um longo caminho para percorrer e, neste ano de pandemia, a necessidade de reforço na campanha volta a ganhar ainda mais destaque. 

Pedro Romanelli, urologista e diretor da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas Gerais, diz que desde a criação do Novembro Azul, houve aumento da presença masculina nos consultórios médicos para realizar os exames e prevenir contra o câncer. Porém, o ano de 2020 apresentou uma queda nesse índice. “Ainda tínhamos que lidar com muito preconceito nos anos anteriores e estávamos lutando para reverter isso. Porém, por mais que ainda tivéssemos um longo caminho a percorrer, a conscientização durante o Novembro Azul surtia efeito. O problema é que houve um período de recessão devido a pandemia. Muitos homens pararam com acompanhamento médico de rotina que já recebiam ou, simplesmente, desistiram de iniciar os cuidados em consultório esse ano”, alerta.

Com isso, Pedro relata que existe a expectativa de aumento nos casos para o próximo ano. “A falta de diagnóstico precoce é o principal motivo de óbito, o que preocupa muito. Por isso, é necessário alertar que a saúde nunca deve ser deixada para depois. Mesmo com a pandemia, é necessário continuar com os cuidados diários referentes a todos os aspectos. Siga as recomendações necessárias de combate ao vírus e visite o seu médico conforme o cronograma estabelecido por ele”, orienta Pedro.

 

Diagnóstico precoce salva vidas 


Falar sobre o câncer de próstata é tão necessário porque a prevenção e identificação precoce da doença são sempre os melhores remédios. De acordo com a SBU, 20% dos casos são descobertos em estágio avançado, o que torna mais difícil o tratamento e a cura. “É importante realizar o exame, pois, nem sempre, os sintomas aparecem no início. Recomenda-se o exame anual em homens com mais de 50 anos e, em casos com histórico familiar, a partir dos 40 anos. E, claro, ao sentir qualquer sintoma relacionado, como sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil, dores no quadril e nos ossos, o primeiro passo é buscar o urologista para avaliação”, destaca.

 

 


Fonte: Dr. Pedro Romanelli - urologista e especialista em cirurgia robótica, além de diretor da Sociedade Brasileira de Urologia em MG


Mitos e verdades sobre o exame papanicolau

Papanicolau é um exame de rotina muito simples e comum na vida das mulheres. Ele colhe células do colo do útero para analisar a saúde da mulher. Apesar de ser indolor e salvar vidas, muitas mulheres deixam de lado essa rotina. 

Ir ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano é fundamental para prevenir e detectar diversas doenças precocemente, por isso a recomendação do check up é tão importante. Para ajudar, a Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra, listou alguns mitos e verdades sobre o assunto.

 

  1. Eu preciso fazer o papanicolau a partir do momento em que perder a virgindade?

Mito. Atualmente o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior recomendam o início da coleta do exame a partir dos 25 anos, independente do início da vida sexual.

 

  • O papanicolau é um exame preventivo do câncer de colo de útero?

Verdade. O papanicolau colhe células do colo do útero. Em 99% dos casos de câncer de colo de útero estão associados ao HPV. O exame avalia as células que colhemos e procura por alterações causadas pelo HPV ou pela presença direta do vírus (coleta híbrida).

 

  • Grávidas não podem fazer o exame?

Mito. Inclusive, a coleta do papanicolau faz parte do pré-natal e deve ser solicitado a gestante caso ela não tenha feito o exame recentemente. Apenas a coleta de células do canal cervical, endocérvice, não deve ser feita nas gestantes.

 

  • Preciso fazer o papanicolau todo ano?

Mito. O Ministério da Saúde recomenda que após a coleta de dois anos seguidos com resultados normais, a mulher pode passar a fazer o exame a cada três anos.






Evelyn Prete - formada em Medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Maternidade Jesus, José e Maria de Guarulhos, uma das maiores em volume de partos do estado de São Paulo. Passou por estágios nos hospitais Perola Byngton e Unifesp. No momento está se subespecializando em Medicina Fetal pela Unidade de Medicina Fetal da Conceptus.


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