Mais de 201 mil homens podem ter câncer em 2020
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O mês de novembro já começou. Isso significa que o IBCC Oncologia dedica atenção extra à saúde dos homens. O movimento Novembro Azul, criado em 2003 na Austrália, alerta a sociedade e, em especial os homens, quanto aos cuidados relacionados à saúde masculina. E o que se percebe é que a saúde masculina está em crise. Globalmente, os homens morrem em média 6 anos mais cedo do que as mulheres. Medidas simples, como manter hábitos alimentares saudáveis, não fumar e praticar exercícios físicos podem ajudar a evitar ou retardar problemas de saúde, como por exemplo o câncer.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1/3
das mortes por câncer se devem aos 5 principais riscos comportamentais e
dietéticos: alto índice de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais,
falta de atividade física, uso de tabaco e uso de álcool.
Os 5 tipos de câncer que mais acometem o sexo masculino são
os classificação abaixo:
1º Pele não-melanoma com 83.770 casos
2º Próstata com 65.840 incidências
3º Cólon com 20.520 ocorrências
4º Pulmão com 17.760 episódios
5º Estômago com 13.360 registros
Com isso, ao todo, 201.250 homens podem ter uma dessas
espécies de câncer neste ano, segundo estimativa do Instituto Nacional do
Câncer (INCA). Juntos esses cânceres ocasionaram mais de 52 mil mortes em 2018
e destes 15.576 foram por câncer de próstata. Dados mostram que tanto no Brasil
como em todo o mundo, o câncer de próstata é o segundo que mais acomete os
homens, perdendo apenas para o câncer de pele (não-melanoma). Mundialmente
foram registrados mais de 1,28 milhão de casos da doença, em 2018, enquanto no
Brasil, temos 68.000 casos novos por ano de homens com essa neoplasia.
No entanto, o câncer de próstata pode ser curável se
diagnosticado em fase inicial, de acordo com o médico urologista e especialista
em cirurgia de próstata, do IBCC Oncologia, Dr. Alvaro Bosco. "Por isso,
homens acima de 50 anos ou a partir de 45, se houver fatores de riscos, como
histórico da doença em parente de primeiro grau, ou homens afrodescendentes,
devem fazer acompanhamento, segundo indica a Sociedade Brasileira de Urologia
(SBU)", observa o urologista.
Vale observar que o câncer de próstata, pode aparecer com
tumores indolentes e pouco agressivos, e assim muitas vezes silencioso e quando
apresenta sintoma pode já estar em fase avançada. Por essa razão, o
rastreamento do câncer de próstata permite o diagnóstico de tumores mais
precoces e a cura por meio de tratamento específico chega a 90%. Entretanto, se
a descoberta acontecer em estágio avançado do cancro as possibilidades de
recuperação diminuem e pode haver a necessidade de terapêuticas adicionais.
"Hoje somos capazes de fazer diagnósticos mais precisos
por meio de biópsia com fusão de imagem com a ressonância magnética
multiparamétrica de próstata - exame de crescente relevância na prática
urológica pelos avanços tecnológicos de equipamentos e pela introdução de
sequências funcionais que possibilitam maior exatidão na detecção e
caracterização de tumores prostáticos", diz. Quanto aos tratamentos, Dr.
Alvaro destaca que podem ser realizados de modo convencional ou minimamente invasivos
por laparoscopia ou robótica. "Acredito que a chave para sucesso no
tratamento do câncer passa por uma detecção precoce, uma seleção adequada do
melhor tratamento para cada caso (de forma individualizada) e seguimento de
perto para aqueles que possuem um tumor de baixo potencial de
agressividade", acrescenta. "Em ocorrências de tumores neoplásicos
avançados, ou metastáticos, existe uma gama de fármaco cada vez maior,
inclusive com terapias medicamentosas para pacientes com cânceres que apresentam
mutações genéticas", destaca.
Vigilância ativa para quem já foi diagnosticado
A vigilância ativa é o termo que utilizamos para o seguimento
que é realizado em pacientes que já possuem o câncer de próstata, mas que é
muito pouco agressivo. Estes pacientes, podem ser seguidos mais de perto, com
avaliações a cada 3 meses com PSA, toque retal além de novas biópsias e
ressonância magnética para determinarmos se o tumor não muda de característica.
"O acompanhamento de tumores indolentes, que têm pouca possibilidade de progressão
devem ser realizados para minimizar possíveis sequelas que os tratamentos mais
invasivos podem gerar. É muito importante esta informação, pois o que se
questiona hoje é se não fazemos diagnósticos demais ("over
diagnosis") e tratamentos demais ("over treatment"), causando
mais sequelas do que benefícios", conclui o dr Álvaro.
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