Tanto portadores do diabetes tipo 1 quanto do tipo 2, em geral, podem apresentar deficiência de B12. A deficiência pode levar a complicações hematológicas, psíquicas e neurológicas graves, como a anemia megaloblástica e perniciosa e até demência
O açúcar é tratado como o grande vilão para o
desenvolvimento do diabetes, no entanto, ele não é o único responsável por
desencadear a doença: excesso de calorias ingeridas, má alimentação, obesidade,
sedentarismo e histórico familiar são fatores de risco para a enfermidade
crônica, perigosa e que afeta mais de 463 milhões de pessoas no mundo de acordo
com International Diabetes Federation e 16 milhões de
brasileiros, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Isso porque, sofrem
com a má absorção da insulina, hormônio responsável por controlar a glicose no
sangue, necessária para que o corpo tenha energia.
Porém, o que muitas pessoas não sabem é que a falta
de vitamina B12 - cuja forma ativa é conhecida como mecobalamina - é
comum tanto para pacientes com diabetes do tipo 1 quanto o do tipo 2, e essa
deficiência pode trazer consequências sérias. Nesse sentido, o caminho para
evitar qualquer agravamento é a suplementação além do devido monitoramento e
acompanhamento pelo médico especialista.
O que é a Vitamina B12?
A vitamina B12 é de extrema importância
para formação de células vermelhas do sangue, essencial para o funcionamento do
sistema nervoso central, mantendo a cognição e prevenindo a degeneração das
células, e é cofator de diversas enzimas necessárias ao organismo, inclusive na
produção de DNA. Por não ser produzida naturalmente pelo corpo humano, sua
fonte natural restringe-se a alimentos de origem animal, especialmente leite,
carne e ovos, que precisam fazer parte da alimentação do paciente.
No entanto, é absorvida somente no intestino
delgado, e para tal, requer uma glicoproteína produzida pelas células parietais
do estômago, chamada de fator intrínseco, necessária para a absorção de
vitamina B12 no íleo terminal. Quando esse processo não ocorre
corretamente, sua absorção é diminuída.
Mecobalamina e Diabetes. Quais os perigos quando há
a falta?
É justamente a má absorção que pode ocorrer com
pacientes diagnosticados com a enfermidade. Isso porque o diabetes tipo 1 é uma
doença autoimune que está geralmente associada a outras do mesmo tipo e que
podem, no conjunto, diminuir a absorção de vitamina B12
Já com o diabetes tipo 2, a questão está associada
ao tratamento à base de metformina que, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Diabetes, é um medicamento-chave no tratamento da doença há mais de 60 anos e
que, como consequência do seu uso, pode reduzir os níveis de absorção da B12
em 30% dos casos.
“A preocupação reside no fato de que essa
deficiência pode permanecer assintomática por longos períodos e pode causar
danos neurológicos irreversíveis se não for tratada. Assim, importante pensar
na deficiência de B12 em pacientes com diabetes, já que a falta pode
levar a complicações hematológicas, psíquicas e neurológicas graves, como a anemia
megaloblástica e até demência”, explica Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari,
médica geriatra e responsável pelo núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação da Marjan Farma.
“Tais fatos reforçam a importância da realização de
exames periódicos, além da ingestão de alimentos que possuem vitamina B12 e
sua devida suplementação, seguindo as orientações de um médico responsável pelo
acompanhamento e tratamento do paciente”, complementa a especialista.
Tratamento indolor, por via sublingual e na forma ativa
Atualmente, para a suplementação da mecobalamina
existe o tratamento parenteral (injeções intramusculares), método que causa
dores agudas e que leva a pessoa, muitas vezes, à não adesão ao tratamento, e
que também pode ser dificultoso em pacientes muito magros ou com distúrbios de
coagulação.
Há também o tratamento oral, que pode ser utilizado
em casos de deficiência leve ou assintomática, e em pacientes que não
apresentam condições de má-absorção.
Por fim, a grande novidade é o tratamento via
sublingual de forma ativa, que oferece absorção imediata, um alívio ao paciente
com diabetes e enfatiza que nem todo tratamento médico precisa ser doloroso e
incômodo, uma realidade vivenciada ao longo de todos esses anos por aqueles que
precisam da suplementação.
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