Condição atinge todas as idades e exige atenção aos primeiros sinais, reforça oftalmologista
Com a chegada do verão, o aumento das temperaturas e
da umidade modifica o funcionamento das glândulas das pálpebras e favorece o
surgimento do terçol. A inflamação aparece como um nódulo doloroso, geralmente
próximo aos cílios, e provoca desconforto ao piscar, vermelhidão, sensação de
peso e irritação local. Embora seja uma condição comum, muita gente ainda
recorre a métodos caseiros sem eficácia — e alguns até prejudiciais.
A Dra. Olga Maria Calou, oftalmologista especialista em Cirurgia
Plástica Ocular do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, explica que o
problema ocorre quando há obstrução de glândulas que produzem a camada oleosa
do filme lacrimal. “Quando esse canal fica bloqueado, o conteúdo se acumula e
desencadeia inflamação. O calor intenso pode intensificar esse processo, porque
aumenta a oleosidade na região e favorece a proliferação de micro-organismos”,
afirma.
Segundo a especialista, diferentes situações podem contribuir para
a formação do terçol. “Hábitos como dormir com maquiagem, coçar demais os
olhos, exposição constante a poeira, excesso de gordura na dieta e oscilações
hormonais são fatores que elevam o risco. Em muitas pessoas, episódios
repetidos acontecem porque existe blefarite ou outra condição dermatológica
associada”, explica.
A Dra. Olga reforça que a maioria dos casos melhora com cuidados
simples realizados no início dos sintomas. “Compressas mornas ajudam muito,
porque dilatam o canal e facilitam a drenagem natural. Também é fundamental
manter a higiene da borda palpebral, remover maquiagem por completo e evitar
apertar a área inflamada. Apertar pode transformar algo simples em uma infecção
mais séria”, complementa.
Crenças
populares que NÃO devem ser seguidas
Apesar de ser um problema comum, o terçol ainda é cercado por
crendices bastante difundidas. A médica alerta para práticas que devem ser
evitadas:
• Passar aliança de ouro
Mito clássico. O metal não tem qualquer ação terapêutica
e pode carregar sujeira ou micro-organismos para a região. “Esse hábito pode
contaminar ainda mais a pálpebra e piorar a inflamação. Não há benefício
algum”, destaca.
• Soprar os olhos
Alguns acreditam que isso ‘seca’ o terçol. Além de
ineficaz, a prática direciona germes da boca para o olho, aumentando o risco de
infecções.
• Usar pomadas por conta própria
O uso indiscriminado de antibióticos ou corticoides
pode mascarar o quadro e causar complicações. “Nenhum medicamento deve ser
aplicado sem avaliação. Cada caso precisa ser analisado para que o tratamento
seja seguro”, reforça a oftalmologista.
• Aplicar café, saliva, folhas ou compressas geladas
Nenhum desses métodos tem respaldo científico e
alguns podem favorecer contaminação. A única compressa recomendada é a morna,
com água limpa e gaze.
Manter uma rotina de higiene adequada é a melhor forma de
prevenção. Lavar as mãos antes de tocar no rosto, higienizar as pálpebras,
descartar maquiagem antiga e respeitar os cuidados no uso de lentes de contato
são medidas essenciais durante todo o ano, especialmente nos meses mais
quentes.
A especialista orienta que o atendimento médico seja procurado
quando não houver melhora após alguns dias, quando houver dor intensa, febre ou
suspeita de infecção. “O terçol geralmente é simples, mas precisa de atenção
quando evolui rápido ou se repete com frequência. Nesses casos, investigamos
causas associadas e indicamos o tratamento correto”, conclui a Dra. Olga Maria
Calou, oftalmologista especialista em Cirurgia Plástica Ocular do HOPE –
Hospital de Olhos de Pernambuco.

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