Iniciativa busca ampliar o acesso a opções de tratamento para um dos tipos de câncer mais incidentes no país. Sociedade pode contribuir com a discussão até 30/12
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulamentação do sistema privado de saúde, abriu uma Consulta Pública (CP) nº 166 para avaliar a possível incorporação de uma nova alternativa terapêutica no Rol de cobertura dos planos de saúde para o tratamento do câncer de próstata em fase inicial, após esgotar as opções curativas (cirurgia e radioterapia), que permite atrasar a progressão da doença para o cenário metastático e consequentemente suas complicações.
Quando administrado precocemente, o tratamento em avaliação demonstrou um avanço significativo para homens com câncer de próstata hormônio-sensível não metastático com recorrência bioquímica de alto risco1. Um estudo recente revelou que a terapia de remédios combinados reduziu o risco de morte em 40,3% em comparação com o uso do tratamento padrão (monoterapia), até então1. Além disso, a taxa de sobrevida foi notavelmente maior no grupo da terapia combinada, com 78,9% dos pacientes vivos após 5 anos de acompanhamento, em contraste com 69,5% daqueles tratados apenas com a monoterapia1.
Esses resultados indicam que o início precoce do tratamento pode aumentar em mais de 40% a sobrevida desses pacientes, que anteriormente não tinham um consenso de tratamento e corriam o risco de 90% de progressão para doença metastática, ou seja, quando o câncer se espalha para outros órgãos1. Portanto, a adição desse tratamento em cenário precoce do câncer, possibilita uma sobrevida maior com qualidade de vida.
A CP nº 166 vai receber contribuições do
dia 11/12 até o dia 30/12, por meio do site da ANS e qualquer pessoa
pode participar. A contribuição oferecerá aos cidadãos a oportunidade de
participarem do processo de avaliação da inclusão do medicamento nos
planos de saúde, compartilhando suas opiniões e fazendo recomendações.
Câncer de Próstata
O câncer de próstata é uma doença que se desenvolve na glândula prostática, um órgão do sistema reprodutor masculino localizado abaixo da bexiga. É o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma2. Estima-se que 71.730 homens serão diagnosticados com câncer de próstata no Brasil entre 2023 e 2025, o que equivale a um risco de 67,86 novos casos a cada 100 mil homens3.
Embora muitos casos de câncer de próstata sejam de crescimento lento e não representem risco imediato à vida, algumas formas podem ser agressivas e se espalhar para outras partes do corpo. O diagnóstico precoce, frequentemente realizado por meio do exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), do toque retal e biópsia, é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar a progressão da doença4.
Ainda que o tratamento inicial seja bem-sucedido, alguns pacientes podem enfrentar a recorrência bioquímica da doença, que é o aumento dos níveis de PSA após o tratamento, mesmo sem evidência de metástases visíveis. Para pacientes com câncer de próstata hormônio-sensível, as células cancerígenas dependem de hormônios masculinos, como a testosterona, para crescer. Nesses casos, terapias que bloqueiam a produção ou a ação desses hormônios são eficazes. A gestão da recorrência bioquímica de alto risco é uma etapa crítica, pois a progressão para a doença metastática pode levar a um prognóstico menos favorável e comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente4.
O câncer de próstata sensível à castração não metastático com
recidiva bioquímica de alto risco é uma fase que surge após o
tratamento da doença localizada (cirurgia e/ou radioterapia). Nesse
estágio, há um novo aumento dos níveis de antígeno prostático específico
(PSA) no sangue, sugerindo possíveis sinais de retorno da doença5.
A Importância da Consulta Pública
Consultas Públicas são discussões de temas relevantes que contam
com a participação da sociedade, onde o poder público, neste caso, a ANS,
busca auxílios consultivos para o processo de tomada de
decisão de forma transparente e democrática6. A Consulta Pública
conta com a participação de cidadãos, de setores especializados da
sociedade, como médicos e outros profissionais da saúde, sociedades
científicas, entidades profissionais, universidades, institutos de pesquisa e
representações do setor regulado6.
Como participar da Consulta Pública?
Participar é simples e pode fazer a diferença. Saiba como contribuir:
1. Acesse o site: https://componentes-portal.ans.gov.br/link/ConsultaPublica/166
2. Leia o relatório e os documentos de apoio para
entender as avaliações, os critérios e as evidências
científicas do tratamento.
3. Na seção "Consultas Públicas Vigentes", escolha o
número 166 e clique em “Participar”
3. Envie sua opinião: Clique em "Consulta pública
nº 166 - Contribua agora", insira seus dados e tipo de
contribuinte e selecione a UAT 182.
4. Selecione a opção de preferência no campo
"Opinião", inclua sua opinião e justificativa.
5. Selecione a caixa com o texto “Concordo com o envio das
contribuições e estou ciente de que os dados informados nos campos texto não
possuem dados pessoais e de contato devido a sua possível publicação através do
relatório de contribuições”.
6. Em seguida, clique em "Incluir
contribuição" e, por fim, em "Enviar
contribuições".
Astellas
www.astellas.com
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