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A Organização Mundial da Saúde estima que metade da população mundial conviverá com o problema, que pode evoluir para graus elevados e aumentar o risco de complicações oculares
Seu filho passa muito tempo em frente às telas? O
hábito, cada vez mais presente na rotina de crianças e adolescentes, ajuda a
explicar por que a miopia é considerada hoje uma prioridade global em saúde
ocular. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a projeção é que, até
2050, cerca de metade da população mundial apresente dificuldade para enxergar
de longe, o que representa bilhões de pessoas afetadas. Dentro desse cenário,
quase um bilhão deve desenvolver a chamada alta miopia, caracterizada por graus
elevados, acima de cinco, e associada a um risco significativamente maior de
complicações oculares graves, como descolamento de retina, glaucoma, catarata e
até perda definitiva da visão.
De acordo com o Dr. Luciano Azevedo Soter, oftalmologista do
H.Olhos, Hospital de Olhos da rede Vision One, a alta miopia exige atenção especial
justamente pelo impacto que pode causar ao longo da vida. “Quanto mais alto o
grau de miopia, maior o alongamento do globo ocular, o que favorece alterações
estruturais importantes principalmente na retina, que é a camada sensorial do
olho, o que aumenta o risco de doenças oculares potencialmente graves”, explica
ele.
O médico esclarece que a miopia tem origem multifatorial. A
predisposição genética é o fator mais relevante, mas o estilo de vida exerce
influência direta na progressão do problema. “Crianças que passam pouco tempo
ao ar livre e muitas horas em atividades de visão de perto, como o uso contínuo
de celulares, tablets e computadores, tendem a apresentar progressão mais
rápida do grau”, afirma. Ele destaca que a exposição à luz natural, a prática
de atividades ao ar livre e o estímulo da visão para longas distâncias, são de
extrema importância para o controle da progressão da miopia.
A alta miopia preocupa porque não se limita à dificuldade para
enxergar de longe. “Estamos falando de uma condição que aumenta
consideravelmente o risco de complicações como descolamento e degenerações da
retina, glaucoma, e catarata precoce, problemas que podem comprometer a visão
de forma permanente”, alerta o oftalmologista. “Esses riscos acompanham o
paciente ao longo da vida, especialmente quando a miopia surge ainda na
infância. Além disso, a alta miopia dificulta a correção cirúrgica na idade
adulta, tornando os procedimentos mais complexos e de maior risco”, complementa
o médico.
O acompanhamento oftalmológico regular é fundamental, e deve ser
iniciado de preferência antes dos 5 anos de idade. “Muitas vezes, a criança não
percebe que enxerga mal, porque acredita que aquela é a forma normal de ver.
Por isso, os pais devem ficar atentos a sinais como dificuldade para enxergar
de longe, aproximação excessiva de telas e livros, dores de cabeça frequentes,
queda no rendimento escolar e desinteresse por atividades que exigem esforço
visual”, orienta o especialista.
O tratamento da miopia vai além da correção com óculos ou lentes de contato. Atualmente, existem estratégias voltadas ao controle da progressão do grau, que podem incluir lentes específicas, colírios e orientações comportamentais. “O objetivo dessas abordagens é desacelerar o avanço da miopia, reduzir a chance de atingir graus elevados e, consequentemente, minimizar o risco de complicações futuras”, explica o oftalmologista.
Para o período de férias escolares, em que o tempo diante das
telas costuma aumentar, o médico reforça a importância de estabelecer limites e
incentivar hábitos mais saudáveis. “Medidas simples, como pausas regulares
durante o uso de eletrônicos, estímulo a atividades ao ar livre e
acompanhamento oftalmológico periódico, fazem diferença na preservação da saúde
visual ao longo da infância”, finaliza o Dr. Luciano Azevedo Soter,
oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da rede Vision One.

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