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O
Dezembro Vermelho de 2025 representa um marco histórico: a celebração dos 40 anos da
resposta brasileira ao HIV/AIDS, reconhecida mundialmente pela
força do SUS e, mais recentemente, pela eliminação da transmissão vertical (de
mãe para filho) como problema de saúde pública.
No
entanto, o cenário traz um alerta renovado: o Brasil registrou cerca de 40 mil
novos casos anuais de HIV nos últimos anos, segundo dados do
Ministério da Saúde, e foi percebida uma mudança no perfil epidemiológico.
Hoje, a faixa etária mais acometida está entre 20 e 29 anos.
"São pessoas que se infectam muito precocemente e têm uma longa vida pela
frente convivendo com uma condição crônica", explica Dr. Victor Castro
Lima, infectologista da Rede Mater Dei de Saúde. Ele reforça que, embora homens
que fazem sexo com homens (HSH) ainda sejam o grupo com maior incidência, "qualquer pessoa pode se
infectar pelo HIV, independente do gênero ou orientação sexual".
Para
o especialista, os números refletem, em parte, uma desinformação combinada à
"falsa sensação de segurança" proporcionada pelos tratamentos
modernos disponíveis. "Apesar de termos medicamentos eficazes e avanços
importantes no tratamento, nada substitui o uso do preservativo, a testagem
periódica e a utilização de
métodos de prevenção como PEP e PrEP. A informação correta ainda é nossa melhor ferramenta",
afirma o especialista.
Para
combater o estigma que afasta as pessoas do diagnóstico, também é crucial
atualizar a imagem que se tem do tratamento. O especialista da Rede Mater Dei
lembra que, antigamente, o paciente precisava tomar vários comprimidos por dia e com muitos efeitos colaterais, o que controlava a infecção,
tratando-se com o chamado “coquetel” – mas que comprometia sua qualidade de
vida. Hoje, esse não é mais o padrão para o tratamento.
"Desde
aquela época surgiram novas drogas e novas classes de antirretrovirais com menos efeitos colaterais e uma evolução muito grande na posologia",
explica Dr. Victor. Ele exemplifica que o esquema preferencial de início de
tratamento no Brasil hoje consiste, muitas vezes, no uso de apenas dois
comprimidos uma vez por dia. "Comparado a condições como hipertensão ou
diabetes, o tratamento de primeira linha para o HIV hoje é, por vezes, menos
complexo", completa.
A
estratégia de combate ao vírus também mudou, contando não só com a recomendação
do uso do preservativo, mas também com a chamada "Prevenção
Combinada". O Dr. Victor destaca duas ferramentas farmacológicas
essenciais disponíveis: a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e a PrEP (Profilaxia
Pré-Exposição). A PEP é uma medida de urgência para quem teve exposição sexual
de risco ou acidente com material biológico, e deve ser iniciada em até 72 horas,
com duração de 28 dias. Já a PrEP é o uso regular de medicação preventiva,
indicado para pessoas com alto risco de exposição, como quem tem parceiros
soropositivos ou múltiplas parcerias sexuais sem proteção.
Outro
pilar fundamental para desestigmatizar a doença é o conceito Indetectável
= Intransmissível (I=I). "Hoje, nós não temos nenhum
relato de caso na literatura científica mundial de que uma pessoa que esteja em
tratamento antirretroviral regular e com carga viral indetectável transmita a
doença", afirma o infectologista. Isso significa que o tratamento não
apenas protege o indivíduo, mas quebra a cadeia de transmissão.
Importância
do diagnóstico precoce
Apesar
de toda a tecnologia disponível, o diagnóstico tardio ainda é uma realidade
preocupante, muitas vezes associada à vulnerabilidade social. Quando o paciente
só procura ajuda após os sintomas aparecerem, o sistema imunológico já pode
estar comprometido.
"Todo
mundo que já teve vida sexual deve fazer o teste pelo menos uma vez na vida,
porque a infecção pode ser silenciosa. Quem tem atividades sexuais de forma regular deve ser testado
periodicamente, conforme o risco", alerta o Dr.
Victor. “Na Rede Mater Dei, acompanhamos pacientes de todas as idades e
reforçamos que viver com HIV é possível, mas prevenir é sempre o melhor
caminho. Testar, tratar e proteger são três pilares que precisam
caminhar juntos."
Rede Mater Dei de Saúde
Minas Gerais: Hospital Mater Dei Santo Agostinho, Hospital Mater Dei Contorno, Hospital Mater Dei Betim-Contagem, Hospital Mater Dei Nova Lima, Hospital Mater Dei Santa Genoveva, CDI Imagem e Hospital Mater Dei Santa Clara.
Bahia: Hospital Mater Dei Salvador e Hospital Mater Dei Emec
Goiás: Hospital Mater Dei Goiânia

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