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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Temporada de chuvas eleva risco de quedas e fraturas graves em idosos

As quedas são a segunda causa de óbito entre causas externas na população com mais de 60 anos 

 

Com o começo da temporada de chuvas no país, aumenta significativamente o risco de quedas entre a população idosa. Nesta época médicos apontam uma preocupante questão de saúde pública: as superfícies escorregadias, calçadas encharcadas e pisos irregulares tornam-se armadilhas para quem já tem redução de equilíbrio e fragilidade óssea. 

Segundo o Dr. Fábio Elói, cirurgião de quadril pela Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ), especialista em ortopedia e traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e Oncologista Ortopedista pela Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO), as quedas representam um risco muito mais grave para pessoas idosas. 

“Além da maior fragilidade óssea, com maior propensão a fraturas, como as de quadril, o tempo de recuperação é mais longo e, muitas vezes, pode comprometer de forma definitiva a mobilidade, a independência e a qualidade de vida”, explica.

 

Quedas: uma causa importante de morte 

De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na faixa etária a partir de 60 anos, a queda é a segunda causa de óbito entre causas externas. Um estudo da Fiocruz aponta que, após hospitalização por fratura decorrente de queda, a mortalidade acumulada em um ano chega a 25,2%, em comparação a 4% em idosos sem fraturas graves. 

As fraturas de quadril e fêmur são especialmente graves, explica o dr. Fábio, pois muitas vezes exigem cirurgia. 

A cirurgia para fraturas de quadril ou fêmur é um procedimento de grande porte, que envolve riscos e um longo processo de recuperação. Além disso, a reabilitação exige cuidados multidisciplinares, com fisioterapia para restaurar a mobilidade, prevenir tromboses, infecções e outras complicações relacionadas à imobilidade prolongada.

 

Cirurgia: principais riscos e complicações 

As fraturas de quadril e fêmur em idosos geralmente exigem cirurgia de emergência, realizada idealmente nas primeiras 24 a 48 horas após a queda. Esse prazo reduz riscos de infecção, trombose, complicações cardíacas e mortalidade. 

O tipo de procedimento depende do local e da gravidade da fratura, e pode ser: 

Osteossíntese (fixação interna): indicada quando é possível reconstruir o osso, por meio da utilização de placas, parafusos ou hastes metálicas para estabilizar o fêmur e permitir a consolidação. É feita por meio de pequenas incisões e guiada por raio-X no centro cirúrgico. 

Artroplastia parcial ou total do quadril (prótese): recomendada em fraturas mais graves, especialmente no colo do fêmur, quando o suprimento sanguíneo da cabeça femoral está comprometido. Nestes casos, a prótese poderá ser parcial ou total. 

Após a cirurgia, o idoso precisa iniciar mobilização o mais cedo possível, mas isso nem sempre é simples. Dor intensa e limitação de movimentos dificultam o início da fisioterapia. No entanto, o risco de trombose, infecções, pneumonia e perda de massa muscular aumentam com o repouso prolongado. 

Por isso, o Dr. Fábio reforça que a prevenção da queda continua sendo a melhor estratégia para proteger a vida, a autonomia e a mobilidade da população idosa.

 

Prevenção como prioridade 

O Dr. Fábio sugere algumas medidas preventivas, que podem ajudar no dia a dia dentro e fora de casa. Confira: 

Adaptar o ambiente doméstico, com a instalação de corrimões, colocação de tapetes antiderrapantes e boa iluminação inclusive à noite em corredores e banheiros

Avaliação médica periódica e acompanhamento em casos de osteoporose ou fraqueza muscular

Exercícios regulares de equilíbrio e fortalecimento

Uso de calçados seguros e confortáveis

Atenção redobrada em superfícies molhadas


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