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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

DANÇA: O QUE ELA FAZ PELO CÉREBRO?

A dança é muito mais do que uma atividade de lazer; é uma poderosa ferramenta de saúde física, emocional e social. Conforme a idade avança é fundamental manter o corpo ativo e a mente estimulada para preservar a autonomia, o bem-estar e a qualidade de vida. A dança reúne tudo isso de forma leve, prazerosa e profundamente humana.

 

Durante a dança, o cérebro ativa diferentes áreas importantes como o hipocampo (responsável pela memória e orientação espacial); córtex pré-frontal (responsável por tomada de decisões, foco e planejamento motor); gânglios da base e cerebelo (fundamentais para controle fino dos movimentos e equilíbrio) e o sistema límbico (ligado às emoções e ao prazer).

 

A dança estimula a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de criar novas conexões) e a liberação de neurotransmissores, como dopamina, serotonina e endorfinas, substâncias que melhoram o humor, reduzem a ansiedade e fortalecem a sensação de bem-estar. 

 

Em idosos, isso é especialmente importante para manter a agilidade cognitiva, reduzir o declínio da memória, proteger contra doenças neurodegenerativas e a melhorar a velocidade de processamento mental. A combinação de música + movimento é uma das formas mais eficientes de ativar essas redes neurais.

 

Além disso, ajuda a quebrar a sensação de isolamento, tão comum nessa fase da vida, e cria uma conexão emocional poderosa com o corpo e com as memórias ligadas à música.

 

Uma dúvida comum: o que é melhor, dançar sozinho ou com alguém ou em grupo? Qualquer uma delas oferece benefícios com vantagens diferentes. Dançar sozinho permite a escolha do ritmo e da música, bem como explorar o corpo e os movimentos, favorece a autonomia e o autoconhecimento corporal e pode ser feita em casa, sempre que der vontade.

 

Por outro lado, dançar com outra pessoa gera sentimento de pertencimento, facilita a socialização e novas amizades, trabalha parceria, contato, confiança e cooperação e cria uma experiência coletiva que potencializa o bem-estar.

 

Além disso, participar de aulas ou grupos cria uma sensação profunda de pertencimento. O ritmo compartilhado faz com que todos se sintam parte de algo maior, como se a música criasse um laço invisível entre as pessoas.


Para obter benefícios físicos e mentais, recomenda-se a prática de dança por 1 hora entre 2 e 3 vezes por semana, pode iniciar 1 ou 2 vezes e aumentar gradualmente. O importante é respeitar seus limites e buscar um ritmo que seja agradável e que seja de sua preferência porque a dança deve ser sinônimo de alegria, não de obrigação.

 

Em resumo: a dança é uma intervenção poderosa, barata e acessível para a saúde na terceira idade. Ela melhora equilíbrio, memória, humor, atenção e ainda fortalece conexões sociais sendo um verdadeiro exercício para o corpo e para o cérebro.

 

Se você busca envelhecer com autonomia, clareza mental e qualidade de vida, dançar é um excelente caminho. A dança é uma intervenção poderosa, barata e acessível para a saúde. 




Dr. Kleber Duarte – Neurocirurgião - com quase 30 anos de experiência na área de neurocirurgia funcional e dor. Atualmente é coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tem amplo conhecimento e alta qualificação em técnicas cirúrgicas e de estereotaxia para tratamento de doenças que comprometem o sistema motor e em dores crônicas.
@drkleberduarte


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