A dança é muito mais do que uma atividade de lazer; é uma poderosa ferramenta de saúde física, emocional e social. Conforme a idade avança é fundamental manter o corpo ativo e a mente estimulada para preservar a autonomia, o bem-estar e a qualidade de vida. A dança reúne tudo isso de forma leve, prazerosa e profundamente humana.
Durante a dança, o cérebro ativa diferentes áreas importantes
como o hipocampo (responsável pela memória e orientação
espacial); córtex pré-frontal (responsável por tomada de decisões,
foco e planejamento motor); gânglios da base e cerebelo (fundamentais para
controle fino dos movimentos e equilíbrio) e o sistema
límbico (ligado às emoções e ao prazer).
A dança estimula a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de
criar novas conexões) e a liberação de neurotransmissores,
como dopamina, serotonina e endorfinas, substâncias que melhoram o humor,
reduzem a ansiedade e fortalecem a sensação de bem-estar.
Em idosos, isso é especialmente importante para manter a agilidade
cognitiva, reduzir o declínio da memória, proteger contra
doenças neurodegenerativas e a melhorar a velocidade de processamento
mental. A combinação de música + movimento é uma das formas mais
eficientes de ativar essas redes neurais.
Além disso, ajuda a quebrar a sensação de isolamento, tão comum
nessa fase da vida, e cria uma conexão emocional poderosa com o corpo e com as
memórias ligadas à música.
Uma dúvida comum: o que é melhor, dançar sozinho ou com alguém ou
em grupo? Qualquer uma delas oferece benefícios
com vantagens diferentes. Dançar sozinho permite a escolha do
ritmo e da música, bem como explorar o corpo e os movimentos, favorece a
autonomia e o autoconhecimento corporal e pode ser feita em casa,
sempre que der vontade.
Por outro lado, dançar com outra pessoa gera sentimento de pertencimento, facilita a socialização e novas amizades, trabalha parceria, contato, confiança e cooperação e cria uma experiência coletiva que potencializa o bem-estar.
Além disso, participar de aulas ou grupos cria uma sensação profunda
de pertencimento. O ritmo compartilhado faz com que todos se sintam parte
de algo maior, como se a música criasse um laço invisível entre as pessoas.
Para obter benefícios físicos e mentais, recomenda-se a prática de dança
por 1 hora entre 2 e 3 vezes por semana, pode iniciar 1 ou 2 vezes e
aumentar gradualmente. O importante é respeitar seus limites e buscar um
ritmo que seja agradável e que seja de sua preferência porque a dança
deve ser sinônimo de alegria, não de obrigação.
Em resumo: a dança é uma intervenção poderosa, barata e acessível para a
saúde na terceira idade. Ela melhora equilíbrio, memória, humor, atenção e
ainda fortalece conexões sociais sendo um verdadeiro exercício para o
corpo e para o cérebro.
Se você busca envelhecer com autonomia, clareza mental e qualidade de vida, dançar é um excelente caminho. A dança é uma intervenção poderosa, barata e acessível para a saúde.
Dr. Kleber Duarte – Neurocirurgião - com quase 30 anos de experiência na área de neurocirurgia funcional e dor. Atualmente é coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tem amplo conhecimento e alta qualificação em técnicas cirúrgicas e de estereotaxia para tratamento de doenças que comprometem o sistema motor e em dores crônicas.
@drkleberduarte


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