Especialista do Grupo Villela lista medidas essenciais para empresários evitarem problemas
Com mais de 6,3 milhões de micro e pequenas
empresas optantes pelo Simples Nacional, segundo o Ministério da Fazenda, a
manutenção do regime segue como uma das maiores preocupações dos empreendedores
— especialmente diante da expectativa de maior rigor na fiscalização em 2026. O
limite de faturamento de R$4,8 milhões, as restrições por atividade e o avanço
dos cruzamentos eletrônicos têm deixado empresários em alerta para evitar erros
que podem resultar no desenquadramento automático.
Para Rodrigo Molinaro, especialista em gestão
contábil do Grupo Villela, o principal risco é a falsa sensação de
segurança que muitos donos de negócios ainda têm sobre o Simples. “O regime é
vantajoso, mas exige atenção constante. Muita empresa perde o enquadramento não
por faturar mais, e sim por descuidos operacionais e burocráticos”,
explica.
Segundo ele, antecipar ajustes e fazer uma
gestão preventiva será decisivo para quem quer chegar a 2026 sem surpresas.
Pensando nisso, ele separou 8 dicas importantes para não perder o enquadramento
especial:
1. Monitore o faturamento mês a mês — e não apenas no fechamento do ano
De acordo com Molinaro, muitos empresários só
avaliam o faturamento no acumulado anual, quando já é tarde para corrigir
excessos. A recomendação é acompanhar as receitas mensalmente e projetá-las,
mantendo um controle rigoroso para não ultrapassar o limite anual de R$4,8
milhões.
2. Revise todos os CNAEs para evitar desenquadramentos automáticos
Nem todas as atividades podem optar pelo
Simples Nacional. Molinaro ressalta que é comum empresas manterem CNAEs antigos
que não são permitidos, e isso pode gerar exclusão imediata. A dica é revisar
periodicamente o cadastro e ajustar qualquer atividade incompatível.
3. Mantenha todas as obrigações acessórias em dia
Atrasos ou omissões em declarações como
DEFIS, PGDAS-D e notas fiscais eletrônicas podem levar ao desenquadramento. O
especialista alerta que o Fisco tem cruzado dados com muito mais precisão nos
últimos anos — e 2026 deve intensificar esse movimento.
4. Cuide das dívidas tributárias: não deixe acumular débitos
Débitos com a Receita ou com a
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são um dos motivos mais comuns de
exclusão. É recomendável negociar parcelamentos assim que surgirem pendências e
evitar regularizações de última hora, que podem não ser computadas a tempo.
5. Controle a folha de pagamento e evite contratações irregulares
A folha tem impacto direto na carga
tributária de empresas do Simples. Manter vínculos trabalhistas irregulares ou
contratações fora do escopo permitido pode gerar riscos e custos inesperados.
Uma gestão trabalhista preventiva evita multas e protege o enquadramento.
6. Atenção redobrada às operações interestaduais
Empresas que vendem para outros estados
precisam conferir diferenças de alíquotas, ICMS-ST e obrigações específicas.
Segundo Molinaro, erros nesse ponto são frequentes e podem gerar passivos
capazes de comprometer o regime.
7. Faça uma auditoria tributária preventiva antes de 2026
O ideal é que as empresas realizem, ainda em
2025, uma auditoria tributária completa para identificar riscos,
inconsistências e oportunidades de ajuste. Essa revisão ajuda a corrigir
problemas antes que o Fisco notifique ou desenquadre o negócio.
8. Atualize o planejamento financeiro e considere cenários para 2026
Por fim, a orientação é que donos de empresas
revisem o plano financeiro anual considerando os possíveis gargalos tributários
do próximo ano — incluindo mudanças legislativas ou econômicas que possam
influenciar o enquadramento no Simples.
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