Pesquisar no Blog

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

O que é o assoalho pélvico e por que você deveria conhecê-lo melhor

Localizado na base da pelve, o assoalho pélvico forma uma espécie de “rede”
que sustenta o peso dos órgãos e garante estabilidade ao centro do corpo
 
Divulgação/Canva

Da adolescência à maturidade, alterações no assoalho pélvico podem impactar o bem-estar de mulheres e homens; por isso, compreender essa musculatura e reconhecer sintomas é parte importante do autocuidado 

 

O assoalho pélvico é uma estrutura muscular fundamental para o equilíbrio do corpo, mas ainda pouco conhecida pela maior parte da população. Formado por músculos, ligamentos e fáscias que sustentam órgãos como bexiga, útero e reto, ele atua diretamente no controle urinário e intestinal, na função sexual, na postura e até na respiração. Apesar disso, costuma ser lembrado apenas quando algo começa a funcionar mal - o que pode acontecer em qualquer fase da vida, da infância à terceira idade.

De acordo com a fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher, Dra. Daniella Leiros, compreender o papel dessa musculatura é essencial para prevenir e tratar desconfortos íntimos. “O assoalho pélvico é responsável por funções importantes do nosso corpo, como o controle urinário, o suporte dos órgãos e a vida sexual saudável”, explica.

 

Como funciona essa estrutura

Localizado na base da pelve, o assoalho pélvico forma uma espécie de “rede” que sustenta o peso dos órgãos e garante estabilidade ao centro do corpo. Ele se contrai e relaxa de forma coordenada, é flexível para permitir a continência, o esvaziamento vesical e intestinal e o conforto nas relações sexuais.

Quando essa musculatura enfraquece ou perde coordenação, surgem sinais de alerta como escape de urina ao tossir, dor pélvica, dificuldade para evacuar, sensação de peso na pelve ou desconforto íntimo durante o sexo ou exames ginecológicos. “Se você sente dor, dificuldade para usar absorventes ou desconforto em exames, isso é o corpo pedindo atenção”, orienta a fisioterapeuta.

 

Disfunções podem aparecer em todas as idades

Embora sejam mais discutidos na gestação, no pós-parto e no climatério, os problemas relacionados ao assoalho pélvico não têm idade para surgir. Adolescentes podem apresentar dores íntimas, posturais ou dificuldade com absorventes; mulheres jovens podem sentir incômodo nas relações; homens podem vivenciar dor pélvica crônica, alterações urinárias ou dificuldades após cirurgias de próstata. Segundo Daniella, no caso deles, não há motivo para sofrer em silêncio: “Muitas pessoas ainda sofrem caladas com sintomas que têm tratamento”.

 

Como identificar que algo não vai bem

Os sinais mais frequentes de problemas no assoalho pélvico incluem escapes de urina ao rir, tossir ou pular; dor durante ou após a relação sexual; pressão ou sensação de “peso” na pelve; dificuldade para segurar gases ou evacuar; dor íntima no uso de absorventes ou durante exames; dor pélvica crônica que afeta o bem-estar emocional, social e profissional.

A dor íntima, em especial, gera impacto amplo. “A dor não é apenas física. Ela afeta a autoestima, a rotina, a vida sexual e até o humor”, aponta a fisioterapeuta.

 

O papel da fisioterapia pélvica

A fisioterapia pélvica atua tanto na prevenção quanto na reabilitação. Pode fortalecer, relaxar, reorganizar ou melhorar a coordenação dos músculos conforme a necessidade de cada pessoa. Técnicas de fortalecimento, consciência corporal, automassagem, mobilidade, alongamento, respiração e relaxamento fazem parte do processo.

“O alívio começa com o cuidado certo. A fisioterapia ‘pélvica’ ajuda a reduzir a dor, melhorar a postura, fortalecer a musculatura e devolver qualidade de vida”, explica Daniella.

 

Prevenção é parte do autocuidado

Exercícios simples, feitos no dia a dia, podem melhorar o controle urinário, reduzir dores menstruais, aumentar a percepção corporal e até intensificar o prazer sexual. O conhecimento sobre essa região ajuda a romper tabus e identificar precocemente alterações que, quando tratadas a tempo, evitam complicações mais sérias.

“Dor não é normal. Ninguém precisa conviver com desconforto. A fisioterapia pélvica é um caminho seguro para recuperar bem-estar e autonomia em qualquer fase da vida”, finaliza a Dra. Daniella Leiros.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados