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No dia 14, o mundo todo se volta ao Dia Mundial do
Sono. Instituído em 2008 pela Associação Mundial do Sono, com sede nos EUA, o
objetivo dessa data é chamar atenção da importância do sono em relação à saúde.
De acordo com dados divulgados pela Academia Brasileira do Sono (ABS), cerca de
73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono, o que representa cerca
de 30% da população. Muitas vezes, eles estão relacionados a outros problemas
de saúde, é o que explica Pedro Saddi, médico endocrinologista e patologista
clínico da SBPC/ML.
Segundo Saddi, o hipertireoidismo, disfunção da glândula tireoide que provoca produção excessiva de hormônios tireoidianos, é uma das condições que impactam na qualidade do sono. “O hipertiroidismo é uma condição onde todo o metabolismo fica mais acelerado. Nesse sentido, pode ocorrer pensamento acelerado e insônia. A redução do excesso de hormônio tiroideano com o tratamento adequado leva de volta a rotina de sono normal”, explica.
Além disso, o endocrinologista explica que existem outros
distúrbios endócrinos que afetam diretamente o sono. São eles:
- Obesidade – “A obesidade é
um forte fator de risco para apneia obstrutiva do sono (AOS), um distúrbio
comum caracterizado por pausas na respiração durante o sono”, destaca;
- Diabetes tipo 2 – “A má
qualidade do sono é um fator de risco conhecido para esse tipo de
diabetes, e distúrbios do sono são comuns em indivíduos com essa
condição”;
- Acromegalia – “Ela é
causada pelo excesso de hormônio do crescimento e está associada
diretamente à AOS”;
- Síndrome de Cushing – “Causada pela
exposição prolongada a altos níveis de cortisol, conhecido como o
‘hormônio do estresse’, pode causar insônia, por exemplo”, esclarece.
Mulheres devem ficar mais atentas ao sono
De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de Loughborough, no Reino Unido, mulheres precisam de 20 minutos a mais de sono que homens, em média. Outros pesquisadores também afirmam que elas precisam de uma noite mais longa de sono porque apresentam ansiedade ou utilizam o cérebro de forma mais ativa que eles.
O peso da responsabilidade e de tarefas de cuidado que, em grande parte, recaem sobre as mulheres são fatores importantes que dificultam o relaxamento, lembram os pesquisadores.
Além disso, condições como gravidez e menopausa influenciam diretamente no sono, segundo o patologista clínico da SBPC/ML. “A gravidez pode afetar o sono por diversos mecanismos, geralmente relacionados ao aumento do volume do abdome. Conforme o bebê vai crescendo, o diafragma, principal músculo da ventilação, fica comprimido. Principalmente quando a gestante deita com as costas apoiadas no colchão”, elucida o especialista. Ele também chama atenção para a doença do refluxo gastroesofágico e o aumento do número de micções que podem impactar o sono das gestantes.
Já na fase peri-menopausa, Pedro ressalta que a flutuação dos hormônios ovarianos pode prejudicar o sono, levando a ondas de calor, suores noturnos e mudanças de humor. “Esse período pode anteceder e suceder à menopausa em cerca de 5 anos”, diz. “Durante a menopausa, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem, o que pode afetar a termorregulação do cérebro, levando a ondas de calor e suores noturnos e alterações do ciclo natural de sono-vigília do corpo, que é o ritmo circadiano”, finaliza.
O diagnóstico de distúrbio primário do sono é feito com base na suspeita clínica e o exame de polissonografia. Exames laboratoriais devem fazer parte dessa investigação para se identificar ou afastar causas secundárias.
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