sexta-feira, 14 de março de 2025

Dia Mundial do Sono: conheça as condições que podem afetar seu sono

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Membro da SBPC/ML explica quais estados de saúde podem influenciar a qualidade do sono


No dia 14, o mundo todo se volta ao Dia Mundial do Sono. Instituído em 2008 pela Associação Mundial do Sono, com sede nos EUA, o objetivo dessa data é chamar atenção da importância do sono em relação à saúde. De acordo com dados divulgados pela Academia Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono, o que representa cerca de 30% da população. Muitas vezes, eles estão relacionados a outros problemas de saúde, é o que explica Pedro Saddi, médico endocrinologista e patologista clínico da SBPC/ML. 

Segundo Saddi, o hipertireoidismo, disfunção da glândula tireoide que provoca produção excessiva de hormônios tireoidianos, é uma das condições que impactam na qualidade do sono. “O hipertiroidismo é uma condição onde todo o metabolismo fica mais acelerado. Nesse sentido, pode ocorrer pensamento acelerado e insônia. A redução do excesso de hormônio tiroideano com o tratamento adequado leva de volta a rotina de sono normal”, explica. 

Além disso, o endocrinologista explica que existem outros distúrbios endócrinos que afetam diretamente o sono. São eles:

  • Obesidade – “A obesidade é um forte fator de risco para apneia obstrutiva do sono (AOS), um distúrbio comum caracterizado por pausas na respiração durante o sono”, destaca;
  • Diabetes tipo 2 – “A má qualidade do sono é um fator de risco conhecido para esse tipo de diabetes, e distúrbios do sono são comuns em indivíduos com essa condição”;
  • Acromegalia – “Ela é causada pelo excesso de hormônio do crescimento e está associada diretamente à AOS”;
  • Síndrome de Cushing – “Causada pela exposição prolongada a altos níveis de cortisol, conhecido como o ‘hormônio do estresse’, pode causar insônia, por exemplo”, esclarece.
     

Mulheres devem ficar mais atentas ao sono

De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de Loughborough, no Reino Unido, mulheres precisam de 20 minutos a mais de sono que homens, em média. Outros pesquisadores também afirmam que elas precisam de uma noite mais longa de sono porque apresentam ansiedade ou utilizam o cérebro de forma mais ativa que eles. 

O peso da responsabilidade e de tarefas de cuidado que, em grande parte, recaem sobre as mulheres são fatores importantes que dificultam o relaxamento, lembram os pesquisadores. 

Além disso, condições como gravidez e menopausa influenciam diretamente no sono, segundo o patologista clínico da SBPC/ML. “A gravidez pode afetar o sono por diversos mecanismos, geralmente relacionados ao aumento do volume do abdome. Conforme o bebê vai crescendo, o diafragma, principal músculo da ventilação, fica comprimido. Principalmente quando a gestante deita com as costas apoiadas no colchão”, elucida o especialista. Ele também chama atenção para a doença do refluxo gastroesofágico e o aumento do número de micções que podem impactar o sono das gestantes. 

Já na fase peri-menopausa, Pedro ressalta que a flutuação dos hormônios ovarianos pode prejudicar o sono, levando a ondas de calor, suores noturnos e mudanças de humor. “Esse período pode anteceder e suceder à menopausa em cerca de 5 anos”, diz. “Durante a menopausa, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem, o que pode afetar a termorregulação do cérebro, levando a ondas de calor e suores noturnos e alterações do ciclo natural de sono-vigília do corpo, que é o ritmo circadiano”, finaliza. 

O diagnóstico de distúrbio primário do sono é feito com base na suspeita clínica e o exame de polissonografia. Exames laboratoriais devem fazer parte dessa investigação para se identificar ou afastar causas secundárias. 

 

SBPC/ML - Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial


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