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sexta-feira, 14 de março de 2025

Dia Mundial do Rim destaca a importância do exame de creatinina na prevenção de doenças renais

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz ressalta os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica

 

Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e apoiar pacientes que convivem com alguma Doença Renal Crônica (DRC), celebra-se nesta quinta-feira, 13 de março o Dia Mundial do Rim. Nesse ano, a campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia tem como tema: "Seus rins estão ok? Faça exame de creatinina para saber!", enfatizando a detecção precoce por meio dessa medição. 

No Brasil, a Doença Renal Crônica (DRC) é uma preocupação crescente, dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2019 e 2023, houve um aumento de mais de 150% no número de atendimentos relacionados à condição na rede pública. Além disso, ainda segundo o ministério, a prevalência estimada de DRC em adultos é de 6,7%, triplicando em indivíduos com 60 anos ou mais.  

De acordo com Dr. Américo Cuvello, chefe do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o diagnóstico precoce se torna fundamental uma vez que as doenças renais muitas vezes são assintomáticas em estágios iniciais e intermediários, sendo o exame de creatinina o método mais acessível e eficaz para investigar a função renal. 

A creatinina é uma substância produzida pelos músculos como resultado do metabolismo da creatina, composto essencial para a geração de energia. Normalmente, os rins filtram a creatinina do sangue, a eliminando pela urina. Quando a função renal está comprometida, os níveis de creatinina no sangue tendem a aumentar, pois os rins não conseguem eliminá-la adequadamente. 

Portanto, alterações nos valores de creatinina podem indicar desde pequenas disfunções renais até quadros mais graves de insuficiência renal. O acompanhamento regular desse exame é essencial para detectar precocemente qualquer alteração na função renal e evitar a progressão da doença. 

O médico destaca que os grupos de risco incluem: pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagistas e idosos. "É crucial que indivíduos com esses fatores de riscos, ou com histórico familiar de problemas renais, incluam em seus check-ups de rotina exames de urina com medição de creatinina para avaliar o funcionamento dos rins", orienta o especialista. 

Alguns sinais podem indicar a necessidade de investigação médica. Alterações visíveis na coloração e consistência da urina, por exemplo, podem indicar problemas renais. “A presença de espuma excessiva ao urinar pode significar perda de proteína pelos rins e algum grau de lesão renal. Já a presença de sangue pode ser um indício de patologia renal ou das vias urinárias. Nestes casos, sempre é necessária a avaliação de um médico”, reforça o especialista.
 

Nutrição e saúde renal

A alimentação tem um papel crucial no controle das doenças renais. O nefrologista explica que a dieta do paciente renal deve ser adaptada conforme o estágio da doença. “Indivíduos s em tratamento conservador podem necessitar de restrição proteica, enquanto aqueles que iniciam a diálise podem precisar de uma maior ingestão de proteínas”, explica. 

O equilíbrio entre macronutrientes também deve ser avaliado. O consumo excessivo de sódio e proteínas pode agravar a formação de cálculos renais, e a ingestão exagerada de fósforo e potássio, encontrados em refrigerantes, chocolates, embutidos e algumas frutas, como a carambola, pode causar complicações em pacientes renais, tornando o acompanhamento nutricional essencial para a manutenção da saúde. 

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a ingestão de sódio não ultrapasse 2 gramas por dia, o equivalente a aproximadamente 5 gramas de sal de cozinha. Já a ingestão de proteínas deve ser ajustada conforme a condição renal do paciente, sendo geralmente recomendada entre 0,8 a 1 grama por quilo de peso corporal para indivíduos saudáveis, enquanto pacientes com DRC podem precisar de restrições específicas conforme orientação médica. 

“Dietas ricas em carnes vermelhas, embutidos e fast food podem aumentar a concentração de cálcio na urina e favorecer o surgimento de cálculos renais”, alerta o especialista.
 

Beba água

Outro fator importante é a hidratação. A baixa ingestão de água aumenta significativamente o risco de formação de cálculos renais. “Não há uma quantidade exata de litros de água que as pessoas devem ingerir diariamente, mas o ideal é que não sintam sede, pois isso já é um sinal de desidratação. Um bom indicativo de hidratação é a frequência urinária, o ideal é urinar pelo menos uma ou duas vezes por período do dia, com urina clara e sem odor forte”, orienta o Dr. Américo. 

“Hoje sabemos que 80% dos pacientes com diagnóstico de DRC são portadores de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e síndrome metabólica. O controle adequado dessas condições e hábitos de vida saudáveis, são fundamentais para a prevenção da doença”, explica o especialista. 

Embora a hemodiálise seja a forma mais conhecida de terapia renal substitutiva, o Centro de Nefrologia e Diálise do hospital disponibiliza todas as técnicas, sempre priorizando a individualização dos cuidados e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a instituição conta com nefrologistas altamente capacitados para oferecer o que há de mais atualizado no tratamento conservador. Também dispõe de equipes especializadas em transplante renal, garantindo a melhor alternativa terapêutica para cada caso.  


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