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quarta-feira, 19 de março de 2025

Conselheira aponta como usar os 4 pilares da comunicação não-violenta para transformar a gestão estratégica nas empresas

Beatriz Nóbrega, conselheira consultiva e mentora de líderes, explica como a empatia na comunicação pode melhorar o desempenho organizacional


O ambiente corporativo é repleto de pressões por resultados, a comunicação pode ser tanto uma ponte para o crescimento quanto uma fonte de conflitos e retrocessos. Para Beatriz Nóbrega, conselheira consultiva, CHRO e especialista em transformação organizacional via evolução cultural, a comunicação não-violenta (CNV) é uma ferramenta poderosa para criar gestões mais empáticas e estratégicas, com impacto direto na produtividade e no engajamento das equipes. “O diálogo consciente, baseado em empatia e escuta ativa, não apenas resolve conflitos, mas transforma desafios internos em oportunidades de inovação e colaboração”, afirma.

O conceito de comunicação não-violenta, desenvolvido por Marshall Rosenberg, baseia-se em quatro pilares: observação, sentimentos, necessidades e pedidos. Nas empresas, ele pode ser aplicado em situações de feedback, resolução de conflitos e reuniões estratégicas, promovendo um ambiente onde todos se sintam ouvidos e respeitados.

No atual cenário econômico, onde empresas enfrentam desafios de adaptação e inovação, a capacidade de gerenciar conflitos de forma eficiente tornou-se um diferencial competitivo. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) indicam que empresas que adotam práticas de comunicação assertiva e empática registram uma redução de até 30% nos conflitos internos, além de aumentarem os índices de produtividade e engajamento.

Segundo Beatriz, a comunicação não-violenta é especialmente relevante em momentos de tomada de decisão e mudanças organizacionais. “Decisões difíceis são mais bem aceitas quando há um diálogo transparente e quando os líderes demonstram que compreendem as necessidades das equipes”, explica. Ela aponta que, sem um canal de comunicação eficiente, as mudanças podem gerar resistências e atrasar os processos internos.


Como líderes podem aplicar a CNV na prática

Beatriz defende que a CNV deve ser incorporada de forma prática e contínua pelos líderes. Um dos primeiros passos, segundo ela, é o treinamento para que as lideranças desenvolvam habilidades de escuta ativa e empatia. “Muitos líderes acreditam que ouvir é algo passivo, mas, na verdade, a escuta ativa exige atenção, análise e uma resposta construtiva”, afirma.

Ela cita como exemplo uma situação comum em feedbacks: em vez de apontar erros de forma direta e punitiva, a CNV orienta os líderes a exporem suas observações de maneira construtiva, focando em soluções. “Quando o colaborador entende que o feedback não é um ataque, mas uma oportunidade de crescimento, ele se sente motivado a melhorar”, explica.

Empresas que implementaram a CNV de forma estruturada relatam ganhos expressivos em clima organizacional. Um estudo recente da consultoria PwC aponta que 67% dos colaboradores em empresas com práticas de comunicação empática se sentem mais valorizados e confiantes para compartilhar ideias e feedbacks.


Fortalecimento das equipes e inovação

A comunicação não-violenta também contribui para fortalecer os laços entre as equipes e estimular a inovação. Para Beatriz, isso ocorre porque, quando as pessoas se sentem seguras para expor suas opiniões sem medo de represálias, o ambiente se torna propício à criatividade e ao desenvolvimento de novas ideias.

“O silêncio nas reuniões pode ser um indicativo de medo ou insegurança. A CNV cria um espaço onde todos se sentem à vontade para contribuir. Isso é fundamental para a inovação, já que ideias transformadoras muitas vezes surgem de opiniões divergentes”, afirma Beatriz.

Durante crises econômicas ou processos de reestruturação, a comunicação clara e empática é essencial para manter a coesão das equipes. Beatriz explica que, nesses momentos, o papel dos líderes é fundamental para evitar mal-entendidos e desmotivação. “Em momentos de crise, a falta de diálogo pode amplificar os efeitos negativos, enquanto uma comunicação transparente pode minimizar os impactos e acelerar a recuperação”, ressalta.

Ela cita o exemplo de uma empresa do setor de tecnologia que, durante uma reestruturação, utilizou a CNV para manter o engajamento dos colaboradores. “Ao explicar as razões das mudanças de forma clara e ouvir as preocupações das equipes, a empresa conseguiu reter talentos e fortalecer a confiança, mesmo diante de cortes e reorganizações internas”, relata Beatriz.

Outro aspecto importante da comunicação não-violenta é seu impacto na qualidade das decisões organizacionais. Beatriz explica que líderes que adotam a CNV tendem a considerar diferentes perspectivas antes de tomar decisões, o que reduz o risco de erros e aumenta a aceitação das medidas.

“Quando as pessoas sentem que suas opiniões foram levadas em conta, mesmo que a decisão final não seja a esperada, elas tendem a aceitar melhor as mudanças. Isso cria uma cultura de colaboração, onde todos trabalham em direção aos mesmos objetivos”, afirma.

Com um ambiente de trabalho mais colaborativo e equipes engajadas, a CNV se apresenta como uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios de um mercado dinâmico e competitivo. Como destaca Beatriz, “não se trata apenas de falar, mas de construir conexões reais por meio da comunicação”.

Para Beatriz Nóbrega, a comunicação não-violenta é mais do que uma técnica de comunicação — é uma estratégia de longo prazo para fortalecer as empresas. “Empresas que priorizam o diálogo empático não apenas reduzem conflitos, mas constroem uma base sólida para a inovação e o crescimento sustentável”, conclui. 



Bia Nóbrega - multi-empreendedora focada no desenvolvimento humano e transformação organizacional, com mais de 25 anos de experiência. Atua como Conselheira Consultiva, CHRO não exclusiva, mentora de líderes, palestrante, escritora, professora e investidora-anjo. É reconhecida com prêmios como TOP Influenciadora de RH (RH Summit), TOP HR Influencer (Go Integro) e Líder Legacy (Think Work), além de ser uma voz ativa em comunidades de liderança como Women Corporate Directors (WCD) e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Ao longo de sua carreira, liderou projetos que conciliam alta performance e inovação organizacional, utilizando metodologias ágeis para promover mudanças sustentáveis. Bia também integra o Comitê Executivo do IVG (Instituto Vasselo Goldoni), onde contribui para fortalecer lideranças femininas por meio de mentoria e networking. Coautora de livros sobre Futuro do Trabalho, Experiência do Colaborador e Mentoria, já impactou mais de 20 mil pessoas em palestras e eventos e acumula mais de 3 mil horas de mentoria e coaching, consolidando sua influência no universo de Pessoas e Cultura.
https://www.linkedin.com/in/beatrizcaranobrega
www.bianobrega.com.br


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