Beatriz Nóbrega,
conselheira consultiva e mentora de líderes, explica como a empatia na
comunicação pode melhorar o desempenho organizacional
O ambiente corporativo é repleto de pressões por
resultados, a comunicação pode ser tanto uma ponte para o crescimento quanto
uma fonte de conflitos e retrocessos. Para Beatriz
Nóbrega, conselheira consultiva, CHRO e especialista em
transformação organizacional via evolução cultural, a comunicação não-violenta
(CNV) é uma ferramenta poderosa para criar gestões mais empáticas e
estratégicas, com impacto direto na produtividade e no engajamento das equipes.
“O diálogo consciente, baseado em empatia e escuta ativa, não apenas resolve
conflitos, mas transforma desafios internos em oportunidades de inovação e
colaboração”, afirma.
O conceito de comunicação não-violenta,
desenvolvido por Marshall Rosenberg, baseia-se em quatro pilares: observação, sentimentos,
necessidades e pedidos. Nas empresas, ele pode ser aplicado em situações de
feedback, resolução de conflitos e reuniões estratégicas, promovendo um
ambiente onde todos se sintam ouvidos e respeitados.
No atual cenário econômico, onde empresas enfrentam
desafios de adaptação e inovação, a capacidade de gerenciar conflitos de forma
eficiente tornou-se um diferencial competitivo. Dados da Fundação Getulio
Vargas (FGV) indicam que empresas que adotam práticas de comunicação assertiva
e empática registram uma redução de até 30% nos conflitos internos, além de
aumentarem os índices de produtividade e engajamento.
Segundo Beatriz, a comunicação não-violenta é
especialmente relevante em momentos de tomada de decisão e mudanças
organizacionais. “Decisões difíceis são mais bem aceitas quando há um diálogo transparente
e quando os líderes demonstram que compreendem as necessidades das equipes”,
explica. Ela aponta que, sem um canal de comunicação eficiente, as mudanças
podem gerar resistências e atrasar os processos internos.
Como líderes podem aplicar a
CNV na prática
Beatriz defende que a CNV deve ser incorporada de
forma prática e contínua pelos líderes. Um dos primeiros passos, segundo ela, é
o treinamento para que as lideranças desenvolvam habilidades de escuta ativa e
empatia. “Muitos líderes acreditam que ouvir é algo passivo, mas, na verdade, a
escuta ativa exige atenção, análise e uma resposta construtiva”, afirma.
Ela cita como exemplo uma situação comum em
feedbacks: em vez de apontar erros de forma direta e punitiva, a CNV orienta os
líderes a exporem suas observações de maneira construtiva, focando em soluções.
“Quando o colaborador entende que o feedback não é um ataque, mas uma oportunidade
de crescimento, ele se sente motivado a melhorar”, explica.
Empresas que implementaram a CNV de forma estruturada
relatam ganhos expressivos em clima organizacional. Um estudo recente da
consultoria PwC aponta que 67% dos colaboradores em empresas com práticas de
comunicação empática se sentem mais valorizados e confiantes para compartilhar
ideias e feedbacks.
Fortalecimento das equipes e
inovação
A comunicação não-violenta também contribui para
fortalecer os laços entre as equipes e estimular a inovação. Para Beatriz, isso ocorre porque, quando as pessoas se sentem seguras para expor
suas opiniões sem medo de represálias, o ambiente se torna propício à
criatividade e ao desenvolvimento de novas ideias.
“O silêncio nas reuniões pode ser um indicativo de
medo ou insegurança. A CNV cria um espaço onde todos se sentem à vontade para
contribuir. Isso é fundamental para a inovação, já que ideias transformadoras
muitas vezes surgem de opiniões divergentes”, afirma Beatriz.
Durante crises econômicas ou processos de reestruturação,
a comunicação clara e empática é essencial para manter a coesão das equipes.
Beatriz explica que, nesses momentos, o papel dos líderes é fundamental para
evitar mal-entendidos e desmotivação. “Em momentos de crise, a falta de diálogo
pode amplificar os efeitos negativos, enquanto uma comunicação transparente
pode minimizar os impactos e acelerar a recuperação”, ressalta.
Ela cita o exemplo de uma empresa do setor de
tecnologia que, durante uma reestruturação, utilizou a CNV para manter o
engajamento dos colaboradores. “Ao explicar as razões das mudanças de forma
clara e ouvir as preocupações das equipes, a empresa conseguiu reter talentos e
fortalecer a confiança, mesmo diante de cortes e reorganizações internas”,
relata Beatriz.
Outro aspecto importante da comunicação
não-violenta é seu impacto na qualidade das decisões organizacionais. Beatriz
explica que líderes que adotam a CNV tendem a considerar diferentes
perspectivas antes de tomar decisões, o que reduz o risco de erros e aumenta a
aceitação das medidas.
“Quando as pessoas sentem que suas opiniões foram
levadas em conta, mesmo que a decisão final não seja a esperada, elas tendem a
aceitar melhor as mudanças. Isso cria uma cultura de colaboração, onde todos
trabalham em direção aos mesmos objetivos”, afirma.
Com um ambiente de trabalho mais colaborativo e
equipes engajadas, a CNV se apresenta como uma ferramenta essencial para
enfrentar os desafios de um mercado dinâmico e competitivo. Como destaca
Beatriz, “não se trata apenas de falar, mas de construir conexões reais por
meio da comunicação”.
Para Beatriz Nóbrega, a comunicação não-violenta é mais do que uma técnica de comunicação — é uma estratégia de longo prazo para fortalecer as empresas. “Empresas que priorizam o diálogo empático não apenas reduzem conflitos, mas constroem uma base sólida para a inovação e o crescimento sustentável”, conclui.
Bia Nóbrega - multi-empreendedora focada no desenvolvimento humano e transformação organizacional, com mais de 25 anos de experiência. Atua como Conselheira Consultiva, CHRO não exclusiva, mentora de líderes, palestrante, escritora, professora e investidora-anjo. É reconhecida com prêmios como TOP Influenciadora de RH (RH Summit), TOP HR Influencer (Go Integro) e Líder Legacy (Think Work), além de ser uma voz ativa em comunidades de liderança como Women Corporate Directors (WCD) e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Ao longo de sua carreira, liderou projetos que conciliam alta performance e inovação organizacional, utilizando metodologias ágeis para promover mudanças sustentáveis. Bia também integra o Comitê Executivo do IVG (Instituto Vasselo Goldoni), onde contribui para fortalecer lideranças femininas por meio de mentoria e networking. Coautora de livros sobre Futuro do Trabalho, Experiência do Colaborador e Mentoria, já impactou mais de 20 mil pessoas em palestras e eventos e acumula mais de 3 mil horas de mentoria e coaching, consolidando sua influência no universo de Pessoas e Cultura.
https://www.linkedin.com/in/beatrizcaranobrega
www.bianobrega.com.br
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