Pixabay Pontos de coleta de lixo |
Educação, engajamento escolar e tecnologia são fatores incentivo à economia circular
No Brasil, apenas 4% dos resíduos sólidos
recicláveis são efetivamente reciclados, um índice abaixo de países com renda e
desenvolvimento econômico semelhantes, como Chile, Argentina e Turquia, que
alcançam uma média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid
Waste Association, uma associação voltada ao desenvolvimento sustentável.
Paulo Chagas Dalcheco, mestre em Linguagem e
Educação e orientador educacional dos Anos Finais do Ensino Fundamental na
Escola Lourenço Castanho, destaca o papel das escolas na
formação de uma consciência sobre a importância da reciclagem. Ele reforça que,
no contexto educacional, a economia circular e o consumo consciente só são
viáveis com a participação coletiva da comunidade escolar e da sociedade. “O
engajamento nasce de dentro para fora, ou seja, somente a partir do momento em
que os alunos, familiares e professores se dão conta de seu papel na produção
de resíduos sólidos é que estão prontos para praticar e promover práticas
sustentáveis e responsáveis”, afirma.
Diante desse cenário, os professores têm um papel
essencial na organização de ações educativas que promovam a economia circular e
o consumo consciente. No entanto, essa atuação requer atualização constante. “É
fundamental que os professores estejam sempre atualizados, procurando se
informar sobre ações realizadas por outros educadores e cursos de formação na
área. Para que o professor cumpra seu objetivo primordial, que é a
transformação do aluno, o próprio professor precisa estar em constante
transformação”, destaca.
Coleta de lixo recicláve |
Tecnologia como aliada
A tecnologia tem um papel crucial na promoção da economia circular, mas, segundo Paulo, não deve ser tratada apenas como um tema transversal, e sim como uma área do conhecimento. “As salas e laboratórios 'Makers' são espaços importantes para que os alunos imaginem e testem suas ideias, promovendo não apenas a conscientização e a empatia, mas também a inovação”, afirma.
Ele destaca que hoje é possível acompanhar métodos
de reciclagem, sistemas de automação e rastreamento, além de softwares para
planejamento de redistribuição e propostas de reciclagem de materiais, sempre
com o apoio tecnológico. “As possibilidades de uso da tecnologia para promover
a sustentabilidade são infinitas, e é papel da escola apresentar aos alunos ferramentas
que transformem suas ideias em realidade”, conclui.
Da teoria à prática
Um exemplo de ação voltada à economia circular
ocorre na Associação de Pais Lourenço Castanho (Aploc), que promove anualmente
a Feira de Uniformes Usados, destacando o reaproveitamento. Patrícia Marangoni,
uma das mães que faz parte da equipe da Aploc, explica que a missão da
associação é fomentar a integração e parceria entre pais, escola e comunidade,
reforçando o senso de pertencimento. “Nesta feira, nada é desperdiçado. Uniformes
em mau estado são enviados para reciclagem e transformados em cobertores,
enquanto os que estão bem conservados são vendidos a preços simbólicos”,
destaca.
Paulo Chagas Dalcheco - Bacharel e licenciado em Letras e mestre em Linguagem e Educação pela Universidade de São Paulo (USP), atualmente, Paulo Chagas Dalcheco cursa Pedagogia. Já atuou como professor no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, e atua como orientador educacional no Ensino Fundamental. Ao longo da sua história na Educação, tem se aprofundado em temas ligados a todas as faixas etárias do Ensino Fundamental, desde a alfabetização até a adolescência. Como educador, acredita na capacidade de transformação do ser humano, e trabalha para que a escola seja a base de uma sociedade mais justa.
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