Peritos em gestão
de comportamento de risco compartilham vantagens e desafios de romances no
ambiente corporativo
“As pessoas se apaixonam, ninguém manda no
coração”. A frase de Renato Santos, Sócio da S2 Consultoria no podcast da empresa, reflete um sentimento que muitas pessoas já
vivenciaram ao se envolver com colegas de trabalho. Contudo, ele complementa:
“O que é importante é entender que você pode se apaixonar por alguém que talvez
gere um conflito de interesse”. E é aí que reside a complexidade das relações
no ambiente de trabalho.
O relacionamento afetivo não é, por si só,
reconhecido como um problema universal nas empresas. Cada companhia trata do
assunto de uma maneira diferente, e as especificidades do casal podem fazer
toda a diferença no modo como a situação vai se desenrolar. O mesmo vale para
outros tipos de relações que frequentemente são vistas no mercado de trabalho,
como aquelas entre parentes ou amigos. O romance não é e nem precisa ser um
“vilão”.
“Nenhum tipo de relacionamento define o nível de
produtividade ou desempenho dos profissionais, sejam eles um casal, parentes ou
amigos, por exemplo. O que deve ser observado é o código de conduta de cada
empresa. Alguns proíbem a relação, outros permitem de acordo com determinadas
regras, outros não possuem nenhum impedimento”, explica Alessandra Costa,
psicóloga e sócia da S2, especializada na gestão de comportamento de risco.
As normas sobre este tema podem ser úteis para
evitar atitudes como, por exemplo, buscar benefícios para o parceiro em
detrimento da empresa ou de outros colegas. Esse é o tipo de situação que se
classifica como conflito de interesse, o que pode variar em cada organização.
O vazamento de informações é outra preocupação,
especialmente quando as pessoas envolvidas estão em cargos distintos, que
talvez possuam acessos diferenciados a dados confidenciais. Por essas e outras
razões, novos apaixonados devem ficar atentos sobre o que é permitido ou não em
seu contexto.
“A verdade é que os conflitos podem existir em
qualquer tipo de relação. Em geral, os colaboradores precisam estar atentos ao
código de conduta da empresa, saber o que podem ou não fazer, assim como as
consequências dos seus atos. Também vale conferir se precisam ‘oficializar’ o
relacionamento com o RH ou com a gestão de alguma maneira, para que não ocorra
uma omissão acidental”, pontua Alessandra.
Trabalho e casamento
Cinthia Moura e Paulo Bueno estão juntos há 14 anos
e trabalham na S2 há um e a sete anos, respectivamente. Durante todo o processo
seletivo da Cinthia, a liderança esteve ciente do casamento, e os colegas
demonstraram acolhimento. “Temos um ambiente de trabalho bastante favorável,
onde há apoio incondicional, flexibilidade e valorização da família”, comenta
Paulo.
A abertura para trabalhar juntos trouxe benefícios
claros ao casal, como uma melhor compreensão sobre as necessidades e
dificuldades um do outro, e uma proximidade ainda maior. Cinthia vê como
vantagem estar sempre perto da família, pois isso “cria um ambiente mais
agradável e produtivo, diminui o estresse e facilita as tomadas de decisões”.
Do outro lado da balança, surgem os desafios de não
influenciar a análise um do outro e não competir por produtividade. Além disso,
é muito mais comum falar de trabalho nos horários de descanso sem querer.
Cinthia Moura e Paulo Bueno são um exemplo de como
equilibrar uma relação afetiva saudável com as exigências do mercado de
trabalho. “A chave de tudo é a comunicação e entender que, mesmo desempenhando
a mesma atividade, cada um tem seu modo de analisar e se posicionar. Para nós,
trabalharmos juntos nos uniu ainda mais”, conclui Cinthia.
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