Mais de 200 pacientes já foram atendidos pela ONG referência em São Paulo
O Instituto Mais Identidade tem
se destacado como referência nacional na recuperação física, social e
emocional de pacientes mutilados. Sediado em São Paulo e em
atividade desde 2015, a organização sem fins lucrativos atua na reabilitação
bucomaxilofacial de pessoas com deformidades faciais e maxilares causadas
por cânceres, traumas ou doenças congênitas.
Mais de 200 pacientes de todo
o Brasil já foram atendidos gratuitamente pelo Instituto, que utiliza uma tecnologia de impressão 3D de ponta para
reestabelecer a aparência e resgatar a identidade dessas pessoas. A equipe
multidisciplinar é composta por cirurgiões-dentistas, médicos, psicólogos,
fisioterapeutas, assistentes sociais, designers e protéticos.
Para receber esses casos, que são de alta
complexidade, o Mais Identidade conta com um laboratório
digital e uma clínica. Lá, impressoras 3D são
utilizadas para esculpir próteses a partir de modelos obtidos com
fotografias de smartphones – isso possibilita
que pacientes distantes da sede também possam ser atendidos. Até o
momento, quase cem pacientes passaram pela reabilitação com cirurgias e próteses,
além do cuidado psicossocial. O antes e depois dos pacientes
impressiona, já que as peças, esculpidas de maneira quase artesanal, parecem
partes reais do corpo.
A Universidade Paulista (UNIP) é
a incubadora do projeto e sedia as instalações do Instituto no campus
Indianópolis, localizado na Zona Sul da capital paulista. Fruto de mais de 30
anos de pesquisa, o Mais Identidade conta com o apoio de
pessoas, empresas e entidades parceiras, a exemplo do Instituto
Bourbon, Neo Alumínio e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da
Pessoa com Deficiência (PRONAS).
Trabalho do Instituto devolve
a autoestima depois do trauma
Mais de 30 mil novos casos de câncer na região da
boca e face são estimados por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do
Câncer (INCA). Alguns casos têm cura, outros podem evoluir para mutilações
graves que comprometem a fala, alimentação e abalam profundamente e autoestima
de quem sobrevive à doença.
A desfiguração facial é sempre devastadora. O rosto
é nosso cartão de visita para o mundo, expressa personalidade, comunica ideias.
“A
gente acolhe no Instituto pacientes que não conseguiam sequer se olhar no
espelho. Sobreviveram ao câncer, ao acidente, ao trauma, mas estavam com a vida
pausada. Quando recebem a prótese, voltam a viver com plenitude”,
destaca o cirurgião-dentista Luciano Dib, um dos fundadores e presidente
voluntário do Instituto Mais Identidade.
O trabalho do Instituto é resgatar vidas,
identidades. A equipe multidisciplinar que abraçou essa missão está fazendo
história. O projeto se tornou referência e atrai estudantes de mestrado e
doutorado de várias partes do mundo interessados na tecnologia e metodologia
exclusiva associada a complexos procedimentos cirúrgicos e protéticos. “Nosso
Método +ID revolucionou a forma de produzir próteses faciais, reduzindo tempo e
custo de fabricação, criando modelos digitais por meio de escaneamentos de
fotos obtidas por um telefone celular”, destaca Rodrigo Salazar,
especialista em Reabilitação e Tecnologia do Instituto Mais
Identidade.
Cada prótese realizada com a tecnologia 3D resgata
não só a estética, como também a identidade e autoestima para seguir a vida de
cabeça erguida. Assim como Fábio, pacientes de outros estados já foram contemplados.
Em 2021, como apoio do programa Voa, da Ambev, o Instituto Mais Identidade teve
recurso para viabilizar 10 atendimentos no Rio Grande do Norte. Atualmente, 300
pacientes aguardam na esperança de poder se olhar de novo no espelho. “Para
aumentar nossa capacidade de atendimento novos apoiadores e parceiros são
sempre bem-vindos e necessários”, conclui Dib.
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