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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Mesmo proibidas, câmaras de bronzeamento artificial seguem oferecendo riscos à saúde no Brasil

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Os danos provocados pela exposição podem levar anos para se manifestar, com sérios impactos à saúde


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe a venda e o uso de câmaras de bronzeamento artificial no Brasil desde 2009. A medida foi tomada devido aos graves riscos à saúde, como o aumento de casos de câncer de pele e outros danos cutâneos causados pela exposição à radiação ultravioleta (UV-B). 

Apesar da proibição, muitos ainda desconhecem os perigos dessa prática. É possível encontrar e comprar máquinas em grandes sites como o Enjoei.com e o Mercado Livre. No final do ano passado, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou o uso de máquinas para bronzeamento artificial com finalidade estética.

Após a aprovação, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) publicou uma nota de repúdio na qual "se posiciona veementemente contra essa liberação, enfatizando que tal decisão compromete a saúde pública e coloca em perigo a vida da população".

A radiação UV-B é altamente agressiva à pele, causando queimaduras severas, cicatrizes permanentes e alterações celulares que podem levar ao desenvolvimento de câncer. Pesquisas indicam que a exposição eleva a incidência de câncer, dessa forma, trata-se de uma questão de saúde pública.

Segundo a enfermeira estomaterapeuta da Vuelo Pharma, Andrezza Barreto, os danos são muitas vezes irreversíveis e podem não ser percebidos imediatamente. “Mesmo sessões curtas podem provocar lesões profundas que aparecem apenas anos depois”, alerta.

As consequências vão além da estética. “As queimaduras causadas pelas câmaras de bronzeamento são dolorosas e difíceis de tratar, frequentemente exigindo hidratação intensiva, produtos específicos e acompanhamento médico”, explica a enfermeira.

A Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), classifica todo o espectro de radiação solar e dispositivos emissores dessa radiação, como as máquinas de bronzeamento artificial, como carcinogênicos do Grupo 1, ao lado de substâncias como o tabaco e o amianto.

A proibição da ANVISA acompanha uma tendência global de combate aos malefícios da radiação UV artificial. Para alcançar um bronzeado seguro, especialistas indicam o uso de autobronzeadores e maquiagem apropriada. 

Vale lembrar que, enquanto o autobronzeador estiver agindo, é essencial evitar a exposição ao sol. Após o enxágue, a exposição solar pode ser retomada, mas sempre com o uso de filtro solar para garantir a proteção da sua pele.


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