Unidades devem criar
estratégias para desencorajar o uso de dispositivos eletrônicos durante o
período escolar; psicólogos vão apoiar estudantes na adaptação das novas
medidas
Para garantir o cumprimento da Lei
Estadual nº 18.058/2024 e da Lei Federal nº 15.100/2025 que proíbe o uso de
celulares nas escolas, em vigor a partir deste ano letivo, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) elaborou um documento, em conjunto o
Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar – CONVIVA SP, para
orientar as ações das unidades de ensino. O documento foi distribuído para a rede
na segunda-feira (27).
Entre os itens enumerados no material estão sugestões de armazenamento dos aparelhos, incentivo a campanhas educativas e de conscientização com estudantes e comunidade escolar e medidas disciplinares em caso de descumprimento das regras.
“Nosso objetivo é garantir que a escola seja um espaço dedicado ao
aprendizado, à socialização e ao desenvolvimento integral dos estudantes. A
tecnologia deve ser aliada, mas seu uso indiscriminado pode afetar
negativamente o processo educacional”, afirmou o secretário da educação, Renato
Feder.
Ações
imediatas e medidas disciplinares
De acordo com o documento, as unidades devem adotar um plano de
ação para desencorajar o uso dos celulares e divulgar as novas regras já a
partir do primeiro dia de aulas. A principal delas é o veto ao uso de aparelhos
eletrônicos além das aulas, mas também nos intervalos, recreios e atividades
extracurriculares.
Caso o estudante opte por levar o celular ou outro dispositivo, a
escola deve mantê-los em local inacessível, como armários ou caixas. As
unidades devem informar aos pais e responsáveis, no entanto, que a escola não
se responsabilizará por eventuais extravios ou danos ao equipamento.
O uso dos dispositivos eletrônicos será permitido quando houver
necessidade pedagógica, condições de saúde específicas e em casos de
acessibilidade, sempre com a devida justificativa e orientação do professor.
Nesses episódios, as notificações dos aparelhos e serviços não relacionados à
atividade devem estar desativados a fim de garantir o fluxo de aprendizagem sem
interrupções.
Descumprimento
e reincidências
Em caso de descumprimento das normas, a Seduc-SP elaborou uma
série de medidas a ser adotada pela direção da escola. Caso ocorra durante as
aulas, o professor deverá comunicar à gestão escolar e/ou ao POC (Profissional
Orientador de Classe), que tomará as medidas cabíveis, incluindo o recolhimento
do dispositivo. Nesse caso, o aluno deverá assinar uma declaração sobre as
condições do aparelho, que será registrado para controle, e o episódio
registrado no aplicativo Conviva.
Na reincidência, o estudante será encaminhado para uma conversa
com a direção. Caso o comportamento persista, a equipe gestora convocará os
pais ou responsáveis para uma reunião. Se os responsáveis não comparecerem ou
não justificarem a ausência, o Conselho Tutelar poderá ser acionado para
acompanhar a situação. Em casos extremos de descumprimento contínuo, a escola
avaliará a necessidade de envolver a Rede Protetiva (Conselho Tutelar, CAPS,
UBS, etc.), além do monitoramento da conduta do aluno com apoio da equipe
psicológica da escola.
Apoio
psicossocial e acompanhamento contínuo
Para garantir a implementação das novas normas, a Seduc-SP
recomenda que as escolas promovam campanhas educativas e ações de
conscientização. Entre as iniciativas, destacam-se o envolvimento de pais e
responsáveis em ações de sensibilização e conscientização, palestras com
especialistas em saúde mental, rodas de conversa e materiais educativos, como
cartazes e vídeos, que devem explicar sobre os impactos do uso excessivo de
dispositivos digitais.
Diante da possível dependência de dispositivos eletrônicos, será
disponibilizado aos alunos suporte psicossocial, com acompanhamento de
psicólogos e apoio à adaptação dos estudantes ao novo regramento.
“É fundamental que a mudança não seja apenas uma imposição de
regras, mas uma oportunidade de reflexão e aprendizado sobre o uso saudável da
tecnologia. Por isso, é importante que pais, responsáveis e grêmios estudantis
participem deste momento de transição e apoiem crianças e jovens”, reforça
Renato Feder.
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