Assumir o governo de um
município é uma tarefa de imensa responsabilidade. Os prefeitos e prefeitas que
iniciaram seus mandatos em 1º de janeiro têm diante de si o desafio de não
apenas cumprir as promessas feitas durante a campanha, mas de fazê-lo com
eficiência, respeito à lei e profundo compromisso com seus concidadãos.
Trata-se, portanto, de um momento que, além de inaugurar uma nova fase
política, exige planejamento estratégico, transparência e continuidade
administrativa.
A nova gestão deve se
pautar, antes de tudo, pela análise cuidadosa da realidade local. O primeiro
passo para qualquer prefeito que almeja alcançar resultados concretos é
compreender detalhadamente a situação da cidade sob seu governo. Isso significa
avaliar as finanças, entender os contratos vigentes, identificar obras em
andamento e examinar projetos que já estão em execução. Tal levantamento
constitui, mais do que uma obrigação, uma oportunidade de construir as bases de
uma gestão sólida e bem fundamentada.
Embora a alternância de
poder seja um dos princípios basilares da democracia, o novo governo não deve
suspender ações e serviços essenciais da prefeitura. A continuidade de programas
sociais, melhorias em infraestrutura e atendimento nas áreas de saúde e
educação devem ser prioridade. A população não pode ser prejudicada por
demagogias ou rixas políticas. Além disso, é necessário concluir as licitações
em andamento e honrar os contratos iniciados na gestão anterior, a não ser nos
casos em que a interrupção se mostre imprescindível para preservar o interesse
público.
Entretanto, exercer o
cargo com responsabilidade vai muito além de manter aquilo que já existe. É
fundamental atuar com inovação e planejamento para transformar a realidade
local. Prefeitos precisam construir planos concretos, alinhados com as demandas
mais urgentes da população, mas também com uma visão de longo prazo. Isso
inclui fomentar o desenvolvimento econômico, criar condições para geração de
emprego, estimular o empreendedorismo e promover políticas inclusivas capazes
de reduzir as desigualdades.
A transparência deve
estar no centro de todas as ações governamentais. O acesso público às
informações financeiras, administrativas e operacionais não é apenas uma
exigência legal, mas um compromisso moral com os contribuintes. Cidadãos que
compreendem como os recursos são aplicados tendem a participar mais ativamente
das decisões coletivas e a apoiar iniciativas que promovam o bem-estar comum.
Outro aspecto capital da
gestão pública é a capacidade de promover diálogo e participação popular. A
população precisa ser envolvida nas decisões que impactam diretamente sua vida.
Seja por meio de audiências públicas, consultas ou fóruns de debate, essa
interação fortalece a democracia e faz com que as políticas que venham a ser
implementadas sejam mais representativas e plurais.
Os novos mandatários
também não podem deixar de lado a responsabilidade ambiental, possivelmente a
questão mais importante dos tempos atuais. Eles têm a oportunidade de
transformar suas cidades em exemplos de sustentabilidade, implementando práticas
que protejam o meio ambiente e promovam a qualidade de vida. Investir em
mobilidade urbana sustentável, preservação de recursos naturais e energias
renováveis são decisões que garantem não apenas benefícios imediatos, mas um
legado para as gerações vindouras.
Por fim, há ainda que se
dar atenção à cultura, implementar políticas de inclusão de pessoas com
deficiência e promover a valorização dos servidores municipais. Como se vê,
desafios não faltam.
Apesar da extensa lista
de obrigações, muitos prefeitos, nestas primeiras semanas de mandato, parecem
estar mais preocupados em fazer alarde de problemas e dívidas que herdaram do
antecessor, como se ainda estivessem em campanha. Se eventuais ilegalidades
devem, por óbvio, ser denunciadas aos órgãos de controle e fiscalização, as
deficiências municipais encontradas precisam ser encaradas de frente e
resolvidas com presteza. Como sempre dizemos no tribunal de contas, quem foi
eleito, foi eleito para consertar eventuais falhas da administração passada. O
tempo das eleições terminou; a população, agora, espera trabalho. É hora de
desarmar os palanques e governar. Afinal, 2028 está logo ali na esquina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário