Recurso da medicina nuclear oferece abordagem personalizada no tratamento da doença
O mês de novembro
é o mês de conscientização do câncer de próstata, segundo tipo de câncer mais
comum entre os homens no Brasil. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer
(INCA) aponta que cerca de 66 mil novos casos da doença são diagnosticados
anualmente no Brasil[1]. Atualmente, é possível
identificar e tratar tumores de forma direcionada, por meio do teranóstico, um
procedimento da medicina nuclear que une o diagnóstico preciso e o tratamento
em uma mesma tecnologia, para diferentes tipos de câncer, inclusive o câncer de
próstata em estágio avançado.
O teranóstico
permite combinar diagnóstico preciso e terapia direcionada, utilizando
radiofármacos, como o Lutécio-177, que se ligam a proteínas específicas nas
células cancerígenas, promovendo a destruição do tumor com a mínima exposição
de tecidos saudáveis[2]. Essa abordagem integrada oferece
uma jornada completa ao paciente, garantindo precisão diagnóstica e
intervenções terapêuticas personalizadas em uma mesma tecnologia.
No caso do câncer
de próstata, a abordagem teranóstica se inicia com o exame PET/CT, uma
tecnologia de imagem molecular, com PSMA (Antígeno de Membrana Específico da
Próstata), que identifica recidivas tumorais e a presença de metástases em
diferentes partes do corpo[3]
Em casos de doença
avançada, a abordagem segue para a terapia com Lutécio-177-PSMA, que entrega
radiação diretamente nas células tumorais, preservando o tecido saudável ao
redor. Com essa técnica direcionada é possível destruir predominantemente as
células cancerígenas e chegar à redução do volume da doença, aumentando a
chamada sobrevida livre da doença e a sobrevivência dos pacientes.[4]
Como uma das
empresas que lidera o desenvolvimento de tecnologias para o teranóstico, a
Siemens Healthineers vê na solução uma tendência para tratamentos oncológicos.
“Estamos constantemente desenvolvendo tecnologias como o PET/CT e o SPECT/CT,
essenciais para a aplicação do teranóstico PSMA, que tem demonstrado alta
eficácia no tratamento do câncer de próstata em estágio avançado. Além dos
equipamentos de ponta, estamos investindo em soluções inovadoras de controle de
dose e em ferramentas digitais que facilitam a interação entre especialistas,
incluindo oncologistas, médicos nucleares e físicos, buscando assegurar a
melhor jornada do paciente oncológico”, afirma Fábio Keller, Gerente da área de
Imagem Molecular e Theranóstico da Siemens Healthineers para América Latina.
No entanto, não
são todos os pacientes com câncer que estão aptos para a realização do
teranóstico, sendo necessário uma avaliação minuciosa. “Atualmente, o
teranóstico é indicado para pacientes com o câncer em estágio avançado e que
falharam ou progrediram aos tratamentos convencionais já estabelecidos. Estudos
ainda em andamento avaliam a possibilidade de se inserir essa opção terapêutica
em um momento mais precoce na linha de tratamento. Mesmo assim, cada caso
precisa ser analisado isoladamente, levando em conta múltiplos critérios”,
afirma o Dr. Marcus Vinícius Grigolon, médico responsável pelo Serviço de
Medicina Nuclear, PET/CT e Teranóstico do Hospital Sírio Libanês em Brasília –
DF.
Apesar de o termo
teranóstico ser mais recente e ter sua aplicação amplificada nos últimos anos,
o conceito foi aplicado de forma pioneira na década de 1940, quando o primeiro
paciente com câncer de tiroide diferenciado metastático obteve sucesso no
tratamento com administração oral de Iodo-131 (131I). Hoje o
procedimento é conhecido como iodoterapia.[5] A
dependência de elementos como lutécio e iodo reflete a integração do
teranóstico à medicina nuclear e reforça a importância da precisão diagnóstica
e do tratamento personalizado.
Com um olhar para o futuro, o teranóstico continua a evoluir, com laboratórios focados na pesquisa de novos radiofármacos para diferentes tipos de câncer e novas indicações clínicas, o que possibilita a ampliação das possibilidades de tratamento personalizado e o número crescente de pacientes que podem se beneficiar dessa abordagem integrada.
Siemens Healthineers
www.siemens-healthineers.com
[1] INCA. Novembro Azul 2023. Disponível em: Link. Acesso em 01 de novembro de 2024.
[2] Yordanova A, Eppard E, Kürpig S, et al. Theranostics in nuclear medicine practice. Onco Targets Ther. 2017;10:4821-4828. doi:10.2147/OTT.S140671
[3] Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. Você sabe o que é teranóstico?. Disponível em: Link. Acesso em 01 de novembro de 2024.
[4] SARTOR, Oliver et al. Lutetium-177–PSMA-617 for Metastatic Castration-Resistant Prostate Cancer. The New England Journal of Medicine, [S. l.], n. 385, p. 1091-1103, 23 jun. 2021. DOI 10.1056/NEJMoa21073. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2107322. Acesso em: 1 nov. 2024
[5] Graf H. Importância do iodo radiativo no tratamento da doença de graves. Arq Bras Endocrinol Metab [Internet]. 1999Mar;43(2):73–5. Disponível em: Link. Acesso em: 04 de novembro de 2024.
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