Inchaço, cansaço, problemas de pele ou dificuldade para emagrecer podem ter a mesma origem: um desequilíbrio na microbiota intestinal.
Inchaço,
gases, cansaço inexplicável, dificuldade para emagrecer, alterações de humor e
até problemas de pele. Se você convive com esses sintomas, pode estar sofrendo
de algo que a maioria das pessoas nem imagina: disbiose intestinal.
Este problema, que passa despercebido em muitos diagnósticos, é o desequilíbrio
na microbiota intestinal – a comunidade de trilhões de microrganismos que vivem
no seu intestino e são fundamentais para sua saúde.
O
médico, Dr. Francisco Saracuza explica, que a disbiose não afeta apenas a
digestão. Ela pode ser a raiz de problemas em todo o organismo, incluindo
imunidade baixa, inflamações crônicas, dificuldades metabólicas e até impactos
no humor. Entenda o que é, como ela pode estar afetando sua vida e o que você
pode fazer para restaurar o equilíbrio do seu corpo.
O
que é disbiose?
A
disbiose é o desequilíbrio na microbiota intestinal, o conjunto de bactérias,
fungos e outros microrganismos que vivem no trato gastrointestinal. Em um
intestino saudável, essas bactérias benéficas e patogênicas coexistem em
equilíbrio. Mas, quando fatores como má alimentação, estresse, uso excessivo de
antibióticos ou até sedentarismo entram em cena, as bactérias ruins podem tomar
conta, causando uma série de problemas.
Os
sintomas da disbiose: será que você tem?
Os
sintomas de disbiose são diversos e podem ser confundidos com outros problemas
de saúde. Veja os sinais mais comuns:
- Problemas digestivos: Gases, inchaço
abdominal, constipação ou diarreia frequentes.
- Cansaço e falta de energia: A disbiose pode dificultar a absorção de nutrientes
essenciais, levando à fadiga constante.
- Alterações de humor: Você sabia que
o intestino é chamado de "segundo cérebro"? Um intestino
desequilibrado pode interferir na produção de serotonina, o hormônio do
bem-estar, contribuindo para ansiedade e depressão.
- Dificuldade para emagrecer ou ganho de peso: O desequilíbrio na microbiota impacta o metabolismo e
favorece o acúmulo de gordura.
- Problemas de pele: Acne,
dermatite e outras condições de pele podem estar relacionadas ao estado do
intestino.
- Alergias e intolerâncias alimentares: A disbiose pode aumentar a permeabilidade intestinal (o
famoso "intestino permeável"), o que expõe o sistema imunológico
a substâncias que deveriam ser barradas.
O
que causa a disbiose?
A
disbiose pode ser causada por diversos fatores, muitos deles comuns no dia a
dia. Entre os principais estão:
- Alimentação rica em ultraprocessados: Açúcar, gorduras ruins e alimentos com poucos nutrientes
alimentam as bactérias prejudiciais e enfraquecem as boas.
- Uso excessivo de antibióticos: Medicamentos que eliminam tanto bactérias ruins quanto as
benéficas, deixando o intestino vulnerável.
- Estresse crônico: O estresse
aumenta o cortisol, que, por sua vez, pode alterar a composição da
microbiota.
- Sedentarismo: A falta de
movimento impacta negativamente a saúde intestinal.
- Exposição a toxinas: Pesticidas,
poluição e aditivos alimentares também contribuem para o desequilíbrio.
A
disbiose não afeta apenas o intestino. Ela está relacionada a condições como:
- Baixa imunidade: Cerca de 70%
do sistema imunológico está no intestino. Um intestino desequilibrado
significa um sistema imunológico enfraquecido.
- Doenças inflamatórias: A disbiose
aumenta a inflamação no corpo, um fator de risco para doenças crônicas,
como artrite, diabetes e doenças cardíacas.
- Alterações neurológicas: O eixo intestino-cérebro conecta o intestino ao sistema
nervoso central. Um intestino disfuncional pode estar relacionado à
ansiedade, depressão e até doenças neurodegenerativas.
Como
saber se você tem disbiose?
Diagnosticar
a disbiose requer uma avaliação clínica e, muitas vezes, exames específicos.
Aqui estão alguns passos que você pode seguir:
- Consulta médica detalhada: Descreva seus sintomas e estilo de vida para o seu médico.
- Teste de fezes: Avalia a composição
da microbiota e detecta desequilíbrios.
- Teste de permeabilidade intestinal: Verifica se o intestino está “permeável” e permitindo a
entrada de substâncias indesejadas.
- Exames de sangue: Identificam
deficiências nutricionais e marcadores inflamatórios.
O
que fazer para tratar a disbiose?
A boa
notícia é que, com algumas mudanças de hábito e, quando necessário, suporte
médico, é possível restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal. Aqui estão
as principais estratégias:
1.
Alimente sua microbiota:
- Inclua alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais,
grãos integrais e leguminosas. Eles servem como prebióticos, alimentando
as bactérias boas.
- Aposte em alimentos fermentados, como kefir, iogurte natural,
chucrute e kombucha, que são fontes naturais de probióticos.
2.
Suplementação:
- Probióticos: Suplementos
com cepas específicas podem ajudar a restaurar o equilíbrio da microbiota.
- Prebióticos: Compostos como
inulina e FOS ajudam as bactérias boas a crescerem.
3.
Gerencie o estresse:
- Práticas como meditação, yoga e exercícios físicos moderados
ajudam a regular a conexão intestino-cérebro.
4.
Evite alimentos prejudiciais:
- Reduza o consumo de açúcar, álcool e alimentos
ultraprocessados, que alimentam bactérias prejudiciais.
5. Pratique atividade física regular:
- Exercícios moderados promovem um trânsito intestinal saudável
e uma microbiota mais diversificada.
“Você
não precisa aceitar o desconforto como parte da sua vida. Com o diagnóstico
certo e uma abordagem integrada, é possível restaurar o equilíbrio e
transformar a sua saúde de dentro para fora. Afinal, cuidar do seu intestino é
cuidar do seu corpo inteiro. Será que você tem disbiose? Talvez seja hora de
descobrir.”. Conclui o Dr. Francisco Saracuza.
Dr. Francisco Saracuza - CRM 192628 - Médico Especializado em Medicina Integrativa
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