O câncer de mama ainda é o mais incidente entre as mulheres em todas as regiões no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de novos casos no Brasil, em 2024, é de 73.610. Números do DataSUS mostraram uma alta mortalidade pela doença no ano passado: foram mais de 20 mil óbitos em decorrência de tumores mamários. E o fator mais importante que contribui diretamente para a redução da mortalidade pela doença são os avanços no rastreamento, já que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em 95%, como aponta a dra. Fernanda Philadelpho, radiologista especializada em exames de mama da CDPI.
“O objetivo do
rastreamento é alcançar mulheres que ainda não possuem sinais ou sintomas
sugestivos de câncer. Assim, conseguimos identificar, por meio de exames de
imagem, alterações indicativas da doença o mais cedo possível e encaminhar as
pacientes com resultados fora do esperado para uma investigação por
biópsia", explica.
O diagnóstico depende de
várias etapas, e é iniciado pelo exame mais preconizado, a mamografia, a partir
dos 40 anos para mulheres sem fatores de risco. “Atualmente, tivemos mudanças
nos paradigmas de rastreamento do câncer de mama que deixaram de analisar
somente a idade das mulheres”, reforça Fernanda.
De acordo com a
radiologista, o risco elevado para o câncer não leva em consideração apenas a
história familiar e a faixa etária. “Outros dados – como estudos genéticos; se
a paciente teve tumores passados, principalmente de mama ou ovário; mulheres
que já fizeram radioterapia torácica quando jovem para tratamento de linfoma; e
pacientes de origem judia asquenaze – podem levar a um risco aumentado para o
desenvolvimento da doença. Assim, o rastreio pode variar conforme a idade de início
e os exames de imagem utilizados”, detalha a médica.
Uma vez identificada
alguma imagem suspeita, como nódulos ou calcificações, o próximo passo é
realizar uma biópsia, inicialmente guiada por ultrassom. O material é, então,
encaminhado para um laboratório de patologia para que o especialista analise as
células, realize testes e descreva as características do achado, confirmando ou
excluindo o diagnóstico de uma neoplasia da mama.
“O tratamento do câncer
de mama tem evoluído significativamente, com inovações que aumentam as chances
de cura e melhoram a qualidade de vida das pacientes, sobretudo quando
diagnosticado precocemente. Exames de imagem, como a ressonância magnética das
mamas associada à biópsia, têm sido muito utilizados no planejamento cirúrgico
para procedimentos mais eficazes e com menos efeitos adversos”, reforça
Philadelpho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário