Entidade orienta
trabalhadores da construção à utilização correta dos medicamentos
Não
se medicar sem prescrição médica, seguir as orientações e os horários certos
para tomar remédios e aderir ao tratamento até o final. As recomendações são de
Nathalia Xavier de Almeida, supervisora de Farmácia do Seconci-SP (Serviço Social da
Construção), por ocasião do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos (5 de
maio).
A efeméride surgiu a partir
de um movimento estudantil nacional em 1999, com o objetivo de promover ações
para alertar a população sobre os riscos de utilização irracional ou inadequado
de medicamentos. Estudo realizado em 2019 pelo Conselho Federal de Farmácia
mostrou que, apesar de terem se passado 20 anos daquele movimento, 77% dos
brasileiros ainda se automedicavam; 47% o faziam ao menos uma vez por mês e
25%, uma vez por semana.
“A maioria das pessoas que
tomam remédios sem prescrição médica o fazem por falta de conhecimento sobre as
consequências dessa prática”, comenta a farmacêutica. Ela alerta que a
automedicação pode causar os seguintes danos, principalmente se praticada com
frequência:
· Alergias – a ingestão de medicamentos com um ou mais de um princípio ativo podem causar até alergias que o paciente desconheça.
· Intoxicação – causada por se tomar superdosagem de determinado fármaco.
· Problemas de saúde ou ineficácia do tratamento – podem ocorrer por interação medicamentosa, quando o paciente ingere remédios que já usa continuamente com os da automedicação.
· Dependência de determinado fármaco, prejudicando a qualidade de vida da pessoa.
·
Criação
de resistência a microorganismos como bactérias, vírus, vermes e parasitas.
Recomendações
Para que o tratamento seja
bem-sucedido, Nathalia recomenda seguir à risca a prescrição médica,
evitando-se remédios ineficazes para seus sintomas; consumir a medicação na
dose recomendada e nos horários prescritos; e proteger os remédios da luz, da
umidade e do calor excessivo.
De acordo com a supervisora,
neste momento de epidemia de dengue a automedicação pode aumentar o risco
hemorrágico da doença e agravar a situação do paciente. “A pessoa infectada não
deve tomar nenhum tipo de anti-inflamatórios ou outras medicações, apenas
dipirona e soro, conforme orientação médica”.
“A adesão à prescrição dos
medicamentos é fundamental. Se a pessoa interromper um tratamento de sete dias
no quarto dia porque os sintomas desapareceram, ela se arrisca a não se curar.
É o caso, por exemplo, de um paciente que interrompe a ingestão de antibiótico
para debelar uma infecção bucal a fim de poder tratar um dente – ele não
conseguirá tratá-lo. Ou do paciente com tuberculose que interrompe o tratamento
e a doença volta a se manifestar anos depois.
Procedimentos do Seconci-SP
Nathalia relata que o
Seconci-SP toma uma série de cuidados para que os trabalhadores da construção e
seus familiares tomem as medicações corretamente. Por exemplo, no caso de
pacientes com sífilis, eles são convidados a vir à entidade para tomar as
injeções, garantindo o tratamento até o final. Na impossibilidade desse
comparecimento, recebem o receituário para as aplicações na drogaria.
“No Seconci-SP, dispensamos
a medicação e fazemos a reconciliação medicamentosa, para evitar problemas
ocasionados pelo uso simultâneo de muitos remédios. Analisamos com o usuário os
melhores horários para ele se medicar. Caso ele tenha dificuldade de se
medicar, o farmacêutico se reúne com o médico/dentista prescritor, para sugerir
uma opção de fácil acesso ao paciente.
Os pacientes recebem os
remédios junto com planilhas que indicam quais medicamentos devem ser tomados e
em quais horários. No caso de usuários que não saibam ler, as orientações vêm
com desenhos sobre os horários, e com cores para identificar cada remédio.
Para garantir a eficácia do
tratamento e evitar o desperdício, o Seconci-SP entrega ao paciente o número
exato dos comprimidos prescritos. A entidade busca, com os usuários, determinar
os melhores horários para eles se medicarem, de modo a não se esquecerem de
fazê-lo. E ainda os orienta sobre quais remédios devem ser tomados em jejum ou
requerem alimentação prévia, e em quais períodos do dia são recomendados.
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