A lipoabdominoplastia permite eliminar a gordura localizada resistente a dietas e exercícios, ao mesmo tempo que trata a flacidez abdominal
A combinação de procedimentos cirúrgicos estéticos se popularizou devido a benefícios como a diminuição dos gastos com a operação, a possibilidade de obter um aspecto mais equilibrado e harmonioso, e a recuperação pós-operatória mais eficiente, evitando a espera de meses entre cirurgias individuais.
Entretanto, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) destaca as técnicas combinadas como requerentes de maiores cuidados.
Segundo o cirurgião plástico Luís Maatz, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC/FMUSP), e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP); não há dúvida quanto à popularidade das cirurgias simultâneas.
“Os procedimentos podem ser
seguros, desde que conduzidos por cirurgiões qualificados e experientes. Além
disso, é preciso planejar bem a cirurgia, considerando histórico de saúde, os
resultados dos exames pré-operatórios, entre outros fatores sobre o paciente
que irão determinar a possibilidade da plástica”, explica Maatz.
Quais as plásticas combinadas
mais comuns
De acordo com o especialista, há três procedimentos combinados em destaque no país: lipoaspiração com abdominoplastia (remoção do excesso de gordura e pele no abdômen); blefaroplastia (cirurgia das pálpebras) com rinoplastia (cirurgia do nariz); e o “mommy makeover”, cirurgia plástica que combina mamoplastia com lipoescultura e abdominoplastia. Confira:
Lipoaspiração e abdominoplastia: “A lipo e a abdominoplastia são frequentemente realizadas em conjunto para aprimorar os resultados estéticos, visando a remoção de gordura e o remodelamento da região abdominal. O procedimento permite eliminar a gordura localizada resistente a dietas e exercícios, ao mesmo tempo que trata a flacidez abdominal”, aponta Luís Maatz.
Um estudo da Universidade Federal do
Pará (UFPA), que acompanhou a evolução clínica de pacientes que passaram pela
lipoabdominoplastia, da primeira à quarta semana pós-operatória, concluiu que
houve melhora clínica até o segundo dia após o procedimento, e que a
hemoglobina levou aproximadamente um mês para normalizar na maioria dos
pacientes tratados apenas com reposição oral de ferro, sem necessidade de
hemotransfusão.
Blefaroplastia e rinoplastia: A rinoplastia é uma intervenção cirúrgica voltada para corrigir tanto questões estéticas quanto funcionais do nariz. Por sua vez, a blefaroplastia é um procedimento estético focado na região das pálpebras, visando principalmente melhorar o aspecto causado pela flacidez de pele ou alterações das bolsas de gordura da região.
Quando o paciente busca aprimorar ambos os aspectos, a opção de realizar uma cirurgia combinada se mostra atrativa.
“Os benefícios desse procedimento
abrangem uma melhora notável no equilíbrio facial, uma maior harmonização entre
as estruturas faciais e um consequente aumento da autoestima e confiança do
paciente. Contudo, é essencial considerar, com o cirurgião, os riscos
associados”, elucida Luís Maatz.
Mommy makeover (mamoplastia, lipoescultura e abdominoplastia): É a cirurgia que proporciona uma remodelação mais completa no corpo após a gravidez.
“Trata-se da combinação de mamoplastia (com ou sem próteses de silicone), lipoescultura (retirada do excesso de gordura em partes do corpo e inserida em áreas com depressões e vincos) e abdominoplastia, geralmente, com correção da Diástase dos Músculos Retos Abdominais, que é o afastamento da musculatura abdominal que pode ocorrer na gestação para compensar o crescimento do útero”.
Essa combinação de procedimentos oferece benefícios significativos. Segundo Luís Maatz, além de aprimorar o contorno corporal, essa abordagem também pode corrigir assimetrias, atrofias ou hipertrofias mamárias.
“A cirurgia remove a gordura
localizada, volumiza áreas atróficas e repara as alterações da parede
abdominal, contribuindo para uma melhora tanto estética quanto funcional”.
Riscos associados: Já os riscos são os mesmos de qualquer cirurgia isolada: sangramento, reação à anestesia, infecção, abertura de pontos, dificuldade de cicatrização, hematomas, inchaços ou eventos tromboembólicos (trombose venosa e tromboembolismo pulmonar).
“A imobilidade pós-operatória aumenta o risco de desenvolver coágulos sanguíneos nas pernas, que podem se desprender e causar uma embolia pulmonar, em casos mais raros. Por isso, é essencial que o cirurgião plástico siga o protocolo de prevenção desses eventos, que incluem compressão dos membros inferiores e medicamentos anticoagulantes. Além disso, pacientes podem relatar perda temporária ou permanente da sensibilidade nos seios ou na região abdominal após a cirurgia”, pontua o médico.
Segundo ele, é fundamental que o paciente seja conscientizado pelo seu cirurgião plástico que, ao realizar cirurgias combinadas, a recuperação será mais lenta e os cuidados, maiores. Por outro lado, se realizadas isoladamente, as cirurgias teriam um tempo somado de recuperação maior.
“Sendo assim, avalie com seu médico
a possibilidade de realizar uma plástica combinada, levando em conta os riscos
e benefícios, somados ao seu estado de saúde”, finaliza Luís Maatz.
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