Especialista do CEJAM explica como o planejamento e a orientação profissional fazem toda a diferença nessa transição
O veganismo tem se tornado um estilo de vida cada
vez mais popular. Seja por questões de saúde, preocupações ambientais, consumo
consciente ou mesmo pelo desejo de explorar novas perspectivas, essa tendência
tem ganhado destaque, especialmente no âmbito das escolhas alimentares.
Celebridades como Xuxa e a cantora Billie Eilish representam apenas uma parcela
de um grupo crescente que optou por excluir produtos de origem animal de suas
vidas e que defende abertamente a causa. E o tema tem gerado tanta curiosidade
que, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), de janeiro de 2014 a
dezembro de 2022, houve um aumento de 660% no volume de buscas na internet pelo
termo "vegano" no Brasil.
De modo geral, o veganismo vai além de uma simples dieta e engloba uma
série de escolhas éticas e conscientes em prol da vida animal. “Na parte da
alimentação, é uma prática dietética que exclui totalmente o consumo de
alimentos de origem animal. Ou seja, pessoas veganas não consomem carne, peixe,
laticínios, ovos ou qualquer outro produto de origem animal na hora de se
alimentar”, afirma Alice Coca, nutricionista da UBS Jardim Paranapanema,
gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em
parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
Hoje, o Brasil conta com aproximadamente 7 milhões de veganos, o que o coloca
como líder do veganismo na América Latina, segundo dados da SVB. Apesar desse
aumento expressivo, muitos ainda não compreendem completamente o que significa
ser vegano e, mais importante ainda, o que é necessário para adotar esse hábito
da melhor maneira.
“Essa não é uma decisão fácil, mas, se tomada, é preciso que existam cuidados
para garantir que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas. Com o
auxílio de um profissional, é possível desenvolver um plano de alimentação
equilibrado, incorporando diferentes fontes de proteínas, frutas, legumes,
grãos, folhas e vegetais. É fundamental buscar as melhores maneiras para se
obter ferro, cálcio e outras vitaminas essenciais para o organismo”, explica a
nutricionista.
Em muitos casos, há ainda a necessidade de suplementos alimentares, que podem
variar de acordo com as necessidades de cada pessoa. Normalmente, um deles é o
mais recomendado para garantir uma dieta vegana saudável e efetiva.
“Um dos suplementos que podem ajudar a potencializar a dieta é a Vitamina B12,
bastante presente em alimentos de origem animal, como carnes, atum, ovo cozido
e leite. Ela ajuda no funcionamento do sistema nervoso e cardiovascular, além
de melhorar a disposição física e mental. A sua falta pode gerar graves
problemas de saúde”, reforça.
Além disso, a obtenção de Vitamina D e Ômega-3 também são altamente
recomendadas para aqueles que desejam planejar uma dieta balanceada. "Se a
exposição à luz solar não for suficiente para obter a quantidade necessária de
vitamina D, é importante que a pessoa busque orientação profissional para se
suplementar adequadamente. Quanto ao Ômega-3, embora seja associado
principalmente ao peixe, pode ser obtido a partir de sementes de linhaça, chia,
nozes, óleo de linhaça e óleo de canola”, ressalta Alice.
Para aqueles que já seguem uma dieta vegetariana e desejam dar o próximo passo
em direção ao veganismo, ou mesmo para aqueles que desejam fazer uma mudança
drástica em sua dieta, o planejamento e a busca por conhecimento desempenham um
papel crucial. Com o apoio de um nutricionista, é possível adotar o veganismo
de forma consciente e alcançar o bem-estar pessoal e ambiental desejado.
(@cejamoficial
cejam.org.br/noticias
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