Imunizante contra
os genótipos mais cancerígenos tem impacto importante ao evitar que infecção
ocorra
O Grupo Fleury acaba de colocar em rotina o novo
imunizante contra o HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano). A vacina
oferece cerca de 90% de proteção contra nove genótipos do vírus – a anterior
contava com apenas quatro subtipos e 75% de proteção – e está disponível em
suas marcas de medicina diagnóstica que estão localizadas em São Paulo, Bahia,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte e
Maranhão.
O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral,
genital ou anal) e está relacionado ao câncer de colo de útero, pênis, vulva,
vagina, canal anal e orofaringe. No Brasil, o câncer de colo de útero é
o terceiro câncer mais comum entre as mulheres e, de acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), o HPV é responsável por 95% desses casos.
O que muda na vacina quadrivalente para a nonavalente?
Existem mais de 100 genótipos de HPV identificados,
categorizados como de baixo risco para induzir câncer ou alto risco para
oncogênese. A vacina quadrivalente (HPV4) oferece proteção contra quatro deles
(6, 11, 16 e 18), enquanto a nonavalente (HPV9) conta com mais 5 outros tipos
(31, 33, 45, 52 e 58). Esses genótipos adicionais incorporados à nova vacina
aumentam a proteção contra os vírus de alto risco para oncogênese de 75% para
90%.
Quem deve tomar a vacina contra HPV?
A vacina nonavalente é indicada para meninas,
meninos, mulheres e homens com idades entre 9 e 45 anos, com número de doses
administradas conforme idade e presença de comorbidades específicas. Para quem
já recebeu o esquema completo ou incompleto da HPV4 ou da bivalente (hoje indisponível
no Brasil), recomenda-se a revacinação com a HPV9 para que se obtenha proteção
adequada contra os cinco genótipos adicionais.
“As vacinas contra o HPV foram desenvolvidas
visando essencialmente a proteção das mulheres contra o câncer cervical. Entretanto,
considerando-se que o vírus também causa doenças potencialmente graves e
mutilantes na população masculina e que este grupo tem papel primordial no
ciclo de transmissão do vírus, a igualdade de gêneros é essencial para alcançar
o benefício máximo da imunização”, explica o Dr. Daniel Jarovsky, pediatra,
infectologista e consultor médico em Imunizações do Fleury Medicina e Saúde.
Como o vírus HPV é transmitido?
As infecções por HPV são transmitidas sexualmente
por contato epitelial direto (pele ou mucosa) ou, raramente, pela exposição ao
vírus no trato genital materno com lesões pelo HPV durante trabalho de parto.
“Para meninos e homens, a vacinação contra o vírus
do HPV é importante porque evita cânceres como o de orofaringe e pênis. Além
disso, impede que eles transmitam o vírus para as meninas e mulheres, por ser
uma enfermidade sexualmente transmissível”, ressalta Dra. Carolina Sanchez
Aranda Lago, pediatra especialista em Imunologia Clínica do Fleury Medicina e
Saúde.
Como prevenir?
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível que
ocorre no contato entre a pele e não depende da ejaculação. Por isso, o
recomendado é utilizar preservativos durantes as relações sexuais. Mesmo assim,
a forma mais eficaz de prevenir o vírus é a vacinação, principalmente se
realizada antes do início da vida sexual - quando ainda não ocorreu o contato
com o vírus.
“Uma das principais formas de prevenir a infecção é
pela vacinação. O imunizante é eficaz e seguro, fornecendo proteção contra
os principais subtipos de alto risco e contra verrugas anogenitais”, informa a
Dra. Carolina.
Estimam-se aproximadamente 10 milhões de pessoas
infectadas pelo HPV no Brasil. Nesse caso, a imunização é necessária para
quebrar a cadeia de transmissão do vírus. “Nem sempre essas infecções levam ao
câncer, mas praticamente 100% dos casos de câncer de colo uterino são causados
pelo HPV. Essas graves complicações poderiam ser facilmente evitadas com a
maior adesão às vacinas”, conclui o Dr. Jarovsky.
Nenhum comentário:
Postar um comentário