O material é rico em células-tronco e é uma alternativa para o transplante de medula óssea
No próximo
sábado (8/10), é celebrado o Dia Nacional da Doação de Cordão Umbilical. Apesar
de ser uma data ainda pouco conhecida, pode se tornar uma importante estratégia
de mobilização para salvar vidas.
A doação é uma
alternativa para complementar o baixo número de transplantes de medula óssea no
País. A médica hematologista da Pró-Saúde, Polyana Pontes, que atua no Hospital
Materno-Infantil de Barcarena (HMIB), referência no Pará em assistência para
gestantes de alto risco, explica que o sangue encontrado dentro do cordão
umbilical, que liga a criança à placenta da mãe, é rico em células-tronco
hematopoéticas.
“São células que
tem a capacidade de se autorrenovar e servem para o tratamento - por meio de
transplante de medula óssea - de algumas doenças hematológicas e imunológicas
que podem ser benignas ou malignas, como anemias, linfomas e leucemias”, afirma
a hematologista.
Segundo o
Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), do
Instituto Nacional do Câncer (Inca), há no Brasil, atualmente, 650 pacientes em
busca de doador de medula óssea.
Até julho deste
ano, apenas 190 pessoas tinham conseguido realizar o procedimento, que consiste
na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células
normais, visando a reconstituição de uma nova medula.
Como
fazer a doação?
A doação do
sangue do cordão umbilical pode ser feita por gestantes aptas que atendam
critérios específicos, como ter idade entre 18 e 36 anos, ter feito no mínimo
duas consultas de pré-natal documentadas, estar com mais de 35 semanas no
momento da coleta e não possuir, no histórico médico, câncer ou anemias
hereditárias.
O ato é
voluntário e a coleta do material precisa ser autorizada pela puérpera.
A hematologista
detalha que a doação não traz riscos à saúde do bebê e nem da mãe, pois o
sangue do cordão é coletado depois que a criança é separada dele. A doação não
impede o clampeamento tardio do cordão na hora do parto – a prática de aguardar
o cordão parar de pulsar é adotada para que o sangue rico em ferro que está no
cordão seja transmitido para o organismo do bebê. Neste caso, a equipe médica
deve considerar o tempo oportuno recomendado de até 1 minuto.
“Depois de
captado, são feitos exames para verificar a quantidade de células-tronco,
testes para doenças infecciosas, compatibilidade para transplantes e, por fim,
é congelado e disponibilizado em um banco público”, explica Polyana.
As captações só
podem ser realizadas por equipes treinadas e hospitais e maternidades
conveniados com os 13 bancos públicos da Rede BrasilCord, do Ministério da
Saúde.
O sangue
armazenado nestes bancos fica disponível para qualquer pessoa que precise do
transplante de medula óssea.
De acordo com o
Ministério da Saúde, as chances de encontrar uma medula óssea compatível é de
uma em 100 mil.
“Por isso, é essencial o incentivo à doação do sangue do cordão, pois quanto mais doadores cadastrados, maior a probabilidade de beneficiar novos pacientes que precisam do transplante e, consequentemente, mais vidas serão salvas”, reforça o diretor Técnico, Juan Carlos Boado, do Hospital Bom Pastor, unidade gerenciada pela Pró-Saúde e única maternidade no município de Guajará-Mirim (RO), referência no atendimento da população indígena de 54 aldeias na região Norte do país.
Confira os
bancos públicos de cordão umbilical disponíveis no país: http://redome.inca.gov.br/cordao-umbilical/bancos-da-rede-brasilcord/
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