As doenças cardiovasculares são consideradas as maiores responsáveis por mortes no Brasil, ocupando o primeiro lugar (1) e fazem parte do grupo das doenças crônicas não transmissíveis (DNT) .
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento das
doenças cardiovasculares. O envelhecimento é um fator importante e não apenas a
hipertensão, diabetes, colesterol elevado, fumo, obesidade, alimentação
irregular, sedentarismo, contribuem para o desenvolvimento das doenças
cardiovasculares. Em tese, a prevenção e o tratamento adequado são formas de
melhorar a expectativa de vida das pessoas.
A prática da atividade física, o consumo de uma alimentação
equilibrada, a redução do consumo de álcool e parar de fumar podem reduzir os
impactos das doenças como obesidade, diabetes e colesterol, mas ainda existe um
hiato entre a realidade de consumo e o que é considerada alimentação saudável.
Do ponto de vista alimentar, o aumento do consumo de alimentos
ultraprocessados pode ter um impacto desfavorável à saúde das pessoas,
contribuindo com a elevação do IMC (Índice de Massa Corporal) e, portanto, um
fator de risco cardiovascular.
A adoção de uma alimentação equilibrada e consumo
moderado, composta de alimentos integrais, verduras, legumes e frutas, com a
redução do consumo de alimentos refinados, como açúcares e alimentos
industrializados, podem favorecer a prevenção e os tratamentos de doenças como
a obesidade, diabetes e a hipercolesterolemia.
O ovo, alimento prático, acessível e apreciado pela maioria da
população, passou por momentos difíceis quando, em 1968, a American Heart
Association estabeleceu que o consumo máximo diário de colesterol deveria ser
de 300 mg. Assim, o alimento foi banido do prato da população.
Desde a década de 80, estudos têm sido publicados concluindo que o
consumo de 1 ovo/dia não está associado com o aumento na incidência de doenças
cardiovasculares. Um estudo mais recente com 177 mil pessoas de 50 países,
realizado por Dehghan et al, não encontrou associação significativa
entre o consumo de ovos, lipídios séricos, mortalidade e doença cardiovascular.
Ocorre que a demanda de colesterol para atender as necessidades do
organismo é imensa e cerca de 70% do colesterol circulante é produzido no
fígado. O ovo é uma fonte de proteína acessível, de fácil digestibilidade e
importante para todas as faixas etárias, sobretudo para os idosos. Contém em
sua composição vitaminas, minerais e carotenóides que apresentam uma potente
ação antioxidante. Dentre as vitaminas, o ovo é uma grande fonte de colina,
cerca de 250 mg/ 100g (8) com várias funções no organismo como a formação da
memória do feto, síntese de acetilcolina e síntese de fosfolípides essenciais
para membranas celulares. Além disso, a sua deficiência está relacionada ao
aumento de homocisteína, um biomarcador inflamatório.
O ovo é um alimento prático, saboroso, de fácil acesso e funcional
pela sua composição. Adote uma alimentação equilibrada e saudável, com
verduras, legumes e frutas, incluindo o ovo em sua alimentação!
Lúcia Endriukaite - nutricionista do
Instituto Ovos Brasil . Formada
pela Faculdade de Nutrição-Universidade de Mogi das Cruzes,
especialista em Fitoterapia pela ASBRAN com Pós-graduação em Fitoterapia
Clínica (Faculdade do Litoral Paranaense), Bases Nutricionais para Atividade
física (FMU), e Administração de Serviço de Nutrição e Dietética (São Camilo).
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