Dalila Leal comenta que a obesidade pode se tornar fator de risco para doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, entre outras
A Organização Mundial de Saúde afirma que a obesidade é um dos
mais graves problemas de saúde que o mundo tem que enfrentar. Em 2025, a
estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do
peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de
massa corporal (IMC) acima de 30.
Segundo Dalila Leal, nutricionista, a obesidade é uma doença
crônica inflamatória multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de
gordura corporal. "Pessoas com esse quadro estão propensas a apresentar
episódios de apneia do sono, dificuldade para se movimentar, cansaço frequente
e distúrbios no ciclo menstrual das mulheres, entre outros", comenta.
No Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze
anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. Diante dessa prevalência,
vale chamar a atenção que, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de
Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). A
frequência de obesidade é semelhante em homens e mulheres. Nestas, a ela
diminui com o aumento da escolaridade.
Já em relação à obesidade infantil, o Ministério da Saúde e a
Organização Panamericana da Saúde apontam que 12,9% das crianças brasileiras
entre 5 e 9 anos têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes na faixa etária
de 12 a 17 anos.
Dalila ressalta que obesidade pode ocasionar sérias consequências
para a saúde da pessoa e pode se tornar fator de risco para diversas doenças,
como, por exemplo, cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes tipos 2, distúrbios musculoesqueléticos como a osteoartrite, alguns tipos de
câncer, como do endométrio, de mama, de ovários, de próstata, de fígado, de
bexiga e colorretal, entre outros.
Geração mais obesa do Ocidente
Para a nutricionista, nas últimas décadas, a população aumentou o
consumo de alimentos industrializados com elevada quantidade de sódio, açúcar,
gordura. Estas características favorecem o aumento da ingestão alimentar com
alta densidade calórica e, portanto, contribuem para o desequilíbrio
energético.
"Além disso, a rotina corrida no trabalho e estudos tem
favorecido ao ganho de peso, muitas vezes devido à necessidade de realizar as
refeições num curto espaço de tempo. Outro ponto são as escolhas de alimentos
rápidos que nem sempre são saudáveis e, também a distração ao se alimentar,
pois comem mexendo no celular, assistindo televisão e isso acaba atrapalhando o
mecanismo de saciedade", explica Dalila.
Pensando nas crianças, o acesso crescente à tecnologia está
fazendo com que elas deixem de realizar brincadeiras presenciais, como, por
exemplo, correr e pular corda.
"A junção de menos atividade físicas, alimentação industrializada
com um maior uso de telas tem levado as crianças, adolescentes e adultos a
obesidade", comenta a nutricionista.
Tratamento
O primeiro ponto que Dalila destaca, em sua consulta, é que a
obesidade não é uma simples alteração estética e sim uma patologia.
"Durante a consulta, de um paciente que apresenta obesidade,
é de suma importância avaliar as causas que levaram ao excesso de peso,
investigar possíveis morbidades associadas", comenta Dalila.
A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando da
interação de genes, ambiente, estilo de vida e fatores emocionais, sendo
preciso, os nutricionistas, entenderem de maneira minuciosa como a interligação
de fatores impacta na vida do paciente.
"Com a análise do caso completa de paciente, eu traço
estratégias para melhorar o quadro da saúde da pessoa. Além disso, deixo claro
que eu e o paciente somos um time e precisaremos agir juntos para alcançar o
objetivo que é a perda de peso e a melhora na saúde", finaliza Dalila.
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