Especialista do Hospital paulista
alerta que mulheres estão entre as principais afetadasShutterstock
Considerado o mal do século, o estresse é um importante desencadeador de sintomas e questões da vida contemporânea. Entre os danos que ele pode trazer à saúde estão a insônia, ansiedade e o bruxismo, condição que afeta 30% da população mundial e 40% dos brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dra. Juliana Mussi, cirurgiã buco-maxilo-facial do Hospital Paulista, explica que o problema é caracterizado pelo apertamento ou rangido dos dentes e causa uma desordem funcional marcada pelas atividades repetitivas dos músculos utilizados para a mastigação.
Incômodo e doloroso, o bruxismo conta com duas manifestações distintas: no sono, que ocorre o enquanto as pessoas dormem; ou em vigília, caracterizado como o apertamento dos dentes no decorrer do dia, quando o indivíduo está acordado.
Segundo a especialista, um dos pontos dessa disfunção é o acometimento da articulação temporomandibular (ATM), que liga a mandíbula ao crânio, podendo causar dificuldade mastigatória e de abertura da boca.
“Desgastes e fraturas dentárias, retração gengival, lesões na língua/mucosa oral estão entre principais resultados dessa condição tão incômoda que é o bruxismo.”
Além
dos sintomas, a cirurgiã alerta que o bruxismo pode levar ao surgimento da ATM,
e as pessoas podem sofrer dos chamados sintomas otológicos, que incluem dores
de ouvido, zumbidos e sensação de ouvido tapado. “Isso acontece devido à
proximidade de estruturas anatômicas”, reitera.
Diagnóstico
O bruxismo pode se manifestar na infância, adolescência e na vida adulta, e tem como principais causas tensão, ansiedade, estresse. Além disso, ele pode surgir associado a outras doenças. Segundo Dra. Juliana, a condição pode afetar tanto adultos, como crianças.
A especialista explica que o bruxismo pode acometer indivíduos em qualquer idade, no entanto, é mais comum em pessoas com alto índice de estresse. “Poucos sabem, mas as mulheres têm mais chances de desenvolver o problema, e representam a maioria dos casos.”
O
diagnóstico pode ser feito por meio de avaliação odontológica e dos sintomas ou
pelo exame de polissonografia, recomendado para identificar o grau do distúrbio
e orientar o especialista sobre o melhor tratamento.
Tratamento
Segundo a especialista, algumas pessoas acreditam que a condição não tem tratamento, o que não é verdade, o que acontece é que de fato, o bruxismo não tem cura.
“No entanto, é possível controlar os sintomas e diminuir consideravelmente os danos causados por meio dos tratamentos e da abordagem individualizada para o quadro de cada paciente”, explica.
A placa oclusal -- tipo de aparelho odontológico que evita o atrito entre os dentes -- é um dos tratamentos clínicos mais populares. Segundo a cirurgiã, de acordo com cada quadro, uso de medicamentos, fisioterapia, terapias alternativas para minimizar o estresse e até avaliação psicológica podem ser recomendados.
"Apesar
de existirem opções de tratamento e as pessoas conseguirem conviver
relativamente bem com a disfunção, é necessário levar em consideração que o
bruxismo é incômodo. É possível prevenir por meio de ações simples, como estilo
de vida leve e hábitos saudáveis. Eles podem ajudar a evitar o problema, assim
como evitar o aumento da ansiedade e estresse”, finaliza.
Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia
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