Procedimento consiste na aplicação de medicamento que dissolve de forma rápida o coágulo que interrompe fluxo sanguíneo, deve ser administrado em até 12 horas a partir dos primeiros sintomas do paciente
O infarto voltou a ser, junto com o acidente
vascular cerebral, a principal causa de morte entre os brasileiros. Voltou porque
havia perdido o posto para a Covid-19 nos momentos mais críticos da pandemia.
Hoje, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, aproximadamente 400
mil pessoas perdem a vida em função das doenças cardiovasculares por ano no
país. Destes, são 120 mil mortes por infarto agudo do miocárdio. Ao sofrer um
infarto, o tempo até buscar o atendimento médico é fator primordial para
preservar a vida do paciente e a trombólise, técnica usada para a desobstrução
da artéria no primeiro atendimento com a ajuda de medicamentos, é importante
aliada nesse processo – uma vez que diminui o risco de mortes em até 40%, de
acordo com estudo publicado no The Lancet.
No procedimento, o trombolítico (que é o nome
dos medicamentos usados no tratamento) é injetado no paciente para dissolver
rapidamente o trombo vermelho – uma espécie de “rolha” formada por plaquetas
responsável pela interrupção do fluxo sanguíneo na região. Os medicamentos mais
utilizados neste tratamento são a Estreptoquinase, Tenecteplaze e a Alteplase. “Após
o procedimento de trombólise, o paciente poderá fazer um cateterismo cardíaco
para melhor estudo do caso e complementar o tratamento com uma angioplastia
coronariana, preferencialmente pelo menos duas horas após a aplicação do
trombolítico, explica o Dr. Fernando Costa, cardiologista da BP – A
Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de
excelência do país.
O infarto, ou ataque cardíaco, ocorre quando
toda artéria responsável por levar sangue do coração ao resto do corpo é
totalmente obstruída. Nessa obstrução ocorre a formação de um trombo sanguíneo,
mais conhecido como coágulo, que limita ou interrompe totalmente o fluxo normal
do sangue, com início do sofrimento daquele grupo muscular que se não levara a
morte do território irrigado por este vaso. “O tratamento para este problema é
a desobstrução aguda em até 12 horas a partir do início dos sintomas, quando
essa obstrução for total configura um tipo de infarto agudo do miocárdio
definido como infarto com supra desnível de segmento ST”, afirma o médico.
O cardiologista aponta, no entanto, que a
trombólise é importante para salvar a vida do paciente em um momento crítico,
mas alerta que o tratamento precisa ser continuado com o encaminhamento a um
serviço de hemodinâmica como o da BP. Segundo ele, o estudo do caso através do
cateterismo cardíaco e a necessidade de uma angioplastia – desobstrução da
artéria por meio de um cateter – é indispensável para aumentar a efetividade do
tratamento. “Se o indivíduo tiver pressões arteriais muito altas no momento do
infarto é necessário baixá-la antes de aplicar o trombolítico. Caso contrário,
ele pode ser acometido por um derrame cerebral”, portanto todo cuidado no
manejo é importante, lembrando que podemos esperar até 12 horas para fazer uso
do trombolítico e neste período poderemos utilizar medicações para o controle
da pressão arterial e depois fazer a medicação reduzindo os riscos de
acidentes, orienta Costa.
De acordo com o médico, apesar de seguro, o
procedimento precisa ser realizado em local que ofereça a retaguarda necessária
para possíveis intercorrências. As mais comuns neste tratamento são
hemorragias, arritmias cardíacas e hipotensão (queda da pressão arterial).
Quando uma artéria coronariana sofre uma interrupção aguda no seu fluxo com
consequente sofrimento da área que recebe sangue por ela, o retorno do fluxo de
sangue através do uso de trombolítico ou da angioplastia pode levar ao
aparecimento de arritmias graves, chamadas de “arritmias de reperfusão” e por
isso é necessário que os locais de atendimento ofereçam condições para o
tratamento destas arritmias com uso de desfibriladores e monitores cardíacos.
BP – A Beneficência Portuguesa de
São Paulo
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