Campanha busca conscientizar mulheres sobre a existência do câncer ginecológico e a importância do diagnóstico precoce
O mês de setembro é voltado para a conscientização do câncer ginecológico que consiste em qualquer tumor maligno desenvolvido no útero, ovário, vulva ou vagina. Pensando nisso, o Hospital Felício Rocho aderiu à campanha Setembro Púrpura.
“Esse tipo de câncer é bastante frequente, porém pouco falado. Nosso intuito
com a campanha é alertar às mulheres sobre a existência dos tipos de câncer
ginecológicos e ressaltar a importância de se consultar regularmente com o
ginecologista. Somente desta forma, teremos a chance de fazer um diagnóstico
precoce e com maiores chances de cura”, explica Dra. Karla Schettino, médica
ginecologista do hospital de Belo Horizonte.
A ideia do Setembro Púrpura surgiu em 1999, quando a Foudation Women’s Cancer
percebeu a necessidade de abordar e conscientizar as mulheres sobre esses tipos
de câncer. Desde então, a instituição lidera campanhas no mundo todo.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, excluídos os de
tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de
câncer mais incidente entre mulheres. Para o ano de 2022 foram estimados 16.710
casos novos, o que representa uma um risco considerado de 15,38 casos a cada
100 mil mulheres (INCA, 2021). Na maioria das vezes, o câncer ginecológico não
apresenta sinais ou sintomas em sua fase inicial.
“Isso cria um grande desafio! Se a mulher for esperar por sintomas para
procurar um médico, em geral o diagnóstico é tardio e os resultados do
tratamento serão piores”, alerta a médica. A profissional ressalva a importância
de ficar atenta à dor pélvica persistente, sangramento vaginal anormal,
anormalidades na vulva ou vagina, inchaço abdominal e flatulência, alterações
intestinais, dor lombar persistente, febre persistente, perda de peso acentuada
e fadiga.
“A presença de um ou mais desses sinais não significa que a mulher tenha um
câncer ginecológico, mas significa que ela merece uma avaliação especializada.
Por isso, o acompanhamento médico é tão importante para investigar cada caso”.
De todos os tumores ginecológicos, o câncer do colo uterino é o mais frequente
na população brasileira, segundo o INCA. E é exatamente ele o único que possui
exames de rastreio e medida preventiva específica.
Para a ginecologista, é fundamental que a mulher que tenha indicação realize, de
maneira regular, o exame de rastreio, popularmente conhecido como ‘preventivo’
ou ‘Papanicolau’. “Além da consulta anual, vacinar-se contra o HPV também
auxilia para evitar o desenvolvimento do câncer do colo uterino” explica. “Com
a vacinação em massa contra o HPV, podemos quase que acabar com os casos de
colo de útero em alguns anos”, completa.
O tratamento de todo câncer é individualizado, e com os tumores ginecológicos
não seria diferente. “Para definir a melhor estratégia, são levadas em
consideração algumas características do tumor, como sua localização, qual é o
seu subtipo, seu tamanho, se existem metástases. Existem diferentes modalidades
de tratamento, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia e braquiterapia,
podendo ser usadas sozinhas ou associadas”, conclui Dra. Karla.
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