Estimular esse
processo facilita tarefas cognitivas complexas, como raciocínio lógico,
resolução de problemas, compreensão da linguagem e aprendizagem.Foto: EKATERINA BOLOVTSOVA/Pexels
A memória operacional, conhecida também como
memória de trabalho, é a capacidade do cérebro de assimilar dados e informações
conforme determinadas tarefas são realizadas. De acordo com pesquisas
científicas, graças a ela, é possível, por exemplo, lembrar o nome de uma
pessoa ao avistá-la na rua, discar um número de telefone ou aprender uma nova
atividade no trabalho.
Dessa forma, a memória operacional é um conjunto de
processos responsável por organizar e armazenar informações temporárias.
Algumas maneiras de estimular essa capacidade incluem realizar exercícios
cognitivos, jogar quebra-cabeças e jogos de memória ou fazer um mapa mental.
Vale ressaltar que tarefas cognitivas complexas,
como processos de raciocínio lógico, resolução de problemas, compreensão da
linguagem e aprendizagem têm na memória operacional aporte essencial para serem
desencadeados de maneira eficiente. Além disso, é fundamental para um melhor
desenvolvimento no trabalho e nos estudos.
Indivíduos que lidam com distúrbios na memória
operacional podem apresentar problemas relacionados à aprendizagem, como
hiperatividade, déficit de atenção, dislexia e restrições no desenvolvimento da
linguagem.
Novas descobertas
Uma pesquisa
desenvolvida na Universidade Estadual da Flórida e da Universidade de Nova York
revelou o "código secreto" no qual o cérebro se baseia para lembrar
e, principalmente, para criar a memória operacional. De acordo com o estudo, a
memória de trabalho extrai somente a informação sensorial mais relevante do
conjunto de estímulos e, a partir daí, a resume em um código mais
simplificado.
A pesquisa publicada na revista científica Neuron,
em abril de 2022, é considerada pioneira e apresenta um novo olhar sobre a
formação da memória operacional. Isso porque, até então, acreditava-se que ela
dependia de armazéns específicos de memória ou que refletia sobre
acontecimentos passados repetidas vezes.
Para o experimento, foi usada uma técnica de
varredura cerebral conhecida por ressonância magnética funcional (FMRI,
na sigla em inglês). Ela mensura as mudanças no fluxo sanguíneo direcionado a
diferentes partes do cérebro. Dessa forma, foi possível visualizar a atividade
cerebral em um tipo de mapa topográfico.
A partir de um teste com estímulos visuais, os
pesquisadores perceberam que as células do cérebro responsáveis por processar
dados visuais contam com um "campo receptivo" específico. Ou seja, em
vez de fazer a codificação de todos os detalhes de cada gráfico, o cérebro
armazena somente as informações necessárias para o desempenho da tarefa em
questão.
A conclusão é que esse tipo de memória atua como
uma ponte entre a percepção (no ato de ler um dado) e a ação (quando é preciso
escrever sobre esse dado). Segundo a equipe de pesquisa, em entrevista ao
site Live Science, para aprofundar ainda mais o conhecimento sobre a
memória de trabalho, um novo estudo deve ser feito. O campo de análise,
conforme os pesquisadores, vai precisar recriar estímulos mais detalhados e
ricos para que correspondam melhor ao dia a dia do ser humano.
Características da memória operacional
A memória operacional é modulada pelo córtex
frontal dorsolateral e não possui a capacidade de assimilar todas as
informações ao mesmo tempo. Assim, o processo busca estratégias para absorver a
maior quantidade de dados possíveis. Suas principais características são a
capacidade limitada, o caráter de ser ativa – uma vez que não apenas armazena
informações, mas também as transforma e manipula –, e a capacidade de ser
integrativa e associativa.
A memória operativa é utilizada todos os dias para
realizar diversas atividades. Enquanto as pessoas realizam determinadas
tarefas, é ela que permite ser possível reter elementos necessários no cérebro.
Essa capacidade permite conciliar duas ou mais ações que acontecem em conjunto.
Por exemplo, lembrar e responder aos conteúdos falados durante uma conversa;
associar um novo conceito a ideias anteriores; e compreender a sequência lógica
de um filme.
A relação do mapa mental com a memória de trabalho
O mapa mental foi criado pelo psicólogo Tony Buzan
em 1970. Estudante de psicologia cognitiva na época, ele pesquisava sobre quais
são os requisitos principais para o armazenamento de informações. Nesse
contexto, desenvolveu o mapa mental com o intuito de otimizar atribuições como
gestão de informações e conhecimento; compreensão e solução de problemas; e
memorização e aprendizado.
Os mapas mentais são, basicamente, representações
visuais e gráficas de determinado tema ou assunto. A ideia é que eles
representem a maneira como um conceito está estruturado dentro da mente humana,
com ligações por meio de associações entre diferentes informações e com o
objetivo de guiar a cadeia do pensamento toda vez que for difícil
organizá-lo.
Sendo assim, funcionam como ferramentas de
organização de ideias por meio do fortalecimento e da ativação da memória no
desenvolvimento de projetos. O mapa mental promove, ainda, conexões adequadas
para se estabelecer uma linha de raciocínio eficiente.
No ambiente de trabalho, essa ferramenta pode ser
usada para promover sessões de brainstorming, analisar problemas de
forma ampla e visualizar soluções disponíveis.
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