Sabe o problema que já existia com a ansiedade de
colaboradores nas empresas? Com a pandemia a situação se tornou alarmante.
Apenas no primeiro ano da pandemia, os casos globais de ansiedade e depressão
aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico divulgado recentemente pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados são alarmantes.
Agora, mesmo com a abertura vivida a situação ainda
é complexa sendo que as empresas vivem essa situação diariamente. “Hoje temos
observados, principalmente entre os mais jovens casos constantes de problemas
oriundos da ansiedade vivida. Isso impacta diretamente nos trabalhos e no
ambiente corporativo”, explica Cristine Pereira, Gerente da Recursos Humanos da
Confirp Consultoria Contábil.
Segundo a Gerente, casos de ansiedades sempre foram
comuns, mas a situação vem tomando preocupações alarmantes em relação a reação
das pessoas. “Tivemos situações de pessoas que não conseguiram desenvolver os
trabalhos e que com isso pediram o desligamento do trabalho. Existe todo um
conjunto de ações para minimizar essa situação, mas os caminhos estão cada vez
mais complexos.
Essa doença e os transtornos que as permeiam
correspondem a um conjunto de doenças psiquiátricas, caracterizadas por
preocupação excessiva ou constante de que algo negativo vai acontecer.
As crises de ansiedades quando ocorrem levam as
pessoas a não se atentarem ao presente, podendo até mesmo resultar em reflexos
físicos, como falta de ar, sudorese e arritmia. A situação é realmente
complexa, conforme detalha Vicente Beraldi Freitas, médico e consultor e gestor
em saúde
da Moema Assessoria em Medicina e Segurança do Trabalho.
“A ansiedade é uma patologia que é desencadeada pela própria pessoa por fatores internos ou externos e os motivos podem ser várias formas de estímulos. A questão é que a ansiedade está presente em cada indivíduo e na pandemia as pessoas passaram por situações que nunca haviam vivenciado isso com certeza um gatilho para muitas pessoas”, explica Vicente Beraldi.
O especialista complementa que existem pessoas que estão mais propensas a essa
situação e também que encontram mais dificuldade de formular reações.
“Geralmente pessoas mais flexíveis tem maior tendência para se adaptarem e
sofrem menos de ansiedade”, analisa.
Contudo, mesmo antes de acontecer a pandemia já se
observava um aumento dos casos principalmente nas novas gerações, sendo que muito
é explicado pela forma com que as pessoas são criadas atualmente, sendo que
ficam praticamente o dia inteiro em frente a smartphones e computadores.
“Os jovens cada vez menos estão vivenciando experiências fora do mundo virtual, e também se estabelece uma sociedade em que todos acreditam que alcançaram o sucesso profissional ou pessoal de forma simples. Isso não é uma realidade no mundo real e um dos impactos dessa frustração com certeza é ansiedade”, alerta Vicente Beraldi.
Para combater esses problemas existem caminhos para empresas, um desses passa
pela intensificação de ações relacionadas a medicina do trabalho que trabalhem
o lado de bem-estar. “Uma alternativa é que as empresas podem fazer grupos para
vivenciamentos, onde se aprenda a lidar com situações e pessoas. Além disso, as
vezes o que falta nas empresas é um setor para prepara a equipe e acompanhe a
situação”, explica Vicente Beraldi.
Cristine Pereira conta que na Confirp, tem
desenvolvido diversas ações para combater esse problema. “A área de recursos
humanos da empresa busca cada vez mais próxima aos colaboradores. Fazendo um
acompanhamento desde a contratação. Caso se observe algo que posso direcionar a
esse quadro já iniciamos uma ação mais aprofundada”, detalha.
Ela conta que mesmo sabendo que a situação é de
grande complexidade e que os gatilhos para esse problema são variados. As
empresas podem e devem buscar reverter essa situação, se aproximando da pessoa
com problema e buscando auxiliar. Com isso o retorno se dará em produtividade,
diminuição de turnover e em um ambiente profissional mais saudável.
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