Procedimento é
indicado para mulheres que apresentam problemas graves na região pélvica, como
câncer de colo do útero, infecções e miomasFoto: Gpointstudio/Freepik
Indicada para mulheres que apresentam problemas
graves na região pélvica, a histerectomia consiste na retirada total ou parcial
do útero. A cirurgia, porém, somente é realizada quando outras formas de
tratamento não obtiveram sucesso. Câncer de colo do útero em estágio avançado,
câncer nos ovários, endometriose grave, prolapso uterino, hemorragias,
infecções e miomas são alguns dos problemas que podem necessitar do
procedimento.
É importante ressaltar que tanto o pré quanto o
pós-operatório devem ser observados de perto por um profissional de
ginecologia.
Dados do Departamento de Informação do Sistema
Único de Saúde (DATASUS) apontam que, entre janeiro e setembro de 2021, cerca
de 50 mil histerectomias foram realizadas na rede pública de saúde do Brasil.
Desse total, quase 22 mil de retirada total. Atualmente, esse procedimento
representa a segunda cirurgia ginecológica mais realizada no país, ficando
atrás apenas das cesarianas.
Classificada em três tipos, a histerectomia pode
ser total, subtotal ou radical. No primeiro caso, é feita a remoção do útero e
do seu colo; já no segundo, o colo é preservado. O tipo radical — opção usada
em casos de câncer avançado — inclui também a retirada da parte superior da
vagina e dos tecidos adjacentes.
Como a cirurgia é feita?
Além dos tipos de histerectomia, o procedimento
pode ser realizado por meio de quatro técnicas cirúrgicas distintas:
histerectomia abdominal total, vaginal, laparoscópica e robótica.
A histerectomia abdominal total é o método mais
usado ao redor do mundo devido à visibilidade que proporciona ao médico durante
o procedimento. Nela, o cirurgião remove o útero fazendo um corte no abdômen,
parecido com o da cesariana. Já a histerectomia vaginal é realizada a partir da
retirada do útero pela vagina por um corte que o separa dos ovários, trompas,
vasos sanguíneos e tecido conjuntivo.
Na cirurgia laparoscópica são feitos pequenos
cortes no umbigo ou na vagina para a inserção de uma câmera acoplada a um tubo.
Assim, o cirurgião consegue observar o útero antes da remoção. A histerectomia
robótica, por sua vez, funciona de maneira parecida com a laparoscópica, mas
utiliza braços de robô controlados pelo cirurgião.
Cuidados essenciais antes e depois
Para que a histerectomia seja bem-sucedida, é
preciso que médico e paciente adotem alguns cuidados no pré e pós-operatório. O
importante é seguir as recomendações do profissional responsável pela
histerectomia, mas há algumas medidas que costumam ser padrões ao procedimento.
No pré-operatório, por exemplo, os principais
cuidados incluem avaliação nutricional com suplementação proteica, reposição de
vitaminas e correção de eventual anemia. São recomendadas, ainda, abstinência
de fumo por 15 dias antes da cirurgia, dieta sem resíduos 3 dias antes e uso de
laxante. Manter-se hidratada na véspera também é importante.
Além disso, é preciso seguir o protocolo Enhanced
Recovery After Surgery (ERAS) ou Otimização da Recuperação
Pós-operatória, uma espécie de roteiro para uma jornada segura no
perioperatório. Ele estipula uma série de medidas que devem ser tomadas pelos
profissionais envolvidos na cirurgia, como cirurgião, anestesista,
nutricionista e equipe de enfermagem, visando ao bem-estar e à saúde do
paciente.
Após a cirurgia, a paciente pode voltar às
atividades normais depois de um período de quatro a seis semanas ou conforme
avaliação e orientação médicas. Para evitar o desenvolvimento de coágulos
sanguíneos nas pernas e acelerar a cicatrização, especialistas costumam
recomendar caminhadas leves cerca de um dia depois do procedimento. Por fim, a
paciente não pode levantar peso por aproximadamente quatro semanas.
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