Sempre ouvimos falar que a boa saúde começa pela boca. De fato, isso é verdade, mas ela também envolve outros fatores, principalmente o bem-estar físico, emocional e psicológico. Quando algo não vai bem emocionalmente pode afetar também a rotina diária, os relacionamentos e acabar atingindo a saúde de um modo geral, incluindo a saúde bucal. “Nossas emoções dependem de níveis flutuantes de neurotransmissores, que causam a ativação de diferentes partes do cérebro responsáveis por diferentes humores, ou ativam partes do cérebro que desencadeiam a estimulação do sistema nervoso autônomo. Se isto não estiver em equilíbrio há diminuição do fluxo salivar, alteração do paladar e sintomas e sinais bucais poderão ser desencadeados”, afirma Dulce Helena Cabelho Passarelli, cirurgiã-dentista, mestre e especialista em Estomatologia e Patologista Bucal, autora do Atlas de Estomatologia Casos Clínicos. Segundo a especialista, muito do estresse que passamos no dia a dia pode refletir também na saúde bucal porque muitas doenças bucais são reflexo de um estado emocional em desequilíbrio.
Sem perceber, o paciente passa a sofrer de
bruxismo, que leva aos desgastes dentários, aumentando a probabilidade de levar
a perda de dentes. Isso sem contar que maus hábitos alimentares e falta de
higiene adequada também aumentam a incidência de cáries.
É preciso ficar de olho em alguns sinais do corpo:
Ansiedade: é comum ficarmos ansiosos
quando há uma grande mudança na rotina ou na vida. Mas quando ela é excessiva
pode fazer com que se descuide da higiene bucal, escovando os dentes muito
rapidamente, o que pode causar gengivites (inflamações nas gengivas), cáries e
até retração gengival
Estresse: em excesso causa a diminuição
da saliva e reduz a resistência às bactérias. Também faz com que o paciente
force o apertamento e o ranger de dentes. Além disso, essa tensão pode levar a
uma disfunção temporomandibular. Essa condição causa dor de cabeça e
dificuldade de abrir e fechar a boca.
De acordo com a professora, tanto o sistema
orgânico como o profissional são os responsáveis para diagnosticar doenças
bucais de origem emocional. Mas não adianta tratar um e deixar o outro sem
tratamento. “O diagnóstico preciso das doenças bucais direciona diferentes
formas de tratamento e em alguns casos há necessidade de complementar os
diversos tipos de tratamento, incluindo psicoterapia, entretanto este só pode
ser indicado pelo profissional especializado”, aconselha.
Transtornos alimentares
Dos problemas emocionais comuns entre os
brasileiros, destacam-se os transtornos alimentares, como a compulsão alimentar
e a própria bulimia, quando em ambos os casos, o paciente consome uma grande
quantidade de alimentos ricos em carboidratos, em especial, açúcar e não faz
uma boa higienização após as refeições. Na bulimia há o agravo que após o
consumo, o paciente se sente culpado e provoca o vômito como uma forma de
expurgar o que consumiu. Ambos os casos podem levar a problemas bucais. “Tanto
a bulimia como a compulsão alimentar podem desenvolver doenças bucais. A bulimia
em especial, pode provocar vômitos recidivantes e recorrentes que alteram o PH
da saliva, causando desgastes dentários conhecidos como erosões”, explica. “A
compulsão alimentar faz com que o paciente aumente a formação de biofilme ou
placa bacteriana e consequentemente a cárie é instalada com muita facilidade”,
considera.
De acordo com Dulce Helena Cabelho, o
cirurgião-dentista é o profissional mais capacitado para diagnosticar doenças
bucais e tratá-los. “Entretanto, alterações de fundo emocionais deverão ser
tratadas por psicoterapeutas e psiquiatras, pela complexidade do tratamento”,
afirma.
Segundo a especialista, a prevenção sempre é o
melhor remédio. Por isso, visitas constantes ao consultório odontológico,
escovações diárias e corretas dos dentes, uso do fio dental após cada refeição
fazem parte de uma boa rotina bucal. “Além disso, fazer uso de uma alimentação
equilibrada com frutas, verduras e com pouca quantidade de sacarose (açúcar),
hidratação constante. Evitar bebidas alcoólicas e tabagismo”, aconselha. “E em
tempos de pandemia, manter a saúde emocional em equilíbrio, previne
complicações bucais”, completa.
ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos
Médicos
SOBRE A CAMPANHA SORRIR MUDA TUDO
SORRIR MUDA TUDO – É uma
campanha que fortalece a importância da visita frequente aos cirurgião-dentista
e mostra que a saúde bucal está relacionada à saúde geral do corpo, como parte
de uma cultura de prevenção. Afinal, a saúde da boca pode estar ligada a
doenças que afetam todo o corpo.
https://www.sorrirmudatudo.com.br/
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