Alterações do comportamento devem ser motivo de investigação
Traumatismo
cranioencefálico, tumores cerebrais, infecções, lesões vasculares e acidente
vasculares cerebral (AVC) estão entre os principais problemas que podem
danificar diferentes áreas do cérebro. “Após danos cerebrais, mudanças
significativas podem ocorrer no campo do comportamento, tais como, perda de
empatia, comportamento agressivo, resistência em relação a conselhos e
orientações – diferente da conduta anterior - alterações de personalidade,
entre outras”, explica Dr. Dr. Ricardo Santos de Oliveira,
neurocirurgião pediátrico.
As
lesões cerebrais podem comprometer seriamente a saúde física e mental e,
normalmente, acarretam perda da consciência, alteração de memória ou
personalidade e paralisia parcial ou completa. A memória, por exemplo, pode ser
adquirida no contexto de um determinado estado emocional. Neste caso, o
hipocampo é a principal estrutura do cérebro que tem por função realizar o
processamento das informações.
O
intuito da memória é conduzir e facilitar a tomada de decisão racional, mantendo
somente as informações mais marcantes, ou seja, experiências com forte
componente emocional permitem que a memória seja consolidada mais facilmente.
Isso ocorre pela seleção de áreas cerebrais envolvidas e pela função endócrina
– que consiste numa ligação entre o hipotálamo e áreas relacionadas ao campo de
memória.
Por
outro lado, situações de extrema ansiedade, estresse crônico, fadiga e
distúrbios do sono podem desencadear problemas de memória. “A grande maioria
dos estímulos estressores estão associados a medo e ansiedade” explica Dr.
Ricardo.
Lesões
cerebrais mais específicas, a exemplo do hipotálamo, podem causar desnutrição,
agressividade e depressão. Já danos causados em áreas como o hipocampo,
amigdala e estruturas mesiais do lobo temporal podem impactar de forma
permanente a memória.
Alterações
do comportamento devem ser motivo de investigação radiológica. Existem lesões
estruturais tais como tumores cerebrais, hematomas intracranianos e abscessos
que podem comprimir áreas específicas do cérebro, ocasionando mudanças
comportamentais. Nestas situações o tratamento cirúrgico está indicado na
maioria dos casos.
Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP).
Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados
pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É
orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e
Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
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