Audiência pública,
convocada pela deputada estadual Marina Helou, será realizada na Assembleia
Legislativa de São Paulo no dia 12 de julho para debater o tema
A vacinação infantil no Brasil tem apresentado
queda consecutiva anualmente e atingiu em 2022 as menores taxas dos últimos dez
anos, segundo dados do DataSUS¹. Considerando que a vacinação é uma das formas
mais efetivas para prevenção de doenças, os dados se mostram alarmantes, pois a
redução gera maior risco de contágio por poliomielite e sarampo, que já haviam
sido eliminadas no país e que podem deixar sequelas ou causar mortes. O ideal é
que o percentual de cobertura vacinal esteja acima de 90% para todos os
imunizantes.
Para debater esse tema de extrema relevância para a
saúde pública será realizada a audiência pública “Vacinação
Infantil: Doenças do Passado, Problemas do Futuro” na Assembleia
Legislativa de São Paulo (ALESP), nesta terça-feira (12), às 10h, no Auditório
Teotônio Vilela. O evento, aberto ao público geral, visa entender a atual
situação da cobertura vacinal no estado para que sejam articuladas ações e
campanhas para fortalecer a vacinação entre a população, com especial foco em
crianças e adolescentes.
A audiência contará com a presença de especialistas
no tema, como Renato Kfouri, pediatra infectologista; Marlene Oliveira,
Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida; Natália Pasternak, Presidente do
Instituto Questão de Ciência; Simone Malandrino, Presidente do CONDECA; Luciana
Bergamo, Promotora de Justiça e Jair Leme, Consultor especialista em saúde da
Speyside.
Em 2021, em relação às vacinas ofertadas
gratuitamente pelo sistema público de saúde, os três imunizantes com a menor
taxa de cobertura no país foram contra a poliomielite (70% de cobertura), a
segunda dose de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola, com 51,6%) e a
vacina contra varicela (com apenas 65%), deixando a população, especialmente o
público infantil, mais vulnerável. Já em 2022, analisando até o final do mês de
junho, a cobertura contra a poliomielite está em apenas 36,5%. No estado de São
Paulo, o percentual está em 34,4%, não atingindo nem a metade da cobertura
total do ano passado até o momento. Já em relação à varicela, apenas quatro em
cada dez crianças receberam a vacina¹.
Dentre as razões que têm influenciado a queda de
cobertura vacinal estão a falsa sensação de que não há a necessidade de vacinação,
por conta do controle dessas doenças imunopreveníveis; uma possível relutância
da comunidade em se vacinar, ocasionada por informações falsas ou incorretas; e
a falta de organização, fluxos e amplas campanhas que incentivem e facilitem a
vacinação. Além disso, o cenário se agravou nos últimos dois anos com a
pandemia e as restrições de deslocamento da população aos postos de saúde.
"Das 15 vacinas que deveriam ser aplicadas nos
primeiros quatro anos de vida, pelo menos nove estão abaixo dos índices
recomendados pela OMS. É urgente construirmos ações coordenadas entre sociedade
civil e órgão públicos para reverter esses indicadores", explica a
deputada estadual Marina Helou, que é coordenadora da Frente Parlamentar pela
Primeira Infância na Alesp.
Outro fator é a importância de completar o esquema
de doses de cada vacina recomendada. Ao avaliar o cenário das coberturas de
imunizantes que necessitam de segunda, terceira ou doses de reforço, é ainda
mais crítico. O esquema vacinal completo é muito importante para promover a
proteção de longo prazo e garantir a efetividade da prevenção contra essas
doenças.
Referências
- Imunização
– Cobertura Brasil, 2022. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/dhdat.exe?bd_pni/cpnibr.def,
acesso em 30 de junho de 2022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário