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Os municípios precisam adequar suas
legislações para possibilitar a implantação das antenas de transmissão da
quinta geração de internet móvel
Às vésperas do prazo para a
chegada do 5G no país, pouco mais de 1% das cidades brasileiras estão prontas,
do ponto de vista legal, para receber a nova tecnologia.
No fim de junho, apenas 100 dos
5.568 municípios espalhados pelo território nacional tinham leis atualizadas
para a instalação de antenas de transmissão da quinta geração de internet
móvel. Os dados são da Associação Brasileira de Infraestrutura para as
Telecomunicações (Abrintel).
Dos cem municípios com
legislações atualizadas até 30 de junho, 16 deles são capitais.
As câmaras municipais e
prefeituras devem alinhar suas normas à Lei Geral de Antenas (Lei federal nº
13.116/2015), que edita as normas gerais sobre o tema. “Algumas legislações
municipais precisam se adaptar à realidade atual para acelerar a implantação do
5G. E as capitais que já modernizaram suas normativas poderão rapidamente
contar com os benefícios da nova tecnologia", explica o ministro das
Comunicações, Fábio Faria, em notícia publicada no site do ministério.
Diante da situação, o
Ministério das Comunicações adiou de julho para o fim de setembro o prazo
recomendado para que as capitais estejam prontas para implementação da nova
tecnologia. “O edital previa que ia começar a instalação do 5G em julho,
podendo inaugurar até setembro. E no próximo mês, já teremos o 5G puro em
várias capitais, além de outras tantas ainda em agosto", afirmou Faria, na
reportagem do ministério. "Todas as capitais brasileiras terão o 5G já
neste ano", completou o ministro.
Segundo o governo, o novo prazo
para instalação do 5G também atende demanda das operadoras que apontaram
problemas, como as restrições sanitárias na China por causa da covid-19,
encerrada somente no fim de maio, que prejudicou a entrega de equipamentos pela
indústria.
Em novembro do ano passado, a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vendeu os lotes de frequência de
5G aos investidores interessados em explorar a nova tecnologia no país. O 5G
promete revolucionar a sociedade em todas as áreas, da medicina à economia,
passando pela indústria, comércio e serviços privados e públicos.
O Ministério das Comunicações
estima que o 5G possa gerar mais de US$ 1 trilhão em investimentos diretos e
indiretos no país, nos próximos 20 anos.
Para os especialistas, trata-se
de uma grande oportunidade para o desenvolvimento nacional. “Investimentos
muito relevantes serão realizados na infraestrutura de Telecom do país. Isso
significa geração de empregos, impostos e, principalmente, potencial de
desenvolvimento econômico e inclusão digital”, explica José Ronaldo Rocha,
sócio da EY e líder de consultoria para o setor de Tecnologia, Mídia &
Entretenimento e Telecomunicações.
Pelo cronograma estabelecido
pela Anatel, a chegada do 5G vai ocorrer de forma gradual ao longo dos próximos
oito anos. Os primeiros consumidores a serem atendidos, até 29 de setembro
deste ano, serão os moradores das capitais dos Estados e do Distrito Federal. O
processo nas capitais deve ser concluído até 2024. Em seguida, serão
contemplados os municípios de acordo com a sua população, partindo daqueles com
população igual ou superior a 500 mil habitantes, que devem receber o 5G até
2025. O processo deverá estar totalmente concluído até dezembro de 2030, com o
atendimento a 1.700 localidades (distritos), grande parte delas em lugares
remotos.
Para que esse cronograma seja
concretizado, é necessário investir em infraestrutura adequada para a
transmissão do 5G. De acordo com os especialistas, a nova tecnologia exige a
instalação de cinco a dez vezes mais antenas do que o 4G. O aumento se
justifica pela sofisticação da nova tecnologia, como o fato de a velocidade de
transmissão ser vinte vezes mais rápida em comparação ao 4G e as conexões entre
as pessoas e objetos serem muito mais avançadas do que hoje em dia.
O 5G também permite a conexão
entre pessoas e aparelhos, chamada de Internet das Coisas. Conhecida pela sigla
IoT (do inglês Internet of Things), será possível uma verdadeira revolução no
cotidiano das pessoas, como a instalação de objetos inteligentes que vão se
comunicar por meio de ordens de seus usuários. Será possível, por exemplo,
programar as compras conforme o esvaziamento da geladeira e as luzes da casa
vão acender de acordo com as necessidades do proprietário, evitando desperdício
de energia. Cirurgias médicas remotas serão comuns e as cidades serão muito
mais seguras e eficientes para os cidadãos, tonando possível a concretização
das chamadas cidades inteligentes.
Fonte: https://dcomercio.com.br/publicacao/s/apenas-1-das-cidades-brasileiras-estao-prontas-para-receber-o-5g
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