Medicamentos para dores e inflamações têm reações diferentes no organismo/DIVULGAÇÃO
Coordenador do curso de Farmácia da Anhanguera
aponta as principais diferenças entre os medicamentos e recomenda cuidados
O clima frio pode acarretar problemas típicos da
estação, como das vias orais (dor de garganta) e respiratórios, o que estimula
o hábito da automedicação -- pesquisa divulgada no ano passado pelo Conselho
Federal de Farmácia (CFF) indicou que 77% dos brasileiros usam medicamentos sem
prescrição médica. Anti-inflamatórios e analgésicos são as escolhas mais
populares da temporada para o alívio de sintomas, porém, especialistas alertam
para diferenças e cuidados ao tomar esses dois tipos de substâncias.
Como explica o coordenador do curso de Farmácia
da Faculdade Anhanguera, professor Reginaldo Tavares Franquez, essas drogas têm
funções diferentes no organismo. Enquanto o analgésico age com foco em diminuir
ou eliminar a dor de forma rápida, o anti-inflamatório combate as inflamações
e, consequentemente, atua no controle das dores. “Um elimina a sensação, sem
grandes alterações de consciência, por exemplo, já o outro elimina os fatores
que provocam essas sensações”, explica o docente.
O principal uso de analgésicos acontece no
tratamento de incômodos físicos, relacionados aos músculos, cabeça, dentes,
cólicas, ou provenientes de gripe ou resfriados. O medicamento também é
utilizado para lidar com a recuperação pós-cirúrgica ou lesões. “Eles circulam
pela corrente sanguínea em busca da origem da dor e bloqueiam os sinais
emitidos ao cérebro”, explica. “Assim, o sistema nervoso não consegue
identificar a existência de células lesionadas no corpo”, completa.
Segundo o acadêmico, os tipos mais procurados nas
drogarias são produzidos à base de ácido acetilsalicílico, dipirona e
paracetamol. Seu uso constante é perigoso para a saúde, pois pode mascarar
problemas mais sérios, além de gerar efeitos colaterais e provocar dependência
química. “O excesso não pode se tornar um hábito. O consumo pontual não
representa grandes riscos, mas utilizá-los por mais de 15 dias em um mês é um
sinal preocupante, sendo preciso buscar ajuda de um especialista”, afirma o
professor.
No caso dos anti-inflamatórios, há dois grupos
disponíveis nas farmácias: os não esteroides, que combatem as inflamações com
ação antipirética (para abaixar a febre) e analgésica; e os esteroides, como os
corticoides, que inibem a produção de substâncias envolvidas no processo
inflamatório. “O objetivo é agir onde há uma reação exagerada do sistema
imunológico a uma agressão. Há situações em que somente esse medicamento tem
eficiência e seu uso deve ser recomendado por prescrição médica”, pontua.
Em grande quantidade, a droga
pode ser tóxica para os rins e fígado. O uso prolongado pode causar úlceras,
osteoporose, assim como a retenção de líquidos, que pode aumentar a
probabilidade de novas infecções. “A administração combinada de analgésicos e
anti-inflamatórios pode acontecer, uma vez que suas funções são diferentes no
corpo, porém, é preciso atenção para evitar sobrecarga no organismo”,
considera. “Nesse caso, a decisão deve sempre partir de um especialista e nunca
por meio da automedicação”, finaliza.
Anhanguera
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Kroton
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