Os
benefícios gerados pelo vínculo entre irmãos são diferentes em cada fase da
vida. Na primeira infância, por exemplo, a ligação fraterna desenvolve diversas
habilidades emocionais, além de encarar processos mais desafiadores, como o
fato de precisarem lidar com as diferenças individuais. Aprender a respeitar o
outro, com as suas próprias características, é um bom exercício de empatia, uma
habilidade socioemocional essencial a ser praticada nos dias atuais.
Nos
momentos em que as discrepâncias de idade entre irmãos e as diferenças
individuais vierem à tona, causando possíveis conflitos, é essencial que os
pais estejam presentes. O papel da família é o de atuar como mediadora,
ensinando as crianças a lidarem da melhor forma com sentimentos e emoções que,
dependendo da idade, os pequenos ainda estão aprendendo a superar. Esses
sentimentos podem incluir ciúme, inveja, raiva, entre outros sentimentos.
É
importante que na mediação com os filhos, os pais evitem tomar partido de um
dos seus filhos, para não ampliar uma rivalidade desnecessária. Deve-se evitar
a comparação entre os irmãos, pois cada indivíduo mesmo que inserido em um
ambiente comum, vai reagir de maneira única, de acordo com os seus recursos
internos e habilidades. O ideal é que os filhos sintam-se ouvidos, acolhidos em
suas queixas, mas que os pais estimulem e acompanhem a resolução dos conflitos.
Irmãos naturalmente disputam o afeto, a atenção e o espaço na família.
Este processo é fundamental no desenvolvimento da autoestima, autonomia e
fornece elementos para ampliação da interação social.
Algumas
atitudes são capazes de fortalecer o vínculo fraterno, como incentivar
atividades em conjunto, compartilhamento de brinquedos, passeios e práticas de
atividades físicas. Desta forma, eles podem se tornar companheiros. É
importante lembrar que conflitos é algo esperado, o que vai fazer a
diferença é a postura dos pais diante de uma circunstância como esta. É
aconselhável sempre tentar estabelecer o diálogo, valorizar e reforçar as
características positivas de cada irmão e da relação entre eles, e ajudá-los a
refletir sobre os fatos que geraram conflitos, procurando a responsabilização
que cabe a cada um dos envolvidos.
Quando
os pais oferecem um bom exemplo, estimulando a escuta e a compreensão do outro,
os filhos assimilam e internalizam esse comportamento. Com isso, há uma
facilidade de resolução de conflitos, o que reverbera em um amadurecimento das relações
como um todo.
Se
os pais interveem de forma adequada com essas emoções, trazem para os filhos
uma maturidade de atuação que vai refletir em um melhor preparo das crianças
diante desses sentimentos. Assim, à medida que crescem, têm maior probabilidade
de serem adultos emocionalmente mais saudáveis e capazes de lidar de forma mais
madura com os seus sentimentos e relacionamentos.
Robinson
de Vargas - especialista em Dinâmica de Grupos e Gestão de Pessoas e
coordenador do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio no Colégio
Marista
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