Dados da OMS apontam que atualmente existem 50 milhões de
casos da doença no mundo
Desde
que Alois Alzheimer (1864-1915) descreveu a Demência de Alzheimer (DA), em
1907, pouco foi possível avançar no seu entendimento. O grande empenho da
comunidade científica, sobretudo nas últimas três décadas, reflete a
necessidade de respostas rápidas para esta doença que já é considerada a
epidemia do século XXI. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS),
cerca 50 milhões de pessoas são acometidas pela enfermidade em todo o mundo. A
entidade estima que, até 2050, esse número cresça para 152 milhões.
Caracterizado
como doença neurodegenerativa progressiva, o Alzheimer ocorre quando o
processamento de certas células do Sistema Nervoso Central se dá de maneira
incorreta. Assim, fragmentos de proteínas tóxicas começam a surgir dentro dos
neurônios, promovendo a perda progressiva deles, principalmente, em regiões
como hipocampo, responsável pela memória, e córtex cerebral, essencial para
linguagem e raciocínio.
De
acordo com Dra. Sandra Cristina Maciel, especialista em geriatria no Hospital
Felício Rocho e fellowship em psiquiatria, o paciente deve procurar o serviço
médico assim que perceber déficit de memória, dificuldade de aprendizado e
redução na capacidade de gerir a própria vida, como lidar com as finanças,
decisões e planejamento de atividades.
O
diagnóstico é feito por exclusão. Os tratamentos com fármacos que existem hoje
são tímidos, com efeitos que não se mantêm a longo prazo. “O tratamento
farmacológico disponível restringe-se ao tratamento sintomático, capaz de
propiciar efeitos benéficos nos aspectos cognitivos, comportamental e
funcional. Ele deve ser iniciado logo após o estabelecimento do diagnóstico,
porém, o benefício alcançado com esses agentes é, em geral, modesto e não
modifica o curso natural da doença”, explica a médica.
Dra.
Sandra ressalta ainda que, confirmado o diagnóstico de Alzheimer, toda a
família do paciente deve se mobilizar para manter a qualidade de vida e o mais
alto grau de autonomia dele pelo maior tempo possível. “O tratamento eficaz
para o DA requer uma sólida aliança entre o paciente, familiares e cuidadores.
É necessário abordar questões do cuidado, planejamento financeiro e diretivas
de vontade por se tratar de uma doença progressiva, degenerativa e
irreversível”.
Além
do tratamento medicamentoso, terapias ocupacionais também são de grande
importância para a melhor qualidade de vida do paciente. Técnicas de
reabilitação cognitiva, treinamento de memória, estimulação por meio da arte,
recreação, dança e musicoterapia são extremamente válidas e indicadas pelos
médicos. “Deve-se sempre considerar as expectativas versus as
possibilidades reais e potenciais do paciente e reavaliar constantemente os
resultados obtidos por meio da intervenção proposta”, afirma Dra. Sandra
Cristina Maciel.
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