Muitas mudanças ocorreram no primeiro ano do novo
Governo. Talvez o principal movimento tenha sido mesmo a Reforma da
Previdência. Mas e a Reforma Tributária? Sai do papel em 2020? O que, de fato,
vem por aí? Abaixo, elenco os principais prognósticos para este ano quando o
tema é tributação no Brasil:
- Novos
rumos para o PIS e COFINS: estes 2 tributos devem dar o que falar neste
ano. Primeiro no judiciário: uma importante decisão final sobre a tese
bilionária do ICMS na base de Cálculo do PIS e COFINS no STF. Por outro
lado, o governo já prepara uma proposta de unificação e simplificação.
-
Tributação sobre pagamentos. Para a equipe
econômica, um tributo nos moldes da CPMF será necessário para viabilizar a
reforma tributária e permitir a desoneração da folha de pagamento das
empresas. A resistência deverá ser grande.
-
Redução das alíquotas de IRPJ e CSLL. O Brasil é um
dos 17 países que mais tributam lucro das empresas no mundo. Um movimento
mundial mostra a possibilidade de redução das alíquotas de IRPJ e CSLL
para a atração de investimentos.
- Tributação
dos dividendos. Nada vem de graça. O movimento de redução do Imposto de Renda das
empresas gera efeito colateral na distribuição de dividendos, devendo o
Brasil começar a tributá-los. Já existem propostas de projeto de lei nesse
sentido.
-
Novo cálculo do IRPJ? A Receita Federal já
demonstrou interesse em desvincular a base de tributação do IRPJ da
contabilidade, desaparecendo a figura de ajustes (E-lalur). Mais um
caminho para duas contabilidades?
- Revisão
dos benefícios e renúncias fiscais. São quase R$ 300 bilhões anuais com reúncias
como o Simples Nacional e a Lei Rouanet. Motivos para redução não faltam.
-
Desoneração da Folha. Somente 17 setores
continuaram nessa sistemática que tem data para terminar: dezembro de
2020. Diante do desafio da redução do desemprego, o governo vem
trabalhando nos bastidores para trazer uma proposta de novo tipo de
desoneração. É aguardar para ver.
-
Mudanças no Imposto de Renda Pessoa Física. O
governo tem sinalizado reduzir as alíquotas de IR para os mais pobres e
criar uma nova faixa para os mais ricos (algo em torno de 35%). Eliminar
deduções com despesas médicas e gastos de empregados domésticos podem ser
algumas das surpresas para este ano.
-
Simplificação das obrigações acessórias. A lei da
liberdade econômica criada em 2019 traz previsão para uma modificação dos
diversos programas pertencentes ao ambiente SPED.
- “Reformas
tributárias”. Existem algumas frentes de reforma
tributária. As mais avançadas são as duas que estão sendo discutidas no
poder legislativo: a PEC 110/19 (do Senado, baseada na proposta do
economista Appy) e a PEC 45/19 (da Câmara, baseada na proposta do
ex-deputado Hauly). O Governo Federal já sinalizou criar um ambiente para
a unificação dessas duas propostas e as ideias do poder executivo
(lideradas pelo ministro Paulo Guedes).
A reforma tributária é a bola da vez. A briga de
interesses pelo protagonismo dessa importante mudança precisa ser deixada de
lado. Os contribuintes, empresários e todos os cidadãos em geral sofrem com um
verdadeiro “manicômio” tributário. Se quiser entrar na OCDE, o Brasil precisa
fazer as mudanças necessárias. Não há mais espaço para continuarmos como está.
Um desafio enorme para o Governo. Torcida não falta!
Marco Aurélio Pitta - profissional de contabilidade,
coordenador e professor de programas de MBA da Universidade Positivo nas áreas
Tributária, Contabilidade e Controladoria
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