Todo mês é a mesma coisa: além da cólica, das dores nos
seios e nas costas, irritabilidade, ansiedade e inchaço, a forte dor de cabeça.
A Tensão Pré-Menstrual, mais conhecida como TPM, faz com que cerca de 80% das
brasileiras, de acordo com dados do Ministério da Saúde, convivam com pelo
menos um desses sintomas todos os meses. Entre os que mais afetam o dia a dia
estão a cólica e a dor de cabeça. Essa última que se torna ainda pior quando a
mulher tem propensão a enxaqueca.
Os números são altos: 31
milhões de brasileiros entre 25 e 45 anos convivem com enxaqueca crônica, como
estima a Organização Mundial da Saúde (OMS). No mundo, a enxaqueca atinge 1
bilhão de pessoas, de acordo com dados da Fundação de Pesquisa sobre Enxaqueca
(Migrane Research Foundation), sendo a terceira enfermidade mais
prevalecente do planeta.
A pesquisa da fundação
mostra que as mulheres sofrem mais de enxaqueca do que os homens na vida
adulta, fato que é corroborado por pesquisas anteriores. Um estudo publicado em
2014 no Current Opinion in Neurology, por exemplo, observou que
"como o estrogênio pode estender seu impacto em uma variedade de sistemas,
seu papel na dor de cabeça é provavelmente multifatorial, incluindo
modificações celulares e genéticas diretas no sistema nervoso central (SNC) –
potencialmente como resultado de seu efeito no humor e na percepção da
dor".
O problema está diretamente
relacionado à queda da produção dos hormônios femininos estrogênio e
progesterona, que ocorre no período menstrual. “O cérebro de quem tem enxaqueca
é muito sensível a certos estímulos externos e internos. As crises agudas de
enxaqueca são três vezes mais comuns nas mulheres, quando comparadas aos
homens, por conta da fisiologia feminina. Conhecer seu corpo e como ele é
afetado pela enxaqueca pode ajudar a conviver melhor com ela”, afirma Dra.
Francine Mendonça*, médica neurologista do Hospital Beneficência Portuguesa
de São Paulo.
Problemas no dia a dia
Uma pesquisa feita pela
farmacêutica Novartis em parceria com a Aliança Europeia para Enxaqueca e Cefaleia
aponta que 45% das pessoas apresentam redução de produtividade após o início
das crises de enxaqueca, e 17% chegam a faltar no trabalho durante os picos de
dor. O levantamento, que contou com a participação de 11 mil pessoas com
enxaqueca em 31 países, incluindo o Brasil, revelou ainda que 82% delas sentem
prejuízos na vida social e que mais da metade (56%) simplesmente desistiu de
atividades diárias e hobbies.
Dra. Francine Mendonça - Formada na Universidade Federal
de Alagoas, fez Residência Médica em Neurologia no Hospital do Servidor Público
Estadual de São Paulo (IAMSPE), onde mais tarde especializou-se em Transtornos
do Movimento. Atua principalmente no tratamento de AVCs, convulsões, insônia,
dores de cabeça e demências.
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