Daniel Toledo,
advogado especialista em direito internacional, comenta a situação dos
imigrantes brasileiros sendo deportados dos EUA
Desde o início do mandato do presidente Donald
Trump nos Estados Unidos, a política de imigração para o país tem sido cada vez
mais restrita. Os motivos para cruzar a fronteira são muitos, entre a vontade
de ter uma vida melhor, mais oportunidades de trabalho ou até mesmo para ter um
filho americano. No entanto, muitas pessoas optam por fazer isso de forma
ilegal, acabando com qualquer possibilidade.
Daniel Toledo, advogado da Toledo e Advogados
Associados, especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais
e palestrante, ressalta a importância de seguir as regras e fazer o processo de
visto para entrar nos EUA. “Cada país tem suas próprias regularizações a
respeito de imigração e sempre foi muito claro o cuidado que os americanos tem
com essa questão, que está ainda mais evidente nos últimos anos”, destaca.
Dados recentes indicam que, apenas em 2019, cerca
17 mil brasileiros foram presos tentando entrar ilegalmente pela fronteira
entre México e Estados Unidos. Muitos deles serão deportados ainda no início
deste ano, seguindo a determinação do presidente americano. "Ao falar de
ilegalidade não tratamos apenas daqueles que cruzam a fronteira, mas também de
pessoas que permanecem em território americano após o vencimento do prazo do
visto, especialmente o de turismo, que dura aproximadamente seis meses",
explica o advogado.
O visto de turismo vem sendo utilizado de maneira
imprópria por pessoas de todo o mundo. No Brasil, muitos casais e gestantes
optam por esta modalidade com o objetivo de ter um bebê nos EUA. Toledo reforça
que existem muitos mitos envolvidos no assunto, que são geralmente disseminados
por agências que intermediam esses serviços. “É algo extremamente delicado
porque muitas famílias acreditam que, tendo um filho no país, recebem o visto permanente,
o que não acontece. A criança seria americana, mas os pais não alteram o visto
ou status em razão desse fato”, explica.
O chamado “turismo da maternidade” também já tem
data para acabar. Recentemente, o governo americano orientou funcionários de
consulados a negar vistos de mulheres que podem estar planejando a viagem com
intuito de obter cidadania para o filho. “O serviço prestado por essas agências
é sim criminoso quando induz a imigração ilegal, além de muitas vezes eles
induzirem a gestante a mentir em entrevistas do visto, vendem serviços médicos
e jurídicos, o que é ilegal em qualquer lugar do mundo”, alerta Toledo
Marco Vínicos da Silva Ramos e Mayara Ramos estão
juntos há 12 anos. O casal de empresários possui dois restaurantes especializados
em marmitas e emprega mais de 30 colaboradores. No começo de 2020, tinham como
meta realizar o sonho da filha de sete anos de conhecer a Disney. A viagem
estava programada para fevereiro, mas infelizmente tiveram que adiar os planos.
“Contratamos uma assessoria para preencher o formulário DS-160 e assim eliminar
qualquer tipo de erro. Levamos todos os documentos que comprovam as nossas
rendas e vínculos com o Brasil. Mas a negativa foi porque ela está grávida. O
oficial perguntou várias vezes se iríamos ter o bebe nos Estados Unidos e
respondemos juntos que não. Ele queria saber a data da volta, se o médico dela
havia emitido algum atestado para que ela pudesse viajar. Depois de repetir o
questionamento várias vezes, o oficial do consulado começou a digitar todas as
informações no computador, saiu e voltou da cabine para consultar uma outra
pessoa. Colheu as nossas digitais, e depois nos informou que o visto
havia sido negado. Foi uma choradeira total, e super traumatizante, porque não
tinha motivo para a negativa”.
Em contrapartida, muitas pessoas procuram fazer o
processo da maneira correta, visando uma entrada legal e amigável no país.
Algo que tem funcionado muito bem: segundo dados de 2018 do Department of
Homeland Security, mais de 760 mil pessoas foram naturalizadas americanas
naquele ano. Segundo o especialista, o movimento é de escalada, uma vez que o
número é aproximadamente 8% maior do que o ano anterior. "Ainda que seja
um procedimento burocrático e complicado, é bastante recompensador", finaliza.
Daniel
Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito
internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais
informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br
ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.
Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 64 mil
seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados
com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender
internacionalmente.
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