Há quem, diante dos problemas do país,
intimado a reagir, proclame como sublimando sua cidadania: “Faço mais nada,
cansei”. A energia cívica durou até a eleição? Não resiste o enfrentamento com
a oposição? Subestimava, tanto assim, os interesses contrariados?
Os
corruptos e os corruptores, os que contam bandidos mortos e não contam suas
vítimas, os jornalistas a serviço “da causa”, os “intelectuais” cuja fonte
secou, os professores de narrativas ensaiadas, os abortistas e ideólogos de
gênero não cansaram, não chutaram o balde e não mudaram de vida. Jamais!
A
política, principalmente numa democracia instável como a nossa, não é um jogo
que se assiste. É um jogo que se joga! Não faz sentido à cidadania ser exercida
da arquibancada, entre os bocejos dos entediados. Não cabem, não hoje, não
agora, neutralidades de observador forasteiro, sem interesse no resultado do
jogo, sem conhecimento de que há um campeonato cujo resultado impactará a vida
de todos. Esse tipo de alheamento, sim, cansa!
Muitos brasileiros, com razão, perderam
a confiança nas instituições, notadamente em relação ao Congresso Nacional e ao
STF. O compadrio tem sido evidente. Uma mão lava a outra; ambas, porém, não
lavam a imagem refletida no espelho. Simultaneamente, poderosos setores da imprensa,
para os quais “anormal” é o Presidente, buscam aparentar normalidade
institucional mesmo quando o Congresso vota uma lei que vai inibir a persecução
criminal, ou aumentar verbas partidárias, ou perdoar multas aplicadas pela
Justiça Eleitoral. Até o velho realismo cínico do “é dando que se recebe”,
graças ao qual centenas de parlamentares condicionam seus votos a favores
oficiais, recebeu um polimento midiático e passou a ser demandado como
desejável e normal “capacidade de interlocução”. Não! Isso é um escândalo. E
note-se bem: na avaliação desse tipo de conduta, não se sonegue a informação de
que nosso sistema de governo é ficha suja e, como tal, concede vantagem a quem
dele se vale para tais práticas.
Estou convencido de que, hoje, nenhuma
atitude política é mais relevante do que dar força a grupos parlamentares que
se articulam para um upgrade nos padrões de conduta do Congresso Nacional.
Refiro-me de modo especial ao Muda Senado, cujos atuais 21 membros organizam-se
para forçar a Casa e, especialmente seu presidente, Davi Alcolumbre, a cumprir
seus deveres democráticos e regimentais. Só o Senado tem o poder de reagir à
ditadura do STF, seus desmandos, sua abusiva interferência na vida nacional,
sua acintosa irreverência aos valores cultivados pelas famílias brasileiras e
julgar a suspeitíssima conduta de alguns de seus membros, tantas vezes
denunciados perante os silenciosos arquivos do nosso Senado.
O Muda Senado agendou grande
mobilização popular para Brasília, no próximo dia 25 de setembro. Tão importante
quanto o comparecimento de quantos possam é a pressão dos cidadãos sobre os
senadores que desejam a eterna inviolabilidade dos arquivos onde Eunício de
Oliveira, Renan Calheiros e Davi Alcolumbre têm sepultado todas as acusações
formuladas contra ministros do STF. Têm explicações a dar aos eleitores de seus
Estados. Querem eles que o Senado continue exatamente como está? Omisso?
Escorando esse STF? Têm companheiros a proteger na Suprema Corte? São
coniventes com a ditadura do Judiciário? Com a palavra os outros 60 senadores e
seus eleitores.
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