O
fogão a lenha volta a ter papel de destaque nas casas e, até mesmo,
apartamentos. Saiba como inserir um modelo em sua cozinha e relembrar os
prazeres da comida de interior
Nesta residência, projetada pela designer de interiores Fabiana Visacro, foram especificados tanto fogão a lenha como a gás. Foto: Henrique Queiroga
De
acordo com uma pesquisa recente, feita em maio deste ano, pela Pesquisa
Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD – Contínua), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), dos 7,3 milhões de domicílios em Minas Gerais,
em quase 1,7 milhão deles, as famílias usam lenha ou carvão para preparar seus
alimentos, o que corresponde a 23,2% do total (em 2017 eram 19,6%).
Segundo
a designer de interiores Fabiana Visacro, o fogão a lenha representa um estilo
de vida que inspira um prazer maior pelos momentos da alimentação, do “fazer,
produzir” e não “comprar”. É uma dedicação e um envolvimento que as pessoas têm
com o processo de cozinhar. “É uma forma mais saudável de produzir o alimento
para a família. É uma prática que talvez demande mais tempo e, por isso, também
dá a ideia de maior presença, de maior envolvimento naquele processo de fazer e
produzir e, assim, mais proximidade e senso de importância com as pessoas”,
relata.
Muitas
pessoas, mesmo optando pelo fogão a lenha, não abrem mão do modelo a gás ou
elétrico. É possível conciliar os dois em casa? A profissional diz que sim. “O
fogão a gás ou elétrico é mais prático e rápido e não depende de fatores como
ter lenha em casa, por exemplo. Esteticamente, os dois se equilibram facilmente
na bancada. O cooktop é o melhor modelo para essa mescla, pois não traz tanta
interferência, já que o fogão à lenha, muitas vezes, tem um volume maior”,
explica Fabiana.
E por
falar em bancada, os modelos atuais de fogão à lenha estão tão evoluídos e
diversificados que é totalmente possível ter um dentro de um apartamento.
Existem alguns tipos que não soltam fumaça, por exemplo. O espaço para lenha é
menor e as panelas ficam em cima de uma chapa. “O fogo não tem contato com a
panela, impedindo que ela escureça, assim como as paredes por conta da fumaça.
A lenha fica protegida e o fogo não passa pelas trempes do fogão. Esses fogões
podem ser usados em apartamentos e, também, ser revestidos com materiais mais
rústicos ou sofisticados, de acordo com a intenção do morador”, revela a
designer.
Segundo
Fabiana Visacro, os fogões a lenha atuais podem receber diversos tipos de
materiais, como pinturas, cimento colorido, ladrilho hidráulico ou mesmo
granito nas suas laterais. “Tudo vai da atmosfera que você quer criar. Pode
usar o ladrilho hidráulico, por exemplo, para criar ambientes mais rústicos ou,
então, fazê-lo com material mais neutro e mesclar com uma bancada ao lado para
cooktop e cuba, feitos de um material mais sofisticado, como um nanoglass ou
outros. O importante é estar ciente do tipo de revestimento, para que ele seja
resistente ao calor. As opções são as mais diversas, como pedras, ladrilhos e
cimentos”, encerra.
MÃO DUPLA COMUNICAÇÃO
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