É cada vez mais comum ver receitas
caseiras sendo divulgados na internet como verdadeiros milagres para tratar as
mais diversas doenças em animais. No entanto, sempre que se deparar com uma
formulação dessas, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) recomenda
a consulta a um médico-veterinário para evitar submeter o animal a um
tratamento que pode comprometer ainda mais a saúde dele.
O
médico-veterinário e assessor técnico do Conselho Federal de Medicina
Veterinária (CFMV), Fernando Zacchi, afirma que qualquer tratamento clínico
requer comprovação científica. “Métodos não atestados pela ciência e sem
conhecimento dos efeitos colaterais e das reações adversas podem colocar a
saúde de todos em risco, podendo agravar o quadro clínico do animal, bem como
comprometer a saúde do homem e ainda afetar o meio ambiente”, avisa.
De
acordo com o assessor, os produtos de uso veterinário dependem de estudos
sérios e resultados eficazes, comprovados e aprovados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Sempre consulte um médico-veterinário,
único profissional com conhecimento técnico para identificar a enfermidade e
prescrever um tratamento adequado para cada caso”, afirma Zacchi.
Presencial
E
nada de consulta a distância, seja por telefone, Whatsapp, e-mail ou qualquer
outro formato que não tenha contato direto do profissional com o animal. O código de
ética proíbe o médico-veterinário de “receitar sem prévio exame clínico do
paciente” (art. 8º, inciso XV).
“E
por um motivo muito simples: os animais não falam o que sentem e expressam suas
queixas por meio do comportamento, o que só é possível de analisar
presencialmente. A ausência de um exame físico minucioso prejudica o
diagnóstico e pode induzir ao erro”, explica Zacchi.
Pelo
código de ética, o médico-veterinário também não pode “prescrever ou
administrar aos animais, drogas que sejam proibidas por lei ou que possam
causar danos à saúde animal ou humana” (art. 8º, inciso XXIII).
“Consultar o
médico-veterinário é imprescindível também para evitar super dosagens e o uso
indiscriminado, evitando, inclusive, a resistência medicamentosa, como vem
ocorrendo com os antibióticos, que estão tendo a eficácia reduzida justamente
pela utilização descontrolada”, alerta.

Nenhum comentário:
Postar um comentário